Truncado, conforme previsto
Juventude e Grêmio fizeram o jogo que se esperava no Alfredo Jaconi. Dois times de grande consistência defensiva que tinham tudo para fazer uma partida equilibrada, truncada e de muito contato físico. Um jogo com quase tantas chances de gol (dez) quanto cartões amarelos (nove), e que acabou decidido no detalhe, na qualidade individual, que é o que costuma fazer a diferença quando as coisas são mesmo equilibradas.
Na primeira fase, aquele empate em 0 a 0 na Arena foi bem mais aberto que o jogo de hoje. A diferença principal esteve no Grêmio. Conforme dizíamos hoje de manhã, o time jovem e inseguro daquele 23 de fevereiro se transformou numa equipe experiente e afirmada. O Grêmio não brilha, não goleia ninguém, mas consegue sempre o resultado que lhe convém, Hoje, passou por alguns problemas no início: a lesão de Ramiro, um chute de Douglas (o do Ju) de fora da área, um quase golaço de falta de Wallacer. Mas bastou abrir a vantagem no placar para o Tricolor controlar o jogo.
Controlar não significa dominar completamente as ações. Significa dizer que o Grêmio fez prevalecer o seu jogo em relação ao do adversário. O Juventude teve algumas chegadas perigosas na parte final do primeiro tempo, mas no segundo, quando precisava exercer mesmo uma pressão, jamais conseguiu se impor. Ramiro mal jogou na lateral direita, mas a opção por Fellipe Bastos se justificou pelo estilo de jogo, mais viril e de contato. O camisa 5 foi extremamente importante neste papel de se adonar das ações naquele setor, e teve a seu lado a qualificada saída de bola de Maicon, que fez seu melhor jogo desde que chegou à Arena.
O Grêmio não correu quase nenhum risco no segundo tempo, o que prova sua grande maturidade e qualidade defensiva, mas poderia ter levado mais perigo ao gol de Aírton - foi o jogo em que o time menos criou chances dentre os recentes. A pouca criatividade gremista se explica também por um Giuliano ainda descontado, apesar do golaço, e de jornadas apenas médias de Douglas e Luan. Só conseguiu, mesmo, quando Yuri Mamute entrou e passou a segurar a bola no ataque. Braian Rodríguez foi importante no lance do gol e perdeu um de cabeça na área completamente livre, mas livre porque se desmarcou muito bem. Sobram impedimentos e faltam gols ao uruguaio, que precisa mostrar mais. Mas faltam gols a Mamute também, e sua conclusão precisa melhorar.
Não há nada definido, e todos que se lembram de 2008 sabem disso. Mas é evidente que o Grêmio deu um passo importante rumo à final. Tudo o que o Juventude mais queria era ir à Arena sem ter tomado gol em casa - podia ser até 0 a 0. Jogar fechado e especulando por uma bola é o que o time caxiense melhor sabe fazer. Precisar sair para o jogo e buscar gols não é o modo como a equipe de Picoli se sente mais confortável. Tanto que talvez não faça isso e prefira jogar recuada, por mais que a necessidade lhe imponha uma vitória em Porto Alegre.
Em tempo:
- Nas contas pela final, o Grêmio diminui para dois pontos a diferença em relação ao Inter. Final com Gre-Nal na Arena é possível se o Tricolor bater o Papo no fim de semana e o Colorado eliminar o Brasil com um empate.
- Douglas leva o segundo amarelo nos mata-matas e já está pendurado. É bom se segurar, ou pode ser desfalque numa das possíveis finais, algo complicadíssimo para o Grêmio. Em 2010, vale lembrar, ele foi expulso contra o Pelotas e não disputou o primeiro clássico da decisão, jogado no Beira-Rio.
Ficha técnica
Campeonato Gaúcho 2015 - Semifinal - Jogo de ida
12/abril/2015
JUVENTUDE 0 x GRÊMIO 1
Local: Alfredo Jaconi, Caxias do Sul (RS)
Árbitro: Daniel Bins (RS)
Público: 8.192
Renda: R$ 198.360,00
Gol: Giuliano 19 do 1º
Cartão amarelo: Pereira, Diogo, Vacaria, Alan Schons, Héverton, Douglas (GRE), Matías Rodríguez, Marcelo Grohe e Marcelo Oliveira
JUVENTUDE: Aírton (5,5), Diogo (5), Pereira (5,5) e Héverton (5,5); Hélder (6), Vacaria (5,5), Alan Schons (5,5), Wallacer (5,5) e Duda (5) (Edílson, intervalo - 5); Douglas (5) (Rogerinho, 23 do 2º - 4,5) e Brenner (4,5) (Zulu, 31 do 2º - 5). Técnico: Picoli (5)
GRÊMIO: Marcelo Grohe (6,5), Ramiro (sem nota) (Matías Rodríguez, 8 do 1º - 6), Geromel (6,5), Rhodolfo (6,5) e Marcelo Oliveira (5,5); Fellipe Bastos (6,5), Maicon (6,5), Giuliano (6,5) (Yuri Mamute, 30 do 2º - 6), Douglas (6) e Luan (5,5) (Walace, 44 do 2º - sem nota); Braian Rodríguez (5,5). Técnico: Luiz Felipe (6)
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