O Racing perdeu. Mas...
A derrota do Racing foi boa para todos os que se consideram candidatos ao título. A equipe de Avellaneda é, sem duvida, a que vinha apresentando o melhor futebol deste começo da Libertadores, ao lado do Corinthians. Os 2 a 1 em casa para o Sporting Cristal representam uma queda inesperada, que talvez tirem do principal candidato à primeira colocação geral a possibilidade de decidir todos os mata-matas em casa. Porém, muitas ponderações devem ser feitas após este histórico triunfo peruano em pleno Cilindro.
A primeira delas: o Racing perdeu, mas tinha vários desfalques. Entre eles o de Diego Milito, seu principal jogador. Mesmo sem repetir as grandes atuações que teve diante de Deportivo Táchira e Guaraní, a equipe argentina foi sempre protagonista. Chutou 22 vezes a gol, teve dez chances claras de marcar. Sem seu referencial técnico no ataque.
O Racing perdeu, mas mostrou repertório. A linda jogada ensaiada que resultou no gol de empate, por exemplo, é fruto de muito trabalho. Diego Cocca talvez seja o melhor técnico em atividade na América do Sul. Estamos falando, portanto, de um time entrosado, fechado, coeso, que dificilmente vai se deixar abalar por um resultado negativo dentro de casa. O lance foi executado com frieza, com precisão, com perfeição, mesmo que as condições naquele momento fossem absolutamente adversas.
O Racing perdeu, mas foi prejudicado pela confusa arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano, que adotou dois pesos e duas medidas em lances praticamente idênticos. Se houve pênalti de Grimi sobre Ávila, deveria haver também sobre Romero, poucos minutos depois. Na verdade, nenhum deles foi realmente lance faltoso, mas que foram iguais, foram. Só não se pode acusá-lo de ser medroso ou caseiro, pois é preciso ter huevos para prejudicar o Racing em Avellaneda.
O Sporting Cristal, claro, não tem nada a ver com isso. Mostrou ser o adversário mais duro deste grupo, evitando a derrota por um motivo simples: marcou o Racing muito firme sempre e evitou tomar um gol cedo. A equipe argentina construiu suas goleadas anteriores fazendo 1 a 0 ainda no primeiro tempo e apenas contra-atacando no segundo. Os peruanos posicionaram-se sempre atrás da linha da bola e, comandados pelo veterano e inspirado Lobatón, e com o rápido e habilidoso Ávila na frente, construíram uma vitória importantíssima, que provavelmente lhes dará a segunda vaga deste grupo. Deve ser um osso duro de roer nos mata-matas: se ganhou do Racing, pode eliminar qualquer time.
Os méritos são muitos, e históricos. Algoz do Racing na histórica semifinal da Libertadores de 1997, o Sporting Cristal repetiu ontem um feito que ele próprio conseguiu, e há 18 anos não acontecia: vitória peruana em território argentino. É mais raro do que parece: em 56 edições da maior competição do nosso continente, esta foi apenas a quinta vez que isso ocorreu, média de uma vitória a cada 11 anos. A última havia sido pelas oitavas de final do ano em que o Cristal foi vice-campeão: depois de um empate sem gols em Lima, ganhou do poderoso Vélez, de Chilavert, em Buenos Aires: 1 a 0.
Finalizando as ponderações, o Racing perdeu, mas segue líder. Só que a sua situação não é mais tão confortável. A equipe de Cocca precisará de pontos no Peru, não apenas para manter a condição de líder, mas para não sair da zona de classificação, ou não ir a Assunção precisando ganhar do Guaraní. A Academia ainda é favorita na chave, mas sua cota de tropeços se encerrou ontem. Ou então a classificação para as oitavas de final, incrivelmente, pode ficar ameaçada.
O Racing segue fortíssimo, mas precisa se cuidar. Porque, na Libertadores, o favoritismo não vale quase nada.
O Real Madrid se classificou. Mas...
...perdeu para o Schalke 04. Não foi uma derrota qualquer: o 2 a 2 do primeiro tempo foi injusto com os alemães. Cristiano Ronaldo, sempre ele, evitou uma eliminação vexatória em pleno Santiago Bernabéu com seus dois gols de cabeça. A fase dos campeões mundiais não é boa: já é a segunda derrota seguida, e a terceira partida sem vencer. O Real Madrid já perdeu a liderança do Campeonato Espanhol para o Barcelona, e ontem quase foi alijado da principal competição da temporada por um adversário visivelmente inferior. Uma semana ruim que poderia ter colocado em xeque toda a temporada - uma temporada que foi de quase recorde mundial de vitórias consecutivas, lembremos.
