Quem é quem no Brasileirão 2015 - Parte V

SANTOS (7,1 - 9º)
Elenco: é desequilibrado. Do meio para a frente, sobram boas opções, mas em geral são veteranos ou meninos. Do meio para trás, há escassez de qualidade em determinados lugares até mesmo para titularidade. 6

Ataque: com Elano, Lucas Lima, Geuvânio, Robinho e Ricardo Oliveira, o Peixe tem um poder de fogo, inclusive em relação à criação de jogadas. 8

Defesa: sem Aranha, Edu Dracena, Mena e Arouca, a espinha dorsal defensiva perdeu qualidade. No Paulistão, porém, mostrou sem bem montada. Resta saber se num Brasileiro longo confiar nos novos nomes será suficiente. 7

Técnico: por falta de opções, o Peixe efetivou Marcelo Fernandes após a queda de Enderson Moreira. Ele conhece o elenco, mas ainda não tem experiência de Série A comandando um time do tamanho do Peixe. 5

Tradição: bicampeão brasileiro e um dos poucos que nunca caiu, o Santos está no G-4 do Brasileirão por pontos corridos. 8

Últimos Brasileiros: a última vez que pegou G-4 foi em 2007. De resto, só campanhas medianas, mesmo quando tinha o timaço de Neymar e Ganso. 6

Início de ano: afundado em dívidas e vivendo sua pior crise financeira das últimas décadas, o Santos surpreendeu muita gente ao conquistar o título paulista. 8

Momento do clube: dentro de campo, tudo em paz. Fora dele, muitas contas a pagar. O futuro só não parece mais sombrio porque a meninada da base, como sempre, dá conta do recado. 7

Fator local: a acanhada Vila Belmiro, quando recebe pelo menos 10 mil pessoas, é um paradigma de alçapão. 8

Foco no campeonato: sem elenco para brigar por título, o Peixe deve focar a Copa do Brasil ao longo do ano. Enquanto ela não esquenta, uma boa campanha no Brasileirão é a meta. 8


SÃO PAULO (7,4 - 7º)
Elenco: o São Paulo já teve grupos mais poderosos que o atual, mas há bons jogadores em praticamente todas as posições no Morumbi. 8

Ataque: embora o momento não seja exatamente dos melhores, ter Michel Bastos e Ganso para abastecer Luís Fabiano e Alexandre Pato é sempre uma perspectiva animadora. 9

Defesa: Rogério Ceni não é mais aquele, a zaga bate cabeça com certa frequência, mas com os jogadores que possui o Tricolor tem condições de sobra de construir uma defesa segura. 8

Técnico: Milton Cruz não é convicção da direção, mas sim o interino que vai ficando enquanto alguém mais experiente não chega. 5

Tradição: ao lado do Flamengo, é o clube que mais vezes ganhou o Brasileiro. Além dos seis títulos, tem seis vice-campeonatos e lidera a era dos pontos corridos com folga. 10

Últimos Brasileiros: dominador na última década, o São Paulo, atual vice-campeão brasileiro, em geral mantém o alto nível de suas campanhas. O mau campeonato de 2013 foi uma exceção na trajetória. 8

Início de ano: sem assimilar a saída de Kaká, o Tricolor perdeu quase todos os clássicos que disputou em 2015. Passou raspando na Libertadores e foi eliminado na semifinal do Campeonato Paulista. 6

Momento do clube: modelo de dirigente até pouco tempo atrás, Juvenal Juvêncio é protagonista de uma gestão falastrona e que tomou vários decisões equivocadas ou não condizentes com a grandeza do clube. 6

Fator local: o Morumbi nunca foi um caldeirão, mas a torcida do São Paulo normalmente comparece em bom número. O problema é que, com estádio grande, é preciso muita gente para que o adversário sinta pressão. 8

