Inter e Ponte Preta vivem tarde com cara de última chance no Beira-Rio

O jogo entre Internacional (6º, 50) e Ponte Preta (7º, 50), às 17h de hoje, no Beira-Rio, é quase um mata-mata. Alguém provavelmente vai sair praticamente eliminado da disputa por uma vaga na Libertadores. É verdade que amanhã o São Paulo (5º, 53) poderá perder para o embalado Cruzeiro (10º, 45) no Mineirão, e é verdade também que tem uma tabela mais complicada nesta reta final. Também é possível que haja G-5, e não G-4, caso o Santos (4º, 53) seja o campeão da Copa do Brasil. Mas não dá mais para depender dos outros.

A derrota para o Goiás na semana passada obriga o Inter a fazer algo parecido com o que fez no ano passado. Quando levou 4 a 1 do Grêmio, na mesma 33ª rodada em que estivemos sete dias atrás, o Colorado estava fora do G-4. Conseguiu entrar nele a partir de uma série improvável de vitórias, conquistando 13 dos 15 pontos que disputou. Mas o time de Abel Braga era melhor que o de Argel Fucks, e a tabela era mais favorável. Aquela equipe não tinha saldo negativo de gols como a atual, e seu habitat natural da temporada era o G-4. Sair dele após o Gre-Nal na Arena é que foi uma exceção. Em 2015, o Inter não ocupou posto entre os primeiros nenhuma vez no campeonato inteiro. Teria de inverter esta lógica estando em desvantagem de pontos e saldo.

Argel garantiu titularidade de D'Alessandro. Será mesmo?
Argel anunciou ontem a volta de D'Alessandro ao time. Não é garantia alguma: já fizera isso contra o Joinville, e não escalou o argentino desde o início. Ao contrário de outros tempos, escalá-lo não é mais uma certeza, mas uma boa aposta: D'Ale é decisivo, experiente, chama o jogo pra si nos momentos difíceis, mas a equipe já não depende mais dele - ao contrário, tem rendido até um pouco melhor sem ele em campo. Mas num confronto desta importância e de caráter decisivo, contar com a sua fibra será uma decisão acertada do treinador colorado.

A questão é ver quem deixa o time. Alex parece certo, mas e mais à frente? Se a vitória é o objetivo, não dá para descartar um Inter com Valdívia, Vitinho e Lisandro López, e sem Anderson. Com Argel, Valdívia ainda não foi meia. Talvez deixar toda a criação para D'Alessandro seja um risco, mas se vencer a Ponte é obrigatório é possível vermos um time formatado desta maneira mais ofensiva.

Vale lembrar que o time de Campinas também precisa vencer. Sua tabela é nitidamente menos complicada que a dos rivais nas quatro rodadas finais, mas a Ponte sofre no primeiro critério de desempate, o número de vitórias. Ela precisa, como o Inter, fazer quatro pontos a mais que Santos e São Paulo nos próximos jogos para ir à Libertadores. Não imagino que vá atacar o Colorado: deverá esperá-lo, para tentar matar o jogo nos contra-ataques. Por isso mesmo, abrir demais o time pode ser fatal para a equipe gaúcha.

Noite de quase título?
Diante da tacanhice da CBF, o Corinthians (1º, 73) não dará volta olímpica nesta rodada, nem que vença o Coritiba (18º, 34) em Itaquera. A vitória ainda obriga o Timão a esperar o resultado do Atlético-MG (2º, 62), e o extremo profissionalismo de Tite e seus comandados já anunciou que não haverá festa antecipada, por mais que as chances de conquista sejam de 99,9999%.

Não poderei acompanhar os jogos de hoje devido ao nobilíssimo motivo ao lado. Participar de um momento como este é uma grande honra. Estão todos convidados a comparecer. É na Hamburgueria 1903 da Rua dos Andradas, em frente à Praça da Alfândega, no sempre lindo ambiente da Feira do Livro de Porto Alegre.
Foto: Ricardo Duarte/Internacional.

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