O que mudou em 50 dias

Hoje, no Alfredo Jaconi, o Grêmio pode dar uma boa dimensão do quanto cresceu em relação a si mesmo nos últimos 50 dias. No dia 23 de fevereiro, o Tricolor estava ainda em fase de tentar sair da crise. Naquele 23 de fevereiro, Giuliano fez sua estreia na temporada. De atuação irregular, o empate em 0 a 0 mostrou algumas evoluções do time de Luiz Felipe, mas também foi o terceiro jogo seguido em que a equipe não marcava gols na Arena, e tinha pela frente um Gre-Nal onde os reservas do Inter chegavam a ser considerados favoritos por muitos.

Muita coisa mudou nestas sete semanas: Matías Rodríguez, Geromel, Ramiro, Maicon, Luan e Braian Rodríguez viraram titulares, Yuri Mamute enfim despontou e Cristian Rodríguez foi trazido (embora quase não tenha jogado). Daquele time que começou o empate sem gols, apenas Marcelo Grohe, Rhodolfo e Douglas começarão o jogo de hoje. Galhardo, Erazo, Júnior, Araújo, Fellipe Bastos, Marcelo Hermes (como meia), Pedro Rocha e Everaldo saíram da titularidade. As coisas mudaram tanto que alguns deles nem no banco ficarão, prova maior de que o plantel, hoje, é bem melhor. Lucas Coelho, que entrou no segundo tempo, já está inclusive no Goiás.

O Juventude também mudou, e para melhor. Picoli não usa mais o 3-6-1, e sim um 3-5-2. Não terá Zulu, mas a equipe prescindiu do artilheiro para fazer oito gols nos últimos dois jogos, contra Aimoré e Ypiranga. O Grêmio, por sua vez, está há 12 jogos invicto, mas seu retrospecto recente indica empates com São José e Novo Hamburgo. Não que o Papo seja favorito, mas isso deixa claro que o jogo não será fácil.

O que não mudou no Ju foi a consistência defensiva. Um empate em 0 a 0, portanto, não é necessariamente bom para o Grêmio: neste caso, se os caxienses fizerem um gol na Arena, o Tricolor será obrigado a marcar dois, algo difícil diante de uma equipe tão consistente atrás. Neste Gauchão, só Cruzeiro e Novo Hamburgo, lá no começo, antes do 3-6-1, conseguiram fazer dois. O Papo é o único time que não tomou gols da Dupla Gre-Nal até agora, algo raríssimo. O Grêmio, evidentemente, não está proibido de conseguir isso na Arena, também por estar tão melhor em relação a fevereiro. Mas a tarefa seria dura. É confronto para para poucos e decisivos gols, somando os 180 minutos.

Em tempo:
- Dia de Clássico dos Milhões no Maracanã. Vamos ver se Vasco e Flamengo colocam mais gente no antigo maior do mundo que Flu e Botafogo, que ontem foram assistidos por apenas 17 mil pessoas - culpa bem mais do certame que dos clubes, diga-se de passagem.

- Em Minas, é dia de clássico no Independência. Ontem, em Tombos, Tombense e Caldense ficaram no 0 a 0.

- Ceará frustra a final baiana ao arrancar um 2 a 2 no Barradão com o Vitória e passar pelo saldo qualificado. Hoje tem Bahia x Sport, que empataram em 0 a 0 na Fonte Nova na ida. Se os pernambucanos levarem a melhor, a final de 2014 será repetida. A Copa do Nordeste é, sem dúvida, o maior torneio do primeiro semestre brasileiro em termos de interesse, público e até nível técnico, que na média é melhor que qualquer estadual.

- Empatezinho amigo entre Atlético/Ib e Avaí salva ambos da queda em Santa Catarina. Fim melancólico de um campeonato melancólico da equipe da Ressacada.

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