D'Alessandro, um ilustre reserva do Inter de Argel

D'Ale será reserva em Goiânia (foto: Ricardo Duarte/Inter)
Hoje Argel deixou claro o que os últimos dois jogos já davam como pista: pela primeira vez desde que chegou ao Beira-Rio, há sete anos, D'Alessandro é reserva. Pode ser por questão física, pode ser algo momentâneo, mas há duas semanas o argentino se apresenta recuperado de sua hérnia de disco, treina normalmente, concentra, enfim, mostra-se pronto para o combate. Hoje, no coletivo que encaminhou o time que pegará o Goiás domingo, trabalhou entre os reservas de novo.

O curioso é que isso não causa nenhum tipo de comoção. Primeiro, claro, pelos bons resultados recentes da equipe. A estatística apontava, antes mesmo das vitórias sobre Flamengo e Joinville, que o Internacional se sai melhor em 2015 sem D'Ale que com ele. O Colorado não sente falta de seu maior símbolo. E isso é ótimo: boa parte dos problemas rubros nos últimos anos se deve a uma exagerada dependência do craque - a situação ficou tão célebre que chegou a ser batizada, com o nome de D'Aledependência.

Com D'Alessandro aos 34 anos de idade, é fato que o Inter precisa planejar em como substituí-lo. Argel tem o mérito de ser o primeiro técnico que aparentemente parou para pensar nessa transição obrigatória, embora não haja ainda um substituto confiável. Anderson não vem dando resposta razoável (embora tenha melhorado em relação a si mesmo), mas é o que o grupo oferece neste momento. A insistência de Argel no ex-gremista talvez se dê em função disso também. Há ainda outras duas razões: o medo de mexer no que vem dando resultado e um dogma estabelecido por Aguirre, o de que D'Ale e Alex não devem jogar juntos, para não deixar o time lento demais.

Mas é inegável que Argel, pelo menos por enquanto, vem conduzindo esta questão com grande habilidade. Ao mesmo tempo em que ressalta como D'Alessandro é importante para o grupo, mantém sua convicção de momento e não o escala pelo nome, no canetaço. Se os resultados obtidos forem positivos, como têm sido, ganha um grande respaldo. Afinal, consegue fazer o time melhorar sem seu craque, e ainda mantém o grupo na mão com a atitude. Atitude corajosa e correta do ponto de vista coletivo. A postura de aceitação do argentino a esta decisão também ajuda, claro.

Mas claro que não é apenas uma questão de convicção: a parte física pode estar pesando também. Vale a pena contar com um D'Ale sem tanto ritmo de jogo para iniciar ou é melhor colocá-lo no segundo tempo das partidas? Por outro lado, mesmo com bons resultados recentes, o Inter está em posição de abrir de um jogador deste calibre técnico? Certamente não, mas são questões que podem estar sendo pensadas jogo a jogo, de acordo com os adversários. Bem como Argel gosta de repetir semanalmente.

Em tempo:
- Roger testou três alternativas para a vaga de Maicon. Pelo fim do treino, parece que a opção será pela segurança: Marcelo Oliveira jogando no meio e o correto Marcelo Hermes compondo a lateral esquerdo. Recuar Giuliano seria perder força ofensiva, e escalar William Schuster para jogar com Moisés seria compor um meio com dois jogadores de pouca presença no time titular. Melhor optar pela experiência neste caso.

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