Vitória mínima, importância máxima

1 a 0 para o Grêmio. Um resultado que se repete como poucos neste Campeonato Brasileiro. O de hoje à noite foi o sétimo da caminhada tricolor no certame, e teve uma história semelhante à maioria dos outros: a equipe de Felipão não joga bem, apresenta problemas para chegar ao gol adversário, mas faz o gol e segura o placar com competência e sem constrangimentos, mesmo que em casa, mesmo que contra um adversário tecnicamente inferior.

Foi mais uma vitória mínima, mas de importância máxima. Afinal, só restava ao Grêmio vencer após as visitas mal sucedidas a São Paulo e Goiânia nas duas últimas rodadas. Felipão decidiu voltar ao esquema que primeiro implantou quando chegou à Arena: o 4-3-3 com três volantes e três atacantes. Tirou Ramiro da ponta direita e o colocou como primeiro volante e trouxe Riveros ao time. Matheus Biteco, no entanto, não entrou bem. Errou os mesmos passes que o fizeram perder a titularidade há algumas rodadas.

O primeiro tempo foi não mais que razoável. O Grêmio teve a iniciativa, mas encontrou dificuldades diante de um Figueirense bem postado e de marcação ajustada. Tanto que só conseguiu o seu gol através de uma iniciativa individual de Zé Roberto, brindada com a sorte de a bola ter batido na mão de Nirley, num daqueles pênaltis novos e por isso questionáveis. A competência de Barcos ao convertê-lo, sim, foi inquestionável. Com 42 gols, o Pirata já iguala Zinho em sua contagem de gols dentro do Tricolor.

No segundo tempo, o time de Felipão não teve qualquer constrangimento em segurar o resultado. Argel pôs Mazola para ter mais vitória pessoal e drible, mas ele pouco fez. O Grêmio, porém, não conseguia contra-atacar, devido às jornadas pouco inspiradas de Luan e Dudu. Só criava alguma coisa quando Barcos deixava a área para se juntar à armação. Argel pôs seu time à frente, Felipão respondeu com Walace no lugar de Luan (sim, o Grêmio terminou o jogo com quatro volantes em casa diante do Figueirense), e o resultado ficou sempre sob ameaça, mas mais por ser mínimo que pelo cenário do jogo. O time catarinense só levava algum perigo em chutes de longe. Os cruzamentos para a área eram todos espanados. As tramas por dentro, todas neutralizadas. Quem toma um gol do Grêmio dificilmente não perde. Neste Brasileiro, dos 15 jogos em que abriu o placar, o Tricolor ganhou 13.

No entanto, apesar de todas as ressalvas, é bom lembrar que estamos na segunda quinzena de outubro. Ou seja: neste momento, o que mais importa é pontuar. O bom futebol é completamente acessório, até porque só faltam oito rodadas. E, depois de vacilar em dois jogos seguidos, o Grêmio vence, volta a colar no G-4 e empata em pontos com o Inter depois de passar nada menos que 18 rodadas, quase um turno inteiro, atrás do rival. Para a 4ª colocação, a distância é de um ponto. O 6º lugar se mantém, mas o resultado de hoje, mais que colocar o Grêmio na briga, impediu que o time de Felipão quase que saísse dela.

Em tempo:
- Mais que o 1 a 0, só o 0 a 0. Se ganhou sete vezes por placar mínimo, o Grêmio empatou oito vezes sem gols. Ou seja: quando empatou, foi em 0 a 0. De suas oito derrotas, quatro foram por 1 a 0. Portanto, 19 dos 30 jogos do Grêmio no Brasileirão tiveram zero ou um gol apenas. Haja sono.

Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2014 - 30ª rodada
22/outubro/2014
GRÊMIO 1 x FIGUEIRENSE 0
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Vinícius Furlan (SP)
Público: 18.815
Renda: R$ 364.664,00
Gol: Barcos (pênalti) 37 do 1º
Cartão amarelo: Zé Roberto, Riveros, Luan, Thiago Heleno, Paulo Roberto e Marco Antônio
Expulsão: Rivaldo 44 do 2º
GRÊMIO: Marcelo Grohe (6), Pará (5), Geromel (5,5), Bressan (6) e Zé Roberto (6); Ramiro (5), Matheus Biteco (4,5) (Alán Ruiz, 46 do 2º - sem nota) e Riveros (5,5); Luan (5,5) (Walace, 26 do 2º - 6), Barcos (6) e Dudu (5,5) (Erik, 40 do 2º - sem nota). Técnico: Luiz Felipe
FIGUEIRENSE: Tiago Volpi (5,5), Jefferson (5), Nirley (5), Thiago Heleno (5,5) e Cereceda (5); Paulo Roberto (5,5) (Pablo, 33 do 2º - 5), Rivaldo (4), Marco Antônio (5) e Giovanni Augusto (5,5); Clayton (4,5) (Mazola, intervalo - 5) e Marcão (5,5) (Everaldo, 28 do 2º - 6). Técnico: Argel

Comentários

Chico disse…
Mais uma vitória do Ferrolho Tricolor.

El Pirata o melhor do jogo.