James marcou na volta à seleção, mas Luis Muriel foi o grande nome da Colômbia diante do Chile

James marcou o gol de empate em sua volta à seleção colombiana
Empatar com o Chile em Santiago já não tem sido algo fácil. Melhor seleção da América do Sul em 2015, La Roja só havia sido parada em casa na Copa América para os reservas do México, num aleatório 3 a 3, e na final, contra a Argentina, vencida nos pênaltis. O que ninguém havia feito ainda é o que conseguiu a Colômbia ontem: arrancar um ponto no Estádio Nacional jogando melhor, sem temer a equipe de Jorge Sampaoli. Um ponto valioso, que poderiam ter sido até três, mas teve sabor de vitória para os colombianos.

Ausente nas duas primeiras rodadas das eliminatórias, o craque James Rodríguez era, claro, a grande esperança no time de José Pekerman. Na ficha técnica, que é o que vai para a posteridade, estará lá seu nome como o autor do gol de empate. O que talvez muitos esqueçam no futuro é que o grande nome da partida, na verdade, foi outro: o veloz e insinuante Luis Muriel. Aliando enorme habilidade, objetividade e força física, foi ele o principal responsável por desestabilizar a defesa chilena e por quase todos os ataques perigosos da Colômbia - inclusive o do gol de empate, marcado pela perna direita do canhoto James.

Logo a um minuto de jogo, Alexis Sánchez tentou por cobertura e Ospina salvou de tapinha para escanteio. O prenúncio de um jogo corriqueiro, mas que nunca ocorreu ontem: o do Chile dominando um adversário acuado. Muito bem postada atrás, a Colômbia, ao contrário da derrota para o Uruguai, jogou no erro do adversário. Anulou bem todas as alternativas chilenas e ainda soube explorar os contragolpes, graças à categoria de Muriel. Foi ele quem infernizou a vida da defesa chilena pelo lado esquerdo na melhor chance da etapa inicial, aos 12, quando Jackson Martínez finalizou e Vidal tirou de carrinho, quase sobre a linha do gol.

Torres e Mejía, como volantes abertos, impediam as subidas normalmente perigosas de Isla (que ainda sofria com Muriel às suas costas a noite toda) e Beausejour. Com Valdivia recebendo forte combate de Carlos Sánchez, o Chile penava também pelo meio. Até James marcava, o que dificultava os ingressos-surpresa de Arturo Vidal na área. Restava a bola aérea, algo estranho para um time tão baixo como o chileno. Mas aí Vidal é mortal: sabe se posicionar muito bem e, mesmo não tão alto, leva vantagem com frequência. Aproveitou uma distração na marcação da firme zaga colombiana para, de cabeça, fazer 1 a 0, quase sobre a hora do intervalo, na única chance chilena após aquela de Alexis em toda a etapa inicial.

Se marcou bem no primeiro tempo, a Colômbia teve com mérito a audácia de tomar conta do jogo no segundo. Seguiu com seu esquema seguro, impedindo os alas do Chile de jogar, mas agora com postura mais agressiva. A entrada de Edwin Cardona no lugar de Carlos Sánchez, aos 11, deu ao time de Pekerman a qualidade que faltava para atacar de vez os donos da casa em busca do empate. Com ele coordenando tanto a marcação quanto a criação no meio, James mais projetado e Muriel sempre perigoso, o time visitante martelou tanto que chegou ao empate, aos 22. E terminou o jogo superior, muito mais perto da virada que de sofrer uma derrota injusta.

O resultado é ótimo para os colombianos. Poucos conseguirão arrancar pontos do Chile em Santiago, e a equipe de Pekerman conseguiu este feito logo após ter tomado uma goleada do Uruguai. Pegará a Argentina, em casa, com muito mais confiança e mais bem descansada na terça-feira. Aos chilenos, nenhuma tragédia, embora fique o alerta. O Equador agora é líder isolado, mas a equipe de Sampaoli segue bem, com 7 pontos. Problema será resistir aos uruguaios terça-feira: a Celeste anda sedenta por vingança após o Caso Jara-Cavani e a eliminação polêmica na última Copa América. Depois de perder para os equatorianos, fará certamente uma guerra em busca da vitória no Centenario. As eliminatórias mal começaram, mas já pegam fogo. É muito time bom para pouca vaga na América do Sul.

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Ficha técnica
Eliminatórias da Copa do Mundo 2018 - América do Sul - 3ª rodada
12/novembro/2015
CHILE 1 x COLÔMBIA 1
Local: Nacional, Santiago (CHI)
Árbitro: Enrique Cáceres (PAR)
Público: 45.000
Gols: Vidal 44 do 1º; James Rodríguez 22 do 2º
Cartão amarelo: Bravo, Vidal, Carlos Sánchez, Zapata e Arias
CHILE: Bravo (6,5), Silva (5) (Rabello, 44 do 2º - sem nota), Medel (5,5) e Jara (5,5); Isla (4), Fernández (6), Vidal (6), Valdivia (5) (Orellana, 33 do 2º - sem nota) e Beausejour (5,5); Vargas (5) (Pinilla, 40 do 2º - sem nota) e Alexis Sánchez (5,5). Técnico: Jorge Sampaoli
COLÔMBIA: Ospina (6,5), Arias (6), Zapata (5,5), Murillo (6,5) e Fabra (5,5); Carlos Sánchez (5,5) (Cardona, 10 do 2º - 7), Torres (6), Mejía (6) e James Rodríguez (6); Jackson Martínez (5,5) (Pardo, 39 do 2º - sem nota) e Muriel (7,5) (Bacca, 26 do 2º - 5,5). Técnico: José Pekerman

Foto: FIFA.com

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