A vitória sobre o Figueirense foi a cara do irregular São Paulo de 2015

Alan Kardec empata aos 45: e viria mais nos acréscimos...
O jogo de ontem contra o Figueirense (17º, 40) resume a temporada do São Paulo (4º, 59). Um time de excelentes jogadores mas extremamente desorganizado, que vive em altos e baixos o tempo todo. Capaz de tomar uma virada de uma equipe fraca dentro de casa, mas que consegue a revirada muito por conta das fragilidades alheias. E que está perto da Libertadores por causa disso.

A reação ao final do jogo foi incrível, ao mesmo tempo em que não impressiona. Se o Tricolor Paulista perdesse do Figueira, não seria nenhuma injustiça. O jogo foi aberto, os dois times criaram oportunidades. A tarde parecia tranquila quando Luís Fabiano abriu o placar cedo, mas logo veio o empate. E a virada, com Carlos Alberto, já na segunda metade do segundo tempo. Sim, ele mesmo, Carlos Alberto. Só não era pior do que levar 6 do Corinthians.

Os gols nos descontos transformaram a ira dos 20 mil tricolores que foram ao Morumbi em festa com jeitão de desabafo e desforra. O final de jogo foi mesmo emocionante, e antes de Thiago Mendes acertar aquele chute improvável do meio da rua o próprio Figueirense teve chance de ser o vencedor por 3 a 2.

O São Paulo, com um empate diante do Goiás (possivelmente já rebaixado), garantirá o G-4. Ainda assim, não dá para tratar sua classificação como algo certo, pois a irregularidade deste time é capaz de torná-lo uma presa fácil para os esmeraldinos na última rodada, ou então um timaço que enfie 5 a 0 em pleno Serra Dourada. O São Paulo 2015 é isso. Só Corinthians, Atlético-MG, Grêmio e Santos merecem jogar a Libertadores pelo que fizeram nesta temporada, mas um outro time (ou dois, se der Palmeiras na Copa do Brasil e detrimento do Peixe) terá de se classificar. Até aqui, a qualidade individual dos titulares é que vem pesando a favor do Tricolor Paulista.

Sport (7º, 53) x Corinthians (1º, 80): a vitória são-paulina de ontem tirou do Sport suas chances de ir à Libertadores. Assim, o jogo na Arena Pernambuco tem como único atrativo de tabela a possibilidade de o Corinthians bater o recorde do Cruzeiro do ano passado e chegar a pelo menos 81 pontos. Se o Timão vencer, chegará a 83, e superará em aproveitamento a histórica Raposa de 2003.

Grêmio (2º, 62) x Atlético-MG (3º, 66): o empate do Inter garantiu a classificação do Grêmio para a Libertadores. A vaga na fase de grupos será oficializada com um empate, mas só a vitória contra o Galo mantém as possibilidades de vice-campeonato vivas. Contra uma equipe que vem de queda de treinador e visivelmente em ritmo menos intenso, é bem possível vencer hoje à tarde.

Vasco (18º, 37) x Santos (6º, 55): o Peixe vai a campo com apenas dois titulares (Vanderlei e Marquinhos). Precisando vencer para evitar a queda ainda hoje, o Vasco é o favorito, embora chegeu evidentemente muito pressionado e não seja um time nada confiável, por motivos óbvios.

Cruzeiro (8º, 52) x Joinville (20º, 31): amistoso de luxo no Mineirão. O Cruzeiro está oficialmente eliminado da briga pelo G-4, e o JEC está rebaixado. Jogo para a torcida cruzeirense curtir o bom momento do seu time no último jogo em Belo Horizonte no ano.

Palmeiras (10º, 50) x Coritiba (16º, 40): situação semelhante à de São Januário. O finalista da Copa do Brasil enfrenta com reservas uma equipe desesperada. Neste caso, como é no Allianz Parque, o Coxa pode ter mais dificuldades. Um empate não será mau negócio, mas uma vitória praticamente define a permanência na Série A.

Atlético-PR (12º, 48) x Flamengo (11º, 49): no jogo mais morno da rodada, um amistoso entre duas equipes que contam os dias para as férias na Arena da Baixada.

Chapecoense (14º, 47) x Goiás (19º, 35): muito forte em casa, a Chape pode rebaixar o Goiás hoje. A conta é simples: os esmeraldinos se mantêm vivos (embora respirando por aparelhos) se vencerem; se empatarem ou perderem, caem hoje mesmo. O jogo interessa ao Inter, pois ter o Goiás vivo na última rodada dificultará a vida do São Paulo no Serra Dourada.

Foto: Rubens Chiri/São Paulo.

Comentários

Rodrigo disse…
Há algumas semelhanças entre a situação do Inter agora e a do Grêmio em 2008: jogo contra uma equipe mineira em Porto Alegre e dependência de uma vitória do Goiás em casa contra o São Paulo. A diferença é que em 2008 o Goiás já não brigava por nada no campeonato e a partida nem foi no Serra Dourada.
Vicente Fonseca disse…
Verdade, Rodrigo, muito bem colocado. Outra diferença é que o time mineiro de agora é melhor que o daquele ano, mas as situações são bem semelhantes mesmo.