Feliz aniversário!

No Dia da Independência, o Brasil foi presenteado com provavelmente o melhor jogo de seu campeonato nacional. Fluminense e Cruzeiro fizeram um partidaço no Maracanã: dois ótimos times, duas viradas, todo mundo jogando no limite. Poderia haver mais público do que os 27 mil que compareceram, mas sobraram gols. O placar de 3 a 3 reflete bem o que foi o jogo e ficou de bom tamanho para ambas as equipes. Ao Flu, pela circunstância, de arrancar o empate no finzinho; ao Cruzeiro, por sair sem ser batido do Maracanã mesmo repleto de desfalques.

A partida foi interessante por dois motivos: ambos os times procuraram a vitória, tornando o confronto aberto; e houve alternância de domínios e reversões de expectativas. O Flu começou melhor, regido por ótimos passes de Conca para subidas de Chiquinho e Wagner. Mas o pênalti logo cedo e a vantagem no placar trouxeram o Cruzeiro para cima. E justamente quando a Raposa era melhor o Flu empatou, e não tardou a virar. A equipe de Marcelo Oliveira seguiu em cima, mas sofria com os contragolpes. Aos 42, Fábio fez dois milagres em tentativas sequenciais de Fred e Conca. Como perder gols contra o melhor time do Brasil é pecado mortal, Júlio Baptista logo empatou.

Com Marlone e Willian mais soltos, forçando os laterais do Flu a recuarem, o Cruzeiro começou com o domínio da etapa final. Marcelo Moreno fez um gol antológico aos 13, após uma blitz mineira, e aí o time de Cristóvão Borges murchou de vez. Cada vez mais nervoso, principalmente por conta da ansiedade da torcida, o Flu errava passes demais e ainda sofria com o contragolpe da Raposa. O Cruzeiro teve pelo menos duas chances claras de matar a partida, mas não o fez. Cristóvão irritou a torcida ao preferir Kenedy em vez de Walter. Deu sorte, pois o garoto foi quem empatou, em belo chute de fora da área.

Esse golaço de Kenedy no finzinho fez jus ao esforço do Flu e deu uma requentada de leve no campeonato. Afinal, se o Cruzeiro vencesse, chegaria à quinta vitória seguida, e fora de casa, e contra um adversário, e cheio de desfalques. Desanimaria de vez a concorrência. Ainda assim, é o melhor campeão de turno da história e, caso o Inter não derrote o Figueirense, o líder que chegou ao final do 1º turno com maior vantagem na história, ao lado do São Paulo de 2007. Hoje, mostrou mais maturidade que seu adversário, provou que tem um conjunto bem superior, voltou a ter um sistema ofensivo eficiente, mas acabou pecando demais atrás. Ainda assim, nada que preocupe. Dificilmente o Brasileirão não verá o bicampeonato da Raposa em 2014.

Ficha técnica
Campeonato Brasileiro - 19ª rodada
FLUMINENSE (3): Kléver; Bruno (Kenedy), Henrique (Marlon), Elivélton e Chiquinho; Jean, Diguinho, Cícero, Conca e Wagner; Fred. Técnico: Cristóvão Borges
CRUZEIRO (3): Fábio; Mayke, Léo, Dedé e Samudio (Ceará); Nílton, Henrique e Júlio Baptista (Marquinhos); Marlone, Marcelo Moreno e Willian (Willian Farias). Técnico: Marcelo Oliveira
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ); Data: domingo, 07/09/2014; Horário: 16h; Público: 27.194; Renda: R$ 617.185,00; Gols: Júlio Baptista (pênalti) 14, Wagner 17, Cícero 22 e Júlio Baptista 44 do 1º; Marcelo Moreno 13 e Kenedy 43 do 2º; Cartão amarelo: Cícero, Dedé, Ceará, Marquinhos e Willian; Nota do jogo: 9; Melhor em campo: Fábio

Números do jogo
Finalizações: Fluminense 12 x 10 Cruzeiro
Chances de gol: Fluminense 8 x 8 Cruzeiro
Passes errados: Fluminense 31 x 35 Cruzeiro
Desarmes: Fluminense 20 x 20 Cruzeiro
Faltas cometidas: Fluminense 11 x 20 Cruzeiro
Impedimentos: Fluminense 1 x 4 Cruzeiro
Escanteios: Fluminense 3 x 1 Cruzeiro
Posse de bola: Fluminense 53% x 47% Cruzeiro
Análise: os números mostram claramente o equilíbrio da partida. Em quase todos os quesitos os dois times estão empatados ou próximos. Empate justo.

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