Ainda é cedo para restringir a briga do Brasileirão a Corinthians e Galo, mesmo com ambos fora da Copa

Bastou Corinthians e Atlético Mineiro caírem na última quarta-feira para as mais apressadas projeções terem início: "fora da Copa do Brasil, o Timão e o Galo agora vão se dedicar só ao Brasileiro, e vai ficar difícil tirar a taça deles". O meia Renato Augusto, da equipe paulista, chegou a dizer que esse era o lado bom de sair da Copa do Brasil. Porém, é mais consolo que propriamente um benefício.

Corinthians e Atlético são os favoritos ao título brasileiro por outras razões, em especial a pontuação. Mas retirar o Grêmio desta briga ou excluir a possibilidade de Palmeiras, São Paulo ou Fluminense arrancarem de trás e eventualmente incomodarem também ainda é precipitado. Afinal, a Copa do Brasil será esquecida por quem a disputa até o dia 23 de setembro, quando se iniciam as quartas de final. Até lá, o ritmo para todos os times é o mesmo: jogos às quartas-feiras e domingos, sem folga. Não há vantagem alguma no calendário para ninguém nos próximos 25 dias, ou sete rodadas. Estes 21 pontos, mais do que a concorrência de competições, é que serão decisivos.

Mesmo quando ocorrerem as quartas de final, a ideia de que a disputa da Copa do Brasil em paralelo ao Brasileiro prejudica perderá força por conta da parada de dez dias entre 4 e 14 de outubro, que ocorrerá devido ao começo das eliminatórias. Naquele período, todos os clubes terão dez dias para treinar, se recuperar fisicamente e readquirir as últimas forças para a maratona final de jogos. Aí sim, mesmo com esta parada, as pernas podem pesar: quem chegar à final da Copa do Brasil terá 13 jogos até dezembro, contra nove de quem só joga o Brasileiro. Porém, quem garante que muitos desses times que disputam o G-4 não vão cair nas quartas?

Como jogaram as oitavas da Copa do Brasil, Corinthians e Atlético sofrerão o mesmo que os concorrentes até o próximo dia 23. Setembro é o mês em que as definições das disputas ganharão contornos mais definitivos. Porém, ainda que seja cedo, é possível dizer que estes dois times são os principais candidatos por outro motivo, mas físico. O Timão já fez 49 jogos em 2015, o Galo 45 e o Grêmio 47. Os gaúchos, porém, são os mais esgotados, pois possuem elenco menor e um estilo que exige demais de suas peças. Os mineiros são os que menos jogaram e os que têm maior capacidade de reposição. Isso deve aproximá-los dos paulistas, e possivelmente afastá-los do Tricolor na disputa - se o momento técnico atual superior do Grêmio não prevalecer como vem prevalecendo, claro. Mas por conta de uma temporada inteira, não de um setembro que será praticamente igual para todos.

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