O Santa Fe já começou a estragar a festa argentina na Sul-Americana, e pode ir ainda mais longe
O bom zagueiro Meza comemora o seu gol (Santa Fe/Divulgação) |
Não é pouco: ao eliminar a equipe mais vezes campeã da Libertadores, o Santa Fe tirou da Sul-Americana aquele que era tido como a maior ameaça ao bi do River Plate na competição. O Independiente vem em grande fase: com Mauricio Pellegrino, havia perdido apenas uma vez antes de levar 1 a 0 em casa dos colombianos na semana passada. No Campeonato Argentino, vem de vitórias absolutamente consistentes que o tiraram do meio de tabela e o puseram numa posição quase certa de classificação à liguilla pré-Libertadores. Entre os grandes resultados obtidos estão um 3 a 0 no arquirrival Racing e um 2 a 0 no próprio River campeão da América.
Mas o Santa Fe mereceu a vaga, e mostrou que também está pronto para encarar o River (e o Huracán e o Luqueño, claro). Se na Argentina havia feito uma partida consistente e inteligente, em Bogotá correu poucos riscos. Não partiu para cima do Independiente numa pressão desenfreada, mas soube valorizar a vantagem em casa mesmo sem a bola, ao manter o time de Pellegrino longe de sua área. Teve ainda em Morelo e Quiñones duas opções letais para o contragolpe. Curiosamente, abriu o placar numa bola parada, um escanteio bem aproveitado pelo zagueiro Meza.
Na etapa final, a entrada de Cebolla Rodríguez acendeu o time argentino, que enfim resolveu agredir o adversário, abrindo espaços para o contra-ataque. Foi aí que os colombianos pecaram: faltou eficiência para definir a parada. Mesmo assim, a defesa se segurou bem. Benítez e Vidal estiveram pouco inspirados, Vera não teve companhia para tabelar e Lucero entrou mal no jogo. Foi através de Cebolla que veio o empate, num lance quase acidental, e já tarde demais. Apenas para criar uma tensão nos 90 segundos finais, e os torcedores locais lembrarem que estavam diante de um grande e tradicionalíssimo adversário - que, ainda assim, decepcionou neste mata-mata.
Se o Independiente claramente podia mais, o Santa Fe evidentemente anda perto de um título continental. Vem beliscando um há horas: em 2011, levava a classificação fora de casa até os acréscimos contra o Vélez, mas deixou de chegar à semifinal da Sul-Americana por sofrer um gol tardio; em 2013, caiu nas semifinais da Libertadores para o Olimpia. Agora, chega entre os quatro melhores da Sul-Americana com total favoritismo diante do modesto Luqueño. As chances de título são enormes: mesmo inferior ao River, verá o time argentino bem mais focado no Mundial de dezembro que num suposto bicampeonato. Mesmo muito bem, o Santa Fe ainda está, digamos, alguns bons degraus abaixo do Barcelona, certo?
A obrigatoriedade do confronto de times do mesmo país nas semifinais facilita a vida da equipe de Bogotá rumo à decisão, mas a trajetória demonstra claramente que estamos diante de um grupo acostumado a superar adversários de tradição. O Santa Fe já tirou desta Sul-Americana, além do Independiente, outro multicampeão, o Nacional uruguaio. São dez títulos de Libertadores deixados para trás, portanto. Em 2013, passou pelo Grêmio na Libertadores, e neste ano foi líder de um grupo com outros dois campeões, Atlético Mineiro e Colo-Colo, além de por pouco não deixar o Internacional pelo caminho. Não treme diante de uma camisa pesada, portanto.
E agora vem obtendo sucesso sem Omar Pérez: o craque argentino, símbolo maior deste time, nem banco pegou ontem. Assim como D'Alessandro no Inter, o camisa 10 começa a sofrer um processo de substituição na equipe. Tem sido bom para os colombianos, que eram bem mais dependentes dele do que os colorados de D'Ale.
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Ficha técnica
Copa Sul-Americana 2015 - Quartas de final - Jogo de volta
29/outubro/2015
SANTA FE 1 x INDEPENDIENTE 1
Local: El Campín, Bogotá (COL)
Árbitro: José Argote (VEN)
Público: 40.000
Gols: Meza 29 do 1º; Zapata (contra) 46 do 2º
Cartão amarelo: Gordillo, Mancuello, Diego Rodríguez e Pellerano
SANTA FE: Zapata (5), Anchico (6), Mina (5,5), Meza (6,5) e Balanta (6); Gordillo (6), Salazar (6), Roa (5,5) (Rodríguez, 33 do 2º - sem nota) e Seijas (6,5) (Soto, 43 do 2º - sem nota); Quiñones (6,5) (Miguel Borja, 32 do 2º - sem nota) e Morelo (6,5). Técnico: Gerardo Pelusso
INDEPENDIENTE: Diego Rodríguez (5,5), Toledo (5), Pellerano (4,5), Cuesta (5,5) e Tagliafico (5,5) (Lucero, 22 do 2º - 4,5); Ortíz (5,5) (Aquino, 32 do 2º - sem nota), Vitale (5) e Mancuello (6); Vidal (4,5) (Cristian Rodríguez, intervalo - 6), Vera (5,5) e Benítez (5). Técnico: Mauricio Pellegrino
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