A primeira delas: o Racing perdeu, mas tinha vários desfalques. Entre eles o de Diego Milito, seu principal jogador. Mesmo sem repetir as grandes atuações que teve diante de Deportivo Táchira e Guaraní, a equipe argentina foi sempre protagonista. Chutou 22 vezes a gol, teve dez chances claras de marcar. Sem seu referencial técnico no ataque.
O Racing perdeu, mas mostrou repertório. A linda jogada ensaiada que resultou no gol de empate, por exemplo, é fruto de muito trabalho. Diego Cocca talvez seja o melhor técnico em atividade na América do Sul. Estamos falando, portanto, de um time entrosado, fechado, coeso, que dificilmente vai se deixar abalar por um resultado negativo dentro de casa. O lance foi executado com frieza, com precisão, com perfeição, mesmo que as condições naquele momento fossem absolutamente adversas.
O Racing perdeu, mas foi prejudicado pela confusa arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano, que adotou dois pesos e duas medidas em lances praticamente idênticos. Se houve pênalti de Grimi sobre Ávila, deveria haver também sobre Romero, poucos minutos depois. Na verdade, nenhum deles foi realmente lance faltoso, mas que foram iguais, foram. Só não se pode acusá-lo de ser medroso ou caseiro, pois é preciso ter huevos para prejudicar o Racing em Avellaneda.
O Sporting Cristal, claro, não tem nada a ver com isso. Mostrou ser o adversário mais duro deste grupo, evitando a derrota por um motivo simples: marcou o Racing muito firme sempre e evitou tomar um gol cedo. A equipe argentina construiu suas goleadas anteriores fazendo 1 a 0 ainda no primeiro tempo e apenas contra-atacando no segundo. Os peruanos posicionaram-se sempre atrás da linha da bola e, comandados pelo veterano e inspirado Lobatón, e com o rápido e habilidoso Ávila na frente, construíram uma vitória importantíssima, que provavelmente lhes dará a segunda vaga deste grupo. Deve ser um osso duro de roer nos mata-matas: se ganhou do Racing, pode eliminar qualquer time.
Os méritos são muitos, e históricos. Algoz do Racing na histórica semifinal da Libertadores de 1997, o Sporting Cristal repetiu ontem um feito que ele próprio conseguiu, e há 18 anos não acontecia: vitória peruana em território argentino. É mais raro do que parece: em 56 edições da maior competição do nosso continente, esta foi apenas a quinta vez que isso ocorreu, média de uma vitória a cada 11 anos. A última havia sido pelas oitavas de final do ano em que o Cristal foi vice-campeão: depois de um empate sem gols em Lima, ganhou do poderoso Vélez, de Chilavert, em Buenos Aires: 1 a 0.
Finalizando as ponderações, o Racing perdeu, mas segue líder. Só que a sua situação não é mais tão confortável. A equipe de Cocca precisará de pontos no Peru, não apenas para manter a condição de líder, mas para não sair da zona de classificação, ou não ir a Assunção precisando ganhar do Guaraní. A Academia ainda é favorita na chave, mas sua cota de tropeços se encerrou ontem. Ou então a classificação para as oitavas de final, incrivelmente, pode ficar ameaçada.
O Racing segue fortíssimo, mas precisa se cuidar. Porque, na Libertadores, o favoritismo não vale quase nada.
O Real Madrid se classificou. Mas...
...perdeu para o Schalke 04. Não foi uma derrota qualquer: o 2 a 2 do primeiro tempo foi injusto com os alemães. Cristiano Ronaldo, sempre ele, evitou uma eliminação vexatória em pleno Santiago Bernabéu com seus dois gols de cabeça. A fase dos campeões mundiais não é boa: já é a segunda derrota seguida, e a terceira partida sem vencer. O Real Madrid já perdeu a liderança do Campeonato Espanhol para o Barcelona, e ontem quase foi alijado da principal competição da temporada por um adversário visivelmente inferior. Uma semana ruim que poderia ter colocado em xeque toda a temporada - uma temporada que foi de quase recorde mundial de vitórias consecutivas, lembremos.
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