Foco no campeonato: no momento, a prioridade é a Libertadores. O elenco é bom, mas não tão numeroso a ponto de fazer o clube ir bem em duas competições simultâneas de alto nível. 6


SPORT (6,3 - 12º)
Elenco: ter o melhor elenco do Nordeste não significa dizer que o Sport está preparado para ir longe no Brasileiro. Mas o grupo conta com experiência em todas as funções. 5

Ataque: um dos problemas do bom time de 2014, parece resolvido neste ano. Apesar da doída eliminação para o Salgueiro, o time marcou muitos gols no estadual. Com Hernane chegando, promete dar trabalho. 7

Defesa: desde a chegada de Eduardo Baptista, o Leão quase sempre teve atuações seguras lá atrás. 7

Técnico: as eliminações de começo de ano foram uma forte turbulência, mas a verdade é que Eduardo Baptista vem fazendo, em termos gerais, um belo trabalho na Ilha do Retiro. 7

Tradição: campeão em 1987 (não entramos no mérito da eterna briga com o Flamengo), o Sport é sempre uma das principais forças do Nordeste brasileiro, mas não faz um bom Brasileiro há 15 anos. 5

Últimos Brasileiros: depois de alternar quedas e subidas, a equipe foi relativamente bem 2014. O último bom campeonato, porém, foi em 2000, quando chegou às quartas de final. 5

Início de ano: vinha fazendo um belo começo de temporada até cair no estadual e na Copa do Nordeste. Resta ver se era só um mau momento ou vai virar crise. Os 2 a 0 sofridos diante da Chapecoense na Copa do Brasil são um péssimo indicativo. 5

Momento do clube: é o único time nordestino na Série A, mas ainda não consegue competir em termos de investimento com grandes de outras regiões do país. 6

Fator local: a Ilha do Retiro é normalmente um campo difícil de se jogar, e o Sport costuma ter ótimas médias de público por lá. 8

Foco no campeonato: embora a Copa do Brasil exija atenção total após a derrota complicada para a Chapecoense, não dá para o Sport começar descuidando do Brasileiro, pois recuperar terreno perdido é complicado diante de suas circunstâncias. 8


VASCO (6,9 - 11º)
Elenco: o Vasco tem muito mais quantidade que qualidade em seu grupo de jogadores, mas ele é razoável para iniciar a Série A sem grandes riscos. 5

Ataque: há bons preparadores de jogada, como Dagoberto, Rafael Silva, Bernardo e Éder Luís, mas o time carece de um matador confiável. 6

Defesa: mesmo com algumas carências, Doriva fez do Vasco 2015 um time defensivamente seguro. A zaga é bem protegida por volantes experientes, como Guiñazú, Sandro Silva e Diguinho. 7

Técnico: Doriva faz um bom trabalho, mas o Vasco será seu primeiro desafio de Série A em time grande. Ainda é uma aposta, portanto. 6

Tradição: apesar da queda de rendimento nos últimos dez anos, o Vasco merece o respeito de já ter sido campeão brasileiro quatro vezes. 9

Últimos Brasileiros: apesar de ter sido vice-campeão em 2011 e 6º em 2012, o Vasco caiu duas vezes desde 2008. 5

Início de ano: por mais controverso que seja, Eurico Miranda é carismático e ajuda a elevar o ânimo do time e da torcida. O título carioca depois de 12 anos deixa São Januário em alto astral para iniciar o campeonato. 8

Momento do clube: dentro de campo, a fase é de reabilitação da autoestima vascaína, com a conquista do título estadual. Fora dele, Eurico Miranda diz que o "respeito voltou". Nada a declarar. 7

Fator local: São Januário é um campo acanhado. Se o Vasco estiver forte, dificilmente será batido lá. 8

Foco no campeonato: sem elenco para disputar título, a opção pelo mata-mata pode ser feita no segundo semestre. Ainda assim, retornar à primeira divisão já é em si um grande atrativo para o Vasco este ano. 8

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