Deixaram o River vivo

Em meio a Internacional x Cruzeiro-RS, pude espiar bem o jogo entre Tigres e River Plate, o mais importante da noite de ontem, considerados o grau de decisão e de relevância da competição. E olhando VTs, resumos e análises mexicanas e argentinas do confronto, a impressão que tive durante o mesmo se confirma: o time mexicano deixou de matar o rival na Libertadores.

É verdade que uma derrota não eliminaria matematicamente o River, mas os argentinos ficariam obrigados a fazer 2 a 0 no San José em Núñez e ainda torcer para que o Juan Aurich perdesse em casa para o Tigres. Situação complicadíssima. E chama atenção a apatia com que a equipe do suspenso Marcelo Gallardo se portou na maior parte da noite. No primeiro tempo, não fosse uma boa cabeçada de Mora, o campeão da Sul-Americana não teria criado nada. Talvez a ausência do elétrico treinador à beira do campo tenha influenciado de forma negativa o desempenho do time, que vinha de vitória em importante clássico nacional contra o poderoso San Lorenzo no fim de semana.

O Tigres, já classificado, mal precisou forçar para fazer 1 a 0. Jogava apenas para o gasto e controlava o adversário, indo para o intervalo com mais chances de ampliar que de sofrer o empate. Na etapa final, o River ocupou mais o campo adversário, mas sem nenhuma criatividade, mesmo com Martínez no lugar do apagado Pisculichi. Damián Alvarez fez o segundo, mas os mexicanos seguiam em ritmo de quase amistoso, o que era suficiente para a vitória. Só no final é que a equipe portenha pressionou de fato: Teo Gutiérrez descontou aos 42 e, nos acréscimos, Mora marcou um golaço que empatou o jogo. E os minutos finais foram de relativa pressão por uma virada, algo impensável.

O Tigres teve tudo para eliminar, ou quase isso, um dos favoritos da Libertadores. Não o fez, e pode pagar as consequências disso no futuro. A situação do River Plate, porém, segue complicada, embora já não tanto: precisa vencer o San José em casa e torcer para que o Juan Aurich não derrote o Tigres. Dada a apatia mexicana hoje, não será surpresa se a equipe de Sobis e Guerrón for mal no Peru, embora tenha equipe superior tecnicamente.

Em Belo Horizonte, o Cruzeiro encaminhou sua classificação. Depois do fiasco de domingo pelo Campeonato Mineiro, fez 3 a 0 no Mineros, com dois gols antes dos 15 minutos. Com 8 pontos, contra 6 do Sucre e 4 do Huracán, que ficaram no 1 a 1 em Parque Patricios, vai encarar sua maratona de forma menos dramática. Domingo tem clássico, e terça jogo na Argentina. Mas, pegando os bolivianos em casa e com vantagem, a classificação deve vir.

Flu, também no fim
Assim como o Inter no Gauchão, o Fluminense estava sendo eliminado do acidentado Campeonato Carioca até o cruel o gol contra de Gílson Café, aos 45 do segundo tempo. Os 2 a 1 eliminam o bravo Madureira, o Cruzeiro-RS da Cidade Maravilhosa, e forçam os clássicos das semifinais: Botafogo, campeão da Taça Guanabara, contra o Tricolor, e o Clássico dos Milhões do outro lado da chave.

No Paulista, as quartas estão igualmente definidas: São Paulo x Red Bull, Corinthians x Ponte, Palmeiras x Botafogo e Santos x XV de Piracicaba. Na Copa do Nordeste, dois empates em 0 a 0 na abertura das semifinais: Sport x Bahia, Ceará x Vitória.