O Central mostrou em campo sua superioridade em clássicos e na tabela sobre o Newell's



O Rosario Central vive, definitivamente, um período de supremacia na comparação com seu eterno rival. O clássico deste domingo, na casa do Newell's Old Boys, provou isso: melhor na tabela do Campeonato Argentino, o time de Eduardo Coudet não se intimidou com o Coloso del Parque lotado nas cores vermelho e preto, impôs seu melhor futebol desde o início e aumentou sua série invicta em clássicos. Já são agora sete anos sem perder para os leprosos.

O placar foi de 1 a 0 apenas, o Newell's perdeu grandes chances nos minutos finais, mas a diferença entre os rivais foi muita. Tecnicamente são dois times equilibrados, mas o Central se mostrou mais organizado. Com uma atuação impecável dos volantes Musto e Domínguez, e uma intensa movimentação dos meias Delgado e Cervi, controlou a meia-cancha a tarde toda. O gol de Rubén, artilheiro do campeonato, até tardou a sair: 22 minutos do segundo tempo, quando a equipe visitante já fazia há horas por merecer a vantagem.

Domínguez lança , Fernández fura e Rubén não perdoa: 1 a 0
A aproximação e o entrosamento de todos, incluindo aí os laterais Alvarez e Villagra, facilitava as coisas e isolava o time do Newell's em fragmentos. É verdade que houve jornadas particularmente infelizes na equipe mandante, como as pobres atuações do experiente lateral Casco e do meia Denis Rodríguez, mas o predomínio tático do Central foi flagrante. Na etapa inicial, a equipe da casa teve quatro oportunidades de gol apenas, sendo três delas em chutes de Ignacio Scocco. Jogada trabalhada? Quase nenhuma. Com laterais inoperantes e meias pouco participativos, o Newell's em nada lembrou o time que massacrou o Racing duas semanas atrás.

Os números tornam a superioridade azul e dourada ainda mais flagrante: o Central criou 12 chances de gol, o Newell's apenas 6; foram 21 arremates a 9; 30 desarmes contra apenas 14, sendo 17 faltas a 23. Ou seja: o time visitante criou mais, concluiu muito mais e marcou muito melhor que seu adversário. Os destaques individuais do clássico foram todos do Central: começa na perfeita atuação da zaga formada por Donatti e Pinola, passa pela já citada dupla de volantes (o passe de Nery Domínguez para Rubén marcar foi absolutamente genial), por Delgado, pelos laterais. Os leprosos viveram de lampejos de Scocco e Maxi Rodríguez; os canallas, por sua vez, foram consistentes sempre, e em todos os setores. Resultado incontestável.

Esquemas semelhantes, mas com execuções bem diferentes
A derrota foi dura para o Newell's por diversos aspectos. Primeiro, claro, por ser no clássico mais ferrenho do futebol argentino, onde nenhum jogador teve coragem de virar casaca nos últimos 31 anos. Parecia fim de campeonato: enquanto os atletas azuis pulavam abraçados após o apito final de Néstor Pitana, alguns de vermelho saíram chorando de campo. A rivalidade por lá é algo sem comparação no futebol brasileiro.

O segundo motivo foi superioridade flagrante do Central, em todos os aspectos e todos os momentos da partida. Mas o principal se dá em termos de tabela: este era o jogo para confirmar a reação da equipe no campeonato e encostar na zona de classificação para a Libertadores. Porém, em vez de diminuir para dois pontos a vantagem do Central, o Newell's viu o rival abrir oito: agora são 35 contra 27, e os últimos ocupantes da zona, Racing e Belgrano, têm 33. Faltando 12 rodadas, ainda é possível, mas nada simples. Principalmente porque o time de Lucas Bernardi jogou muito pouco para quem quer disputar algo de mais nível na competição.

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