Sobrou postura, sobraram gols

O time das goleadas de 1 a 0 agora vem goleando de verdade. Luiz Felipe e Barcos deixaram o gramado do Heriberto Hülse saudando o crescimento tático do Grêmio. De fato, depois de algumas partidas irregulares, o esquema 4-2-3-1, com Ramiro aberto pela direita, se consolidou após duas grandes atuações seguidas. No entanto, o principal, mais uma vez, foi a postura: jogando como protagonista e time bem superior que é, o Tricolor se impôs ao Criciúma. Chegou ao 3 a 0 com naturalidade e poderia ter conquistado resultado ainda maior.

As circunstâncias, claro, favoreceram. O Criciúma é um dos times mais fracos do campeonato, não à toa ocupa a lanterna. E ao sempre empolgado apoio da banda carvoeira, somou-se, desde o início, uma visível impaciência dos demais torcedores que foram à cancha. Ninguém aguenta mais: o Tigre entrou em campo com cinco derrotas seguidas nas costas, um peso que atinge mesmo os clubes medianos. A falta de confiança era visível: o lateral Luís Felipe não dava seguimento a nenhuma jogada a que era acionado. O zagueiro Joílson, por sua vez, bobeou na frente de Dudu, na hora de dominar a bola. Foi fatal.

O 1 a 0 gremista piorou as coisas. Tendo de obrigatoriamente se abrir, a equipe de Toninho Cecílio oferecia espaços cada vez mais generosos. E o Grêmio se recusou a jogar recuado. Marcava o Criciúma de cima e acumulava oportunidades. Ampliou antes do intervalo, que foi a senha para o técnico catarinense abrir de vez seu time. Aí ficou ainda mais fácil: com domínio completo das ações, o Tricolor jogou no erro de um adversário fraco e desesperado. Fez o terceiro e só não completou uma goleada histórica porque não quis forçar o ritmo. Dudu, Ramiro, Fellipe Bastos, Barcos, Geromel, Rhodolfo, Zé Roberto... Os destaques foram muitos, como no Gre-Nal.

Com 60 pontos, o Grêmio entra em sua sequência mais dura na reta final em vantagem sobre seus rivais, algo imprescindível. Pegará o Cruzeiro, quinta, em um jogo que deve contar com Arena lotada, e no qual tem boas chances de vitória, pois vive momento inclusive superior ao do líder do campeonato. É um jogo que, se vencido, pode deixar o time gaúcho muito próximo da Libertadores, e quem sabe até reacender a briga pelo título, se o São Paulo fizer sua parte.

Já vinha repetindo há tempos que o Grêmio de Felipão vinha obtendo resultados condizentes com sua qualidade: insuficiente para título, mas forte o bastante para chegar à Libertadores. Agora, o time gaúcho vem, enfim, realizando atuações que melhor refletem o bom nível de seu grupo de jogadores. Partidas que lembram as do começo do ano, quando foi um dos melhores times da principal competição continental. E que, pelo andar da carruagem, devem levá-lo mais uma vez ao tão almejado torneio em 2015.

Vitória da insistência
O Fluminense encarou um Botafogo fragilizado por sua situação desesperadora. Atuou como dono do jogo no Maracanã, martelando até chegar ao 1 a 0, que lhe deixa em 5º, com 57 pontos. É a quinta vitória em seis jogos do time de Cristóvão Borges - ao lado do Grêmio, o time da briga pelo G-4 que mais cresce na reta final. Ruim para o Tricolor Gaúcho, pior ainda para o Inter. Com os mesmos 57, o Colorado é hoje o 6º colocado por aproveitamento, empatado com o Flu, só que este vem em crescimento, ao contrário do time de Abel Braga, que estaria fora da Libertadores pelo desempenho médio.

Sem Nilmar, com mistério
Lesão muscular tira Nilmar do jogo de hoje, contra o Goiás. O Inter, como dissemos sexta, é puro mistério. Ygor, Bertotto, Jorge Henrique, Alex, Alan Patrick, Valdívia, Rafael Moura, Wellington Paulista, destes oito só três jogam. Mesmo com tantos problemas, só resta a vitória como salvação para um time que outrora parecia na briga pelo título, e agora se vê em situação difícil na disputa pela Libertadores. Para chegar lá, ganhar as três no Beira-Rio é imprescindível. A tarefa árdua começa hoje, sem espaços para adiamento.

Joinville a um passo do título
Os 3 a 1 sobre a Ponte Preta colocam o Joinville a um passo do título da Série B. O resultado leva os catarinenses a 69 pontos, contra 67 da Macaca, a três rodadas do fim. Para a equipe de Campinas, vale lembrar, o título é importantíssimo, pois seria o primeiro da história do clube. O Vasco, 3º, com 59, perdeu ontem as chances matemáticas de título ao levar 2 a 0 do Ceará, mas segue bem encaminhado para subir. A briga pela última vaga é que anda ferrenha: Ceará (54), Boa Esporte (53), Atlético Goianiense (53), Avai (53), América-MG (52), Santa Cruz (52) e Sampaio Corrêa (50) seguem firmes. Nem o Náutico, 11º, com 49, pode ser descartado.

Dia do Xavante
Depois de empatar em 0 a 0 com o Tombense, o Brasil tem a chance de conquistar o título da Série D neste domingo. Seria o primeiro título de nível nacional de um clube do interior desde a Copa do Brasil de 1999, levantada pelo Juventude.

Comentários

Lique disse…
seria o primeiro título nacional de um clube gaúcho desde 2001?
Lique disse…
corrijo-me: desde a série b do grêmio em 2005. ;)
Vicente Fonseca disse…
A Série B de 2005, do Grêmio, veio depois disso. Mas enfim, seria apenas o terceiro título de competições nacionais por clubes gaúchos neste século. É muito pouco.
Vicente Fonseca disse…
Hehe, quase ao mesmo tempo. Isso aí!
Chico disse…
A Patrola Tricolor passou por cima de mais um freguês catarina.

Felipão fez 7 x 1 em dois jogos

dodóilessandro continua chorando.

E tinha gente que era contra a volta do Felipão.