O que vai ficar de Maceió



É claro que o CRB não é exatamente o parâmetro mais confiável, mas o futebol apresentado pelo Grêmio nos primeiros 45 minutos de jogo em Maceió foi o que de melhor a equipe fez em toda temporada 2015. Um time compacto, forte na marcação e insinuante na frente. Tudo porque Luiz Felipe se desfez de alguns "dogmas", a começar pela mudança de esquema e, principalmente, por ter uma verdadeira dupla de ataque, com Luan atuando no comando dela.

O CRB, mais do que ser o campeão alagoano, é um time que está na Série B. Portanto, é melhor que a imensa maioria dos times do Gauchão. E o Grêmio, que apresentou dificuldades em vários jogos do estadual, mesmo em tempos mais recentes, não tomou conhecimento do adversário no primeiro tempo. Com Marcelo Oliveira e Walace mais posicionados, Maicon foi mais meia do que nunca, mas combatendo como volante quando o time não tinha na bola. Chegava para armar com qualidade, tanto que o segundo gol foi passe seu.

O melhor, porém, foi a dupla de ataque. Com Luan em geral centralizado, fazendo o "falso nove" que pedimos há meses no Carta na Mesa, o time ganhou em velocidade e opções na frente. No primeiro gol, surgiu de trás e bateu com frieza. Mais tranquilo, o time se postou mais atrás, esperou o CRB e definiu a parada antes do intervalo, com dois gols de Pedro Rocha, o atacante que foi arquivado durante boa parte do Gauchão sem grandes explicações, mas que havia tido bom desempenho. Em 43 minutos, fez mais gols do que Braian Rodríguez em 12 jogos.

O segundo tempo foi preguiçoso, e o Grêmio quase colocou a classificação em risco. Se diante da Ponte Preta a queda ocorreu devido a um pavor pela pressão adversária, desta vez parece ter havido um relaxamento mesmo. Seja como for, é algo a se corrigir. Temendo expulsão, Felipão tirou Pedro Rocha e, em vez de colocar peça de igual ofensividade, como Everton, fechou o time com Fellipe Bastos - que entrou bem, mas sinalizou que os alagoanos poderiam atacar que o contragolpe já não seria mais tão perigoso. Houve o gol de desconto, mas a entrada de Everton e Douglas devolveu ao Grêmio um pouco mais de força na frente, causando preocupação no time da casa, que não mais atacou.

O Grêmio se classifica na ida, o que não era tão previsível, dada a qualidade razoável do CRB, não demonstrada hoje em campo. O importante, porém, é que algumas coisas certamente vão ficar de Maceió: os três volantes (ou Maicon como meia), Luan no comando do ataque e, claro, Pedro Rocha. Talvez por aí esteja a pista para a remontagem do Tricolor para as próximas rodadas do Campeonato Brasileiro.

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Ficha técnica
Copa do Brasil 2015 - 2ª fase - Jogo de ida
13/maio/2015
CRB 1 x GRÊMIO 3
Local: Rei Pelé, Maceió (AL)
Árbitro: Marielson Alves Silva (BA)
Público: 8.074
Renda: R$ 107.232,00
Gols: Luan 12 e Pedro Rocha 36 e 43 do 1º; Maxwell 25 do 2º
Cartão amarelo: Zé Carlos, Daniel Marques, Pedro Rocha, Matías Rodríguez e Marcelo Grohe
CRB: Júlio César (5,5), Paulo Sérgio (4,5), Audálio (4,5), Daniel Marques (4) e Gleidson Souza (5); Glaydson Almeida (4,5), Olívio (5,5), Leandro Brasília (5) (Gérson Magrão, 28 do 2º - 5) e Fernando (5,5); Maxwell (6) (Bruno Nascimento, 39 do 2º - sem nota) e Zé Carlos (4,5) (Daniel Cruz, intervalo - 6). Técnico: Alexandre Barroso (4)
GRÊMIO: Marcelo Grohe (6), Matías Rodríguez (5,5), Geromel (6), Rhodolfo (6,5) e Júnior (6); Marcelo Oliveira (6), Walace (5,5), Maicon (6,5) (Douglas, 24 do 2º - 6) e Giuliano (6); Pedro Rocha (7,5) (Fellipe Bastos, 20 do 2º - 6) e Luan (7) (Everton, 42 do 2º - 4,5). Técnico: Luiz Felipe (6,5)

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