Sopa de letrinhas

4-3-3, 4-2-3-1, 4-3-2-1, 3-5-2, 3-6-1... São muitos os esquemas já utilizados por Diego Aguirre nesta temporada, e isso que nem chegamos a abril. Dizer que ele está perdido é um exagero, pois parece conhecer bem seu elenco. Mas é evidente que o uruguaio busca a melhor formação para o Inter, a qual ainda não encontrou. Sua entrevista após a vitória sobre a Avenida já deixou isso muito claro, e as constantes mudanças na equipe titular também são um sinal importante.

Para a partida de domingo, em Frederico Westphalen, veremos o sexto esquema rubro do ano: o 4-1-4-1. Se não quisermos pegar pesado, podemos então dizer que é a terceira variação do 4-5-1. Ele já o testou com três volantes, com dois, e agora só terá Freitas à frente da zaga. Jorge Henrique e Alex farão a segunda linha do meio, enquanto Valdívia e Luque comporão a terceira, se aproximando de Eduardo Sasha. Isso nada mais é do que o esquema que Abel Braga utilizou na maior parte do ano passado.

Os desfalques são muitos: D'Alessandro ainda não está 100%, Nilmar e Lisandro López seguem lesionados, e agora Taiberson entrou neste time também. Vitinho está na seleção de base, Aránguiz também foi convocado. Tudo isso é verdade, mas muitas mudanças são técnicas também: Léo, de atuações abaixo da crítica contra Emelec e Avenida, dará lugar a William, que vem mesmo mostrando consistência nas chances que recebeu pelo Rolinho. Na defesa, Juan sai e volta o esquema com dois zagueiros.

A impressão que dá é que Aguirre vai mexer até que o time encaixe, e aí tentará dar seguimento ao esquema que melhor render em campo. Por enquanto, ainda não o encontrou, seja por desfalques ou por mau rendimento. Contra o Aimoré, o 3-5-2 deu esta impressão, mas a baixa qualidade da atuação do adversário relativizou tudo, extraindo tal partida como parâmetro confiável. O União Frederiquense, ainda mais fraco, talvez não seja também.

O certo é que o uruguaio segue pressionado, mas em vez de se apegar ao cargo e pensar no imediatismo em termos de resultados para se manter no clube, prefere encontrar os erros realizando testes enquanto isso é possível, sem medo de mexer e de exalar sinceridade em suas entrevistas. Provas irrefutáveis de seu grande profissionalismo e caráter.

Mistão no Humaitá também
O Grêmio também teve vários desfalques no treino de hoje. Felipão não terá no domingo Cristian Rodríguez, em recuperação, Matías Rodríguez, com o joelho cortado, e Douglas, suspenso, fora os convocados Marcelo Grohe e Erazo. Como Marcelo Oliveira está gripado e Braian Rodríguez foi poupado por dores no ombro, resolveu testar a novidades: Everaldo no comando do ataque, Júnior na lateral esquerda e Fellipe Bastos na vaga de Ramiro. Na segunda metade do trabalho até Gabriel Silva e Everton tiveram chances, fora o deslocamento de Ramiro para a lateral direita.

Mas são só testes. A tendência é que nenhum dos dois enfrente o São Paulo-RS no domingo.

Em tempo:
- O fato de a OAS Arenas ficar de fora da recuperação judicial é ótimo para o Grêmio, que já está acordado com a construtora para a compra da gestão da Arena. O próximo passo é a negociação com os bancos que financiaram a obra, algo que promete ser complicado. Muito dificilmente isso estará resolvido em abril, como previam os mais otimistas. Por sinal, tomara que se acertem de uma vez, porque o abandono da área do Olímpico é absolutamente lamentável.

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