Todos satisfeitos, uns mais que outros



A pouca pressa nos minutos finais e as entrevistas calmas de ambos os lados após a partida deixam claro que o 1 a 1 satisfez tanto ao Brasil quanto ao Internacional no Aldo Dapuzzo. É verdade que o resultado era ainda melhor para o Colorado, mas trazer um empate com gol fora para o Beira-Rio é uma boa vantagem. E é verdade que o Xavante está desvantagem, mas o empate lhe permite sonhar, pois a classificação, embora mais longe, segue sendo possível.

O clima quase cordial na escuridão pós-jogo que tomou conta de Rio Grande esconde uma partida tensa, cheia de episódios tristes fora de campo. Dentro dele, embora um ou outro empurra-empurra, muita disputa, alguma polêmica, mas tudo dentro dos limites aceitáveis. Ao contrário do jogo da primeira fase, quando tomou a iniciativa diante dos reservas colorados e foi infrutífero, o Brasil desta vez não se atirou tanto. Porém, não se esquivou de atacar sempre: foi um primeiro tempo equilibrado, no qual o Inter chegava basicamente através de faltas próximas à área, sempre buscando o jogo aéreo - foi pelo alto que Rafael Moura fez 1 a 0.

No segundo tempo, porém, o Colorado recuou e deu ao Brasil o espaço que ele precisava para crescer no jogo. Talvez o intervalo alongado tenha sido bom para o Xavante, que teve 45 minutos, e não apenas 15, para colocar os nervos no lugar diante do golpe do gol sofrido logo antes da parada. E o Inter, ao contrário daquele jogo da primeira fase, não se defendeu tão bem e teve poucas vezes o contragolpe para preocupar a equipe rubro-negra. Não foi um massacre, longe disso, mas o Brasil mereceu chegar ao empate, e saiu de campo feliz por tê-lo conseguido.

Ficou para o Beira-Rio. A vantagem do Inter existe e não é pequena, mas o fato de a equipe se dividir entre Gauchão e Libertadores e ter uma viagem ao Chile com jogo quinta de noite pode pesar. Que o Colorado está perto da decisão, não resta dúvida. Mas que o Xavante tem chances e ferramentas para surpreender também é inegável.

Em tempo:
- O tão famoso gramado do Aldo Dapuzzo foi o menor dos problemas. Não interessa de quem é a responsabilidade: não haver luz artificial à disposição numa semifinal de um dos maiores campeonatos estaduais do país é um absurdo, daqueles que só ocorrem para desmerecer ainda mais o Gauchão. Quanto às brigas, é difícil dizer quem começou, se os torcedores ou a Brigada - houvesse excesso de ambos os lados, como quase sempre. Quem saiu perdendo foi o futebol: aquela menina que deixou o estádio chorando, seja por pedrada ou crise de asma (ouvi as duas versões), vai demorar para voltar a querer ver um jogo, se é que ainda vai querer. Derrota de todo mundo.

- Dupla Gre-Nal segue sem vencer nos mata-matas do Gauchão. O empate do Inter, aliás, pode fazer o Grêmio amanhã baixar para 2 pontos a diferença na luta pelo mando de campo do segundo jogo da final.

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