Um ótimo começo



Palmeiras e Atlético-MG deram uma ótima largada ao Campeonato Brasileiro de 2015. A partida no Allianz Parque foi movimentada, com bom público e apresentou dois bons times. E os reservas do do Galo, apesar de terem arrancado um empate fora de casa contra uma equipe forte, saem de campo com mais motivos para lamentar o 2 a 2 que para comemorá-lo.

É bom que se diga que o time mineiro, embora tenha poupado 10 dos 11 titulares, entrou em campo com uma bela escalação. Josué, Jô, Cárdenas e Maicosuel, para citar apenas quatro dos suplentes, seriam titulares em boa parte das equipes desta Série A. Oswaldo de Oliveira disse antes da partida esperar dificuldades, mas algumas não vieram só do adversário, mas de seus próprios erros. O principal deles, inverter o posicionamento de Rafael Marques e Gabriel Jesus. O primeiro atuou aberto, o segundo pelo meio, forçando características que não são as suas.

Favorito em tese antes do jogo, o Palmeiras tomou a iniciativa no primeiro tempo. A estratégia atleticana era clara: segurar e especular nos contra-ataques. O time paulista teve algumas boas chegadas, em especial no final do primeiro tempo, mas em geral teve grandes dificuldades para levar perigo. Valdivia não foi mal, mas não teve a intensidade que ser o único criador lhe exige. Dudu, por sua vez, teve uma jornada muito infeliz, errando tanto passes quanto conclusões (como de costume). As saídas de trás de Robinho e as subidas dos alas, especialmente de Lucas, eram as alternativas.

Foi do Atlético-MG, porém, a melhor chegada da etapa inicial, em tabelamento de Jô com Maicosuel, que bateu para grande defesa de Fernando Prass. Talvez esse tenha sido o papo de Levir Culpi no vestiário: se forçar um pouco mais, o Galo poderia vencer. Aproveitando espaço nas costas de Zé Roberto, Patric abriu o placar logo após o intervalo. O gol em nada mudava o panorama do jogo: o Verdão seguia tomando a iniciativa, e o time de Minas contragolpeando. Só que agora a obrigação era ainda maior, e o tempo bem menor para o Palmeiras.

Com um trabalho competentíssimo de marcação capitaneado pelos volantes Josué e Eduardo, o Atlético-MG tinha o jogo sob controle. Agora com o veloz Carlos na vaga de Cárdenas, os ataques em velocidade eram cada vez mais perigosos. Porém, o Palmeiras achou o empate num escanteio, em linda subida de Vitor Hugo em meio à zaga mineira. Logo, porém, o Galo fez o 2 a 1 do mesmo modo que havia feito o primeiro gol: aproveitando buracos na defesa palmeirense. Desta vez, um espaço enorme à frente da área, aproveitado por Carlos e Josué, que serviu Jô livre. Parecia o fim, até Rafael Marques, no lugar que deveria ter atuado a noite toda, empatar aos 49'42", a 18 segundos do fim do jogo. Um gol feito na marra, com pouca organização, na base do coração.

Fica claro que o Palmeiras passa por uma certa instabilidade após a dolorosa perda do Paulistão nos pênaltis para o Santos. Hoje, o time de Oswaldo de Oliveira apresentou problemas de criação, contenção e organização tática. Mas não está tudo errado, longe disso: tudo isso se deveu principalmente por conta da ansiedade, que era visível a cada erro em tentativas de ataque. O Atlético-MG, por sua vez, manteve sempre a organização e mostrou, mesmo desentrosado, ser uma equipe mais madura. Entrou no Allianz Parque como zebra e saiu dele lamentando dois pontos perdidos.

Em tempo:
- Depois de empatar em 2 a 2 no último lance contra o Internacional na quarta-feira, o Galo sofre um empate em 2 a 2 do mesmo modo hoje. O mundo é uma bola que gira...

- Se o Brasileirão acabasse agora, a Chapecoense seria campeã. É importante fazer esta constatação, pois não sabemos quando ela poderá ser realizada novamente.

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Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2015 - 1ª rodada
9/maio/2015
PALMEIRAS 2 x ATLÉTICO-MG 2
Local: Allianz Parque, São Paulo (SP)
Árbitro: Felipe Gomes da Silva (PR)
Público: 28.781
Renda: R$ 2.004.965,00
Gols: Patric 5, Vitor Hugo 36, Jô 40 e Rafael Marques 49 do 2º
Cartão amarelo: Gabriel, Robinho, Jô, Patric e Josué
PALMEIRAS: Fernando Prass (6,5), Lucas (6), Victor Ramos (5,5), Vitor Hugo (6) e Zé Roberto (5,5); Gabriel (5) (Alan Patrick, 25 do 2º - 4,5), Robinho (5,5) e Valdivia (5,5) (Egídio, 14 do 2º - 5,5); Rafael Marques (5,5), Gabriel Jesus (5,5) e Dudu (4,5) (Kelvin, 25 do 2º - 5,5). Técnico: Oswaldo de Oliveira (4,5)
ATLÉTICO-MG: Victor (6), Patric (6), Edcarlos (5,5), Tiago (5,5) e Pedro Botelho (6); Josué (7), Eduardo (6,5) (Danilo Pires, 33 do 2º - 5), Cárdenas (5,5) (Carlos, 13 do 2º - 6), Giovanni Augusto (5) (Dodô, 23 do 2º - 5) e Maicosuel (6,5); Jô (7). Técnico: Levir Culpi (6,5)

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