Inter pragmático e suficiente



O Internacional cumpriu o dever. Talvez pensando no Gre-Nal, talvez cansado pela sequência de jogos, talvez as duas coisas, jogou uma partida de mediana para baixo diante do Strongest, um futebol bem mais pobre que nos últimos confrontos que disputou. Fez um primeiro tempo razoável, um segundo ruim, mas o suficiente para cumprir todos os objetivos: ganhar o jogo, a classificação e a liderança de seu grupo.

Mais uma vez, Valdívia foi o destaque. Sem ele nos primeiros 18 minutos, o Colorado tinha um domínio territorial sem qualquer poder de penetração. A saída de Jorge Henrique por dores musculares, porém, fez o melhor jogador colorado da atualidade entrar e dar outra cara à equipe. Todas as chances do primeiro tempo tiveram ele como jogador terminal ou construtor. Valdívia jogou por ele, pelo discreto Nilmar e pelo pior D'Alessandro que o Beira-Rio já viu nos últimos sete anos, provavelmente.

O Strongest, sabendo ser bem inferior, resguardou-se atrás na busca de um milagre, ou de um triunfo da Universidad de Chile em Guayaquil. Com Escobar e Ramallo completamente isolados, não deu sequer um chute a gol em todo o primeiro tempo. A equipe até conseguia ter certo controle defensivo sobre o Inter, mas numa escapada de Sasha e uma conclusão certeira em velocidade de Valdívia saiu o 1 a 0. "Abriu a porteira", pensaram certamente quase todos os 41 mil colorados que enfrentaram o horário ruim para ir ao Beira-Rio.

Mas não. Valdívia alegou um cansaço coletivo, Sasha já viu um relaxamento perigoso. Seja como for, o segundo tempo do Inter foi ruim, e a preocupação em sofrer o gol de empate começou a ficar real a partir da saída do apagado Soliz para a entrada de Melgar, aos 15 minutos. Sem contar com a criatividade de D'Alessandro, o Colorado foi chegando cada vez menos, e os bolivianos sentiram que essa era a hora de partir para o ataque. Aos 16, quando Aránguiz entrou livre em passe de Sasha e saiu com bola e tudo após driblar o goleiro, o Inter teve sua última chance em toda partida.

É verdade que a equipe de La Paz também chegou pouco: a rigor, só aos 12, após falha de D'Ale que Chumacero aproveitou e chutou em Alisson, e aos 43, em cruzamento que encontrou Cuesta liberado na pequena área para mandar um carrinho por cima. Mas os últimos 20 minutos foram de certa tensão por conta da postura retraída do Colorado. Aguirre não hesitou em fechar o time, retirando Nilmar e Sasha e colocando Rafael Moura e Alex. O objetivo foi pragmático: segurar o 1 a 0 e evitar São Paulo ou San Lorenzo na próxima fase. Foi cumprido. Resta saber agora qual será o adversário nas oitavas, o que saberemos nas próximas horas.

Em tempo:
- No outro jogo do grupo, o Emelec venceu La U por 2 a 0 e confirmou a 2ª colocação. Classificação mais que merecida para os equatorianos, que jogaram em boa parte desta primeira fase o melhor futebol do grupo.

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Ficha técnica
Copa Libertadores da América 2015 - 1ª fase - Grupo 4 - 6ª rodada
22/abril/2015
INTERNACIONAL 1 x THE STRONGEST 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Enrique Cáceres (PAR)
Público: 41.009
Renda: R$ 1.589.300,00
Gol: Valdívia 40 do 1º
Cartão amarelo: Valdívia, Marteli e Veizaga
INTERNACIONAL: Alisson (6), Ernando (5,5), Paulão (4,5), Juan (5) e Géferson (5); Rodrigo Dourado (6), Aránguiz (6), D'Alessandro (4), Eduardo Sasha (6) (Alex, 40 do 2º - sem nota) e Jorge Henrique (sem nota) (Valdívia, 18 do 1º - 7); Nilmar (5,5) (Rafael Moura, 33 do 2º - sem nota). Técnico: Diego Aguirre (5,5)
THE STRONGEST: Vaca (6), Torrico (5), Marteli (5,5), Centurión (5) e Cabrera (5); Castro (5,5) (Cuesta, 38 do 2º - sem nota), Veizaga (5,5), Chumacero (5,5) e Soliz (4,5) (Melgar, 15 do 2º - 6); Escobar (6) e Ramallo (4,5). Técnico: Juan Carlos Paz García (4,5)

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