Vibração, a chave de Luxa para o Cruzeiro quebrar o tabu em clássicos
Quando um técnico chega, é clichê dizer que o time voltou a vencer pela motivação pela chegada de um novo comandante. Tudo isso é mesmo uma verdade: o Grêmio foi bem nos dois primeiros jogos de Roger, o São Paulo fez um de seus melhores jogos no ano na estreia de Osorio e o Cruzeiro, com Luxemburgo, já ganhou duas. No caso dos mineiros, então, a verdade é dupla, pois somente uma mudança de postura faria a equipe se impor ao Atlético no Independência, e as próprias mudanças efetuadas pelo novo treinador foram em direção ao que andava faltando à Raposa: sangue nas veias.
Charles, por exemplo. É um jogador menos técnico que Henrique, mas muito mais participativo - tanto que marca seus golzinhos de vez em quando. Ontem, ele deu a consistência que andava faltando ao meio-campo azul desde a saída de Lucas Silva, e ainda permitiu a Willians jogar na sua, que é de segundo homem, tendo um pouco mais de liberdade para sair. Willians foi um dos melhores em campo, e iniciou, marcando adiantado, a jogada do terceiro gol, uma verdadeira pintura de Marquinhos.
A opção por Alisson também foi interessante. Em cima de Patric, lateral que apoia melhor do que marca (embora ontem tenha ido mal nas duas tarefas), ele foi a principal peça de ataque da Raposa na primeira etapa. O Cruzeiro já havia feito um primeiro tempo no mínimo igual, para não dizer até um pouco superior ao rival: marcou bem, não deu espaço para o quinteto ofensivo do Galo executar suas envolventes tramas, e tomou um gol irregular. Deu a sorte de ver Jemerson marcar contra. E, curiosamente, foi a partir da saída de Alisson que a Raposa tomou conta de vez do jogo. Tudo pela entrada de Gabriel Xavier.
Vibração ajudou o Cruzeiro a dominar o primeiro tempo, mas Marquinhos caiu de produção centralizado |
E este futuro, apesar de tudo, não entrou em campo ontem, mas no ano passado. O maior erro de Marcelo Oliveira neste ano foi ter desfeito o esquema com dois meias para colocar somente um centralizado e usar Willians e Marquinhos abertos demais. A chave está em repetir o esquema do ano passado, quando a aproximação de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart foi a chave para o bi brasileiro: neste caso, teríamos Gabriel Xavier (ou Arrascaeta, que evidentemente não pode ser arquivado) um pouco mais pela esquerda, Marquinhos um pouco mais pela direita, e Willian ou Alisson ao lado de Leandro Damião, um pouco mais adiantados. Luxa adora o 4-4-2, e Marcelo Oliveira já o utilizou desta forma. Por que não tentar?
Um possível Cruzeiro no 4-4-2, a la 2014: Mena sobe menos para cobrir as subidas-surpresa de Willians, dois meias mais abertos na criação e Willian mais próximo a Leandro Damião no ataque |
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