Chegou a hora de Grêmio e Inter enfrentarem dureza na Copa do Brasil

Depois de dar a sorte de encarar Coritiba e Ituano nas oitavas de final, Grêmio e Internacional terão de penar para recolocar um representante do futebol gaúcho na final da Copa do Brasil, algo que não acontece desde 2009. Não apenas por seus adversários das quartas, mas pelo resto do chaveamento: os dois franco-atiradores, Vasco e Figueirense, caíram do lado de lá, o que significa clássico ou concorrente ao G-4 nas duas etapas que restam até a decisão da competição.

A vida do Inter, também por conta de seus próprios problemas, é a mais complicada de todas. Gre-Nal à parte, nenhum adversário para qualquer dos dois gaúchos seria mais pedregoso do que o Palmeiras. Marcelo Oliveira é um técnico que se forjou entre os grandes do nosso futebol à base de grandes campanhas com o Coritiba justamente na Copa do Brasil - ele foi vice-campeão de três das últimas quatro edições do torneio. O Verdão tem uma equipe forte e um elenco que, dentre os oito que sobraram, é o de mais reposição, algo importante quando as duas competições afunilarem. Tem tradição no torneio, um fator local forte e, principalmente, um time mais consolidado e melhor que o do Inter no momento. Só o bom retrospecto histórico do Colorado diante do time paulista é que anima, mas isso conta pouco.

Claro, até 23 de setembro serão mais de três semanas para as coisas mudarem, para Argel fazer seu time evoluir e chegar a um patamar melhor. A grande sorte do Inter é essa: os jogos não serão agora. Se fossem, a tendência era de classificação palmeirense - embora seja clássico nacional, clubes de grandeza semelhante e, principalmente, um mata-mata, onde nem sempre o melhor passa. De toda forma, é um parada duríssima. Principalmente porque o primeiro jogo é em casa, o que obriga um resultado positivo mais cedo.

O Grêmio não pegou o adversário mais duro, nem o segundo (São Paulo), nem seu rival, nem o que vive melhor momento de todos (Santos). Ainda assim, em tese, seu confronto com o Fluminense é o mais equilibrado dos quatro que teremos nas quartas de final. É verdade que o Tricolor Gaúcho vem fazendo um campeonato melhor, vive um momento melhor, mas considerá-lo favorito, mesmo decidindo em casa, é um exagero. O Flu tem peças individuais capazes de desequilibrarem uma partida em um lance, e isso pode pesar bastante num confronto de ida e volta. Porém, mesmo que o time de Roger talvez esteja um passinho à frente dos cariocas, pensem na semifinal: um Inter querendo se vingar do 5 a 0 ou um Palmeiras muito forte. O caminho até a decisão só não é mais duro que o do Colorado porque o Grêmio, hoje, tem um time melhor do que o de seu rival. As dificuldades, porém, serão muito semelhantes.

O sorteio de hoje não marcou nenhum clássico para a próxima fase, e não foi nada parelho. Enquanto quatro gigantes farão brigas históricas de um lado, de outro teremos São Paulo e Santos com destacado favoritismo sobre Vasco e Figueirense. A tendência, aquela senhora muitas vezes desmentida na Copa do Brasil, aponta para um San-São na semifinal. Eis outra dificuldade que a Dupla Gre-Nal, passadas as agruras das quartas e das semifinais, terá de encarar.

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