Pra dentro deles, mas com organização

Abel Braga já avisou: o Internacional vai para dentro do Ceará amanhã. Não nesses termos já folclóricos, mas o "preciso e vou arriscar tudo" quer dizer exatamente isso. O time não vai ter a escalação do Gre-Nal, mas nem poderia mesmo. Como Wellington e Wellington Silva não poderão jogar por questões legais, duas mexidas são no mínimo obrigatórias - sem falar em Paulão na zaga, no lugar de Ernando que, junto com Dida, foi o mais inseguro jogador do Inter no clássico de domingo.

4-1-4-1: formação do Gauchão, com o chileno partindo de trás
Mas também não espero nada além do feijão-com-arroz, do que tem sido feito esse ano. Para começar, Cláudio Winck certamente assumirá a lateral. Foi assim no Gre-Nal, e o gol marcado por ele o credencia a receber mais chances, já que as boas atuações anteriores não sensibilizaram tanto Abelão. E, no lugar de Wellington, duvido muito que Alan Patrick não seja o escolhido. Era titular até semana passada, mas Abel optou corretamente por escalar um time de meio mais sólido diante do Grêmio. Contra o Ceará, precisando fazer ao menos dois gols, sua escalação faz todo sentido.

Outra mudança que pode ocorrer seria a entrada de Ygor no lugar de Willians, com desconforto muscular, na primeira função do meio-campo. A perda do titular, neste caso, chegaria a ser um reforço: Ygor é um marcador tão firme quanto Willians, com a vantagem de guardar posição com muito mais confiabilidade e competência. Vou além: no elenco do Inter, somente Ygor é capaz de atuar como único volante num 4-1-4-1, justamente por ser quase um terceiro zagueiro em termos de posicionamento. Como se lesiona demais, Abel opta por Willians. Agora, em Fortaleza, surge a chance de acertar de vez esta formação, com a peça ideal para a função.
4-2-3-1: dois volantes liberam laterais e Aránguiz para atacar

Se Abel realizar de fato estas mudanças, fica claro que o Internacional é um time plenamente consolidado. Afinal, além de um esquema principal (o 4-2-3-1 do Gre-Nal), tem um esquema auxiliar em caso de jogos nos quais precise atacar, o qual também pode ser utilizado no decorrer de partidas nas quais esteja em desvantagem. E este esquema auxiliar nada mais é do que o 4-1-4-1 utilizado durante todo o Gauchão, campeonato no qual, à exceção das finais, não é necessário ter de fato tanta gente realizando tarefas defensivas no meio.

Quando um time chega a este ponto de ter dois esquemas que funcionam para determinados ocasiões, é porque está em avançado estágio de construção, algo que leva meses, e que já foi vencido por Abel. Agora é torcer para que ele não caia na surrada tentação de encher a equipe de atacantes ou centroavantes, pois isso colocaria em xeque todo este trabalho feito desde janeiro, as já relativamente escassas possibilidades de classificação e todos os elogios que acabo de fazer a ele.

Comentários

Paul disse…
Professor, cadê o Carta na Mesa