Para seguir independente

Não tem jeito: contra Cruzeiro e Corinthians, o Grêmio terá de somar quatro pontos para entrar nas últimas duas rodadas em vantagem na disputa por uma vaga na Libertadores. A briga pelo G-4 é tão intensa que nem mesmo uma sequência tão complicada dá margem para respiro. Todos na ponta de cima vencem sempre, o que aumenta sobremaneira a necessidade de pontuação para chegar ao torneio continental do ano que vem. A meta de 66 pontos, estipulada pelo Tricolor durante o returno, será absolutamente insuficiente para cumprir o objetivo.

A esperada vitória do Corinthians sobre o Goiás no Mangueirão é que obriga o Grêmio a fazer tal conta. Caso vença hoje o Cruzeiro, o time gaúcho somará os mesmos 63 pontos do Timão, com uma vitória a mais. Assim, um empate em Itaquera o deixaria com 64, ainda à frente do time paulista, e com a vantagem de ter dois jogos relativamente fáceis no fim - Bahia, talvez rebaixado, e Flamengo, de olho nas férias. Cumprir o dever significará a quase certeza da Libertadores, portanto.

O problema será não pontuar no domingo. Mesmo que vença hoje a Raposa, o Grêmio pode ser ultrapassado pelo Internacional, caso este vença o Atlético Mineiro no sábado, pelo número de vitórias. Perdendo para o Corinthians, o time de Luiz Felipe se verá três pontos atrás do de Mano Menezes, fora do G-4 ao final da próxima rodada, e portanto obrigado a secar os rivais. O Colorado pegará Palmeiras e Figueirense, dois jogos vencíveis. O Corinthians terá pela frente o Fluminense, mas só perdendo este jogo poderá ser ultrapassado - e o próprio Flu poderá ficar à sua frente de novo. Isso sem falar no Galo, que ainda não ganhou a Copa do Brasil, e portanto ainda é inimigo. Cenário complicado, pois é muito competitivo.

Ganhar hoje do líder, portanto, embora dê um moral importante a um time que já vem em franca ascensão, não garante nada. Ao contrário: apenas credencia o Grêmio a seguir brigando em vantagem, sem depender de ninguém. É um desafio que precisa ser vencido, mas ele sozinho não basta. Uma vitória hoje à noite apenas dá ao Tricolor o direito de poder empatar em Itaquera. Não ganhando, a equipe de Felipão precisará da vitória em São Paulo - a menos que Inter, Fluminense e Atlético tropecem, mas aí já estamos falando da dependência dos adversários. E seguir independente nesta luta onde todo mundo ganha quase sempre é fundamental. Bater o líder é apenas a obrigação gremista.

Facilitou?
De olho na decisão da Copa do Brasil e com uma vantagem relativamente confortável sobre o São Paulo, o Cruzeiro vem a Porto Alegre com elenco completo, mas a tendência é que um time misto comece o jogo. Só que o mistão cruzeirense tem Marquinhos e Júlio Baptista se unindo a Everton Ribeiro e Ricardo Goulart do meio para a frente. O grupo de jogadores proporciona a Marcelo Oliveira escalações fortes em quaisquer circunstâncias.

De todo modo, estou curioso para ver a postura mineira. Se o empate já ajuda, o Cruzeiro virá fechado? Será que este time, vocacionado naturalmente para o ataque, se contentará em primeiro se defender para  a seguir contra-atacar na Arena? Uma história que conferiremos ao vivo, às 21h50, pela Rádio Estação Web. Leonardo Fister narra, eu comento, Luciano Coimbra estará nas reportagens e Rogério Barbosa no plantão. E as prévias, claro, daqui a pouco, às 10h, no Carta na Mesa.

O veterano impediu a eliminação
O Atlético Nacional segue sendo o bom time que foi durante a Libertadores, com velocidade, imposição, posse de bola, qualidade técnica e um inspiradíssimo Edwin Cardona. Dominou o São Paulo por completo em Medellín e só ganhou por apenas 1 a 0 porque Rogério Ceni e a trave salvaram o Tricolor Paulista de sofrer uma categórica goleada no Atanasio Girardot. A reversão é possível no Morumbi, mas a equipe de Muricy Ramalho terá de jogar muito mais se quiser chegar à decisão da Sul-Americana. E hoje tem Boca x River, completando as melhores semifinais da história do torneio.

Dois dramas
Palmeiras e Botafogo caíram juntos para a segunda divisão em 2002, e parecem querer repetir a dose agora. Em São Januário, os cariocas pressionaram o Figueirense durante os 90 minutos, mas a falta de qualidade técnica e de tranquilidade impediu que as oportunidades se convertessem em gol. O filme é o clássico do grande rebaixado: Jobson perde um pênalti aos 4 minutos do segundo tempo, e aos 7 o adversário marca: Figueira, livre do risco, 1 a 0. Já o Alviverde inaugurou sua belíssima arena da forma mais constrangedora: levou inapeláveis 2 a 0 do Sport e volta a correr riscos. O jogo contra o Coritiba, domingo, no Couto Pereira, virou final de Copa do Mundo.

Comentários

Chico disse…
Avante Tricolor!