Um rebaixamento por ano

A crise da Portuguesa só não é a maior dentre os clubes paulistas de porte porque o Guarani, que disputa a segundona paulista (onde é apenas o 9º colocado) e a terceirona nacional, acaba de perder o seu maior patrimônio: o Estádio Brinco de Ouro. Mas a Lusa vai chegando ao mesmo fundo do poço que o Bugre frequenta há anos: o Canindé sofre com especulação imobiliária e o time acumula rebaixamentos. Será rival do Guarani na Série C deste ano e na Série A-2 estadual de 2016.

Ontem, ocorreu o quarto rebaixamento em quatro anos da Portuguesa. Em 2012, recém-promovida à elite nacional com o time que ficou conhecido como Barcelusa (com Xavi Antônio, Ananiesta, Lionedno Messi e outras blasfêmias maravilhosas), caiu para a segundona do estadual. Recuperou-se, permaneceu na elite brasileira naquele ano, mas o Caso Héverton fez tudo degringolar de vez. Na verdade, a análise interna é de que ele apenas apressou uma decadência inevitável.

Em frangalhos, a equipe chegou completamente despedaça para jogar a Série B. Em 2006, se salvou na última rodada, num jogo dramático contra o Sport, em Recife. No ano passado, nem sequer houve drama, e a queda se deu de forma antecipada. Em julho ou agosto o rebaixamento estava, na prática, consumado.

Ontem, ao levar 3 a 0 do São Paulo no Morumbi, a Portuguesa completou cinco jogos sem marcar gols, e nove sem vencer. O detalhe é que a estreia da equipe no Paulistão foi enganosa: ao vencer a Ponte Preta, time da primeira divisão nacional, em Campinas, visualizava-se um futuro não tão sombrio. No fim, viria apenas mais uma, contra o Bragantino (outro rebaixado), também fora de casa. Foram 2 vitórias, 7 empates e 6 derrotas. No Canindé, 4 empates e 3 derrotas em 7 jogos.

E nada indica uma luz no fim do túnel.

O jogo da noite
Não é Grêmio x Novo Hamburgo, claro que não. É Atlético-MG x Santa Fé o jogaço desta quinta, talvez o principal de toda semana. A necessidade de vitória existe para o Galo, e só ela mantém o time de Levir Culpi em situação ao menos razoável na briga para se classificar. É o preço que paga quem perdeu para o Atlas em casa. 

O Santa Fé, já disse aqui, tem time até superior ao semifinalista em 2013, mas pode ser eliminado na primeira fase porque o grupo é forte demais. Portanto, nada de páreo corrido: é jogo duríssimo, indefinido, onde nem mesmo uma vitória colombiana soa fora de esquadro. Começa às 21:45.

Às 19:30, para quem não tiver interesse no Gauchão, Estudiantes x Atlético Nacional é uma ótima pedida. Na verdade, até para quem gosta do nosso estadual é um cardápio mais interessante.

Vacinado
O Novo Hamburgo é experiente. Ter nomes como Magrão, Bolívar e Luís Mário ajuda o time do Vale dos Sinos a não sentir pressão, algo comum em times menores diante da Dupla Gre-Nal. Mas, sem Leandrão e Márcio, a situação se complica. O Grêmio é favorito por seu tamanho como clube e por jogar em casa, mas também porque é o time mais focado para ganhar o Gauchão. Já vem jogando com seriedade desde o início da competição, e, como se precisasse, ainda ganhou a vacina contra a soberba após o jogo de ontem no Beira-Rio. Noite de bom e decisivo duelo na Arena.

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