Luto por um desbravador
Quem começou a se interessar por futebol no Rio Grande do Sul a partir da década de 60 sabia que uma coisa era lei por aqui: o Gauchão é conquistado por Grêmio ou Internacional. Era assim desde 1954, quando o extinto Renner bateu a Dupla. Já era algo raro: de 1940 a 1953, só os dois grandes ganharam estaduais. E, de 1955 em diante, foram 43 anos de alternância entre o azul e o vermelho. Sequência só quebrada em 1998, pelo verde do Juventude.
Lori Sandri era o comandante do time que aproveitou a eliminação cedo do Grêmio e a fragilidade técnica do Inter para levar o Papo àquele que seria, naquele momento, o maior feito de sua história. Lori formou o embrião da equipe que superaria as fronteiras do Mampituba e ganharia a Copa do Brasil de 1999, sob o comando de Walmir Louruz. Do time que ganhou o título nacional no Maracanã lotado, quase a metade havia participado também daquele 0 a 0 no Beira-Rio (sim, o título foi conquistado na casa do Inter, algo de um simbolismo impressionante): Capone, Índio, Flávio, Lauro e Mabília ganharam as duas taças pelo Papo.
O pioneirismo e a capacidade de desbravar fronteiras sempre fez parte de seu repertório. Poucos anos depois de Parreira, Lori foi um dos primeiros técnicos brasileiros a trabalhar no Oriente Médio, algo hoje corriqueiro. Pelo Al-Shabab, foi campeão da Copa do Golfo de 1992. Treinou também a seleção dos Emirados Árabes em meados dos anos 90, logo antes de ganhar o Rio Grande pelo Juventude. O sucesso em Caxias do Sul o levou novamente ao Oriente. Depois de uma passagem de pouco sucesso no Coritiba, fez outro grande trabalho no começo deste século.
Foi em Ribeirão Preto. Pouca gente apostava no Botafogo-SP no Campeonato Paulista daquele ano. Lori conseguiu colocar a equipe na 4ª colocação da fase inicial, que contava com 16 clubes. Chegou à frente do Palmeiras, então vice-campeão da Libertadores, São Caetano, vice-campeão brasileiro, e São Paulo. Nas semifinais, eliminou a Ponte Preta, que há dois anos seguidos chegava entre os oito melhores do Campeonato Brasileiro. Só foi perder a decisão para o poderoso Corinthians de Vanderlei Luxemburgo, mas seu lugar na história já estava garantido. Nunca o Botafogo chegou tão longe num Paulistão, nem nos tempos de Sócrates. Daquele time despontaram nomes para o futebol brasileiro, como o goleiro Doni, o atacante Leandro (ex-São Paulo e Corinthians) e o lateral esquerdo Jadílson. Quis o destino, aliás, que seu último clube fosse justamente o Botafogo, o qual comandou em 2012.
Este foi seu último trabalho de real destaque. No Inter, conquistou o Gauchão de 2004, mas acabou demitido em meio ao Brasileirão. Foi seu último título obtido na carreira. Chegou a treinar no futebol japonês, comandou o Marítimo na Copa da UEFA de 2009, passou por diversos clubes, mas já sem o mesmo brilho dos tempos de Juventude e Botafogo-SP. De toda forma, seu nome entrou para a história de dois clubes médios do cenário nacional. Dois feitos inéditos, que as torcidas de Juventude e Botafogo-SP jamais irão se esquecer. Elas estão de luto, bem como todo o mundo do futebol, pelo seu falecimento ontem, aos 65 anos, decorrência de um tumor cerebral. O luto por um desbravador.
Lori Sandri era o comandante do time que aproveitou a eliminação cedo do Grêmio e a fragilidade técnica do Inter para levar o Papo àquele que seria, naquele momento, o maior feito de sua história. Lori formou o embrião da equipe que superaria as fronteiras do Mampituba e ganharia a Copa do Brasil de 1999, sob o comando de Walmir Louruz. Do time que ganhou o título nacional no Maracanã lotado, quase a metade havia participado também daquele 0 a 0 no Beira-Rio (sim, o título foi conquistado na casa do Inter, algo de um simbolismo impressionante): Capone, Índio, Flávio, Lauro e Mabília ganharam as duas taças pelo Papo.
O pioneirismo e a capacidade de desbravar fronteiras sempre fez parte de seu repertório. Poucos anos depois de Parreira, Lori foi um dos primeiros técnicos brasileiros a trabalhar no Oriente Médio, algo hoje corriqueiro. Pelo Al-Shabab, foi campeão da Copa do Golfo de 1992. Treinou também a seleção dos Emirados Árabes em meados dos anos 90, logo antes de ganhar o Rio Grande pelo Juventude. O sucesso em Caxias do Sul o levou novamente ao Oriente. Depois de uma passagem de pouco sucesso no Coritiba, fez outro grande trabalho no começo deste século.
Foi em Ribeirão Preto. Pouca gente apostava no Botafogo-SP no Campeonato Paulista daquele ano. Lori conseguiu colocar a equipe na 4ª colocação da fase inicial, que contava com 16 clubes. Chegou à frente do Palmeiras, então vice-campeão da Libertadores, São Caetano, vice-campeão brasileiro, e São Paulo. Nas semifinais, eliminou a Ponte Preta, que há dois anos seguidos chegava entre os oito melhores do Campeonato Brasileiro. Só foi perder a decisão para o poderoso Corinthians de Vanderlei Luxemburgo, mas seu lugar na história já estava garantido. Nunca o Botafogo chegou tão longe num Paulistão, nem nos tempos de Sócrates. Daquele time despontaram nomes para o futebol brasileiro, como o goleiro Doni, o atacante Leandro (ex-São Paulo e Corinthians) e o lateral esquerdo Jadílson. Quis o destino, aliás, que seu último clube fosse justamente o Botafogo, o qual comandou em 2012.
Este foi seu último trabalho de real destaque. No Inter, conquistou o Gauchão de 2004, mas acabou demitido em meio ao Brasileirão. Foi seu último título obtido na carreira. Chegou a treinar no futebol japonês, comandou o Marítimo na Copa da UEFA de 2009, passou por diversos clubes, mas já sem o mesmo brilho dos tempos de Juventude e Botafogo-SP. De toda forma, seu nome entrou para a história de dois clubes médios do cenário nacional. Dois feitos inéditos, que as torcidas de Juventude e Botafogo-SP jamais irão se esquecer. Elas estão de luto, bem como todo o mundo do futebol, pelo seu falecimento ontem, aos 65 anos, decorrência de um tumor cerebral. O luto por um desbravador.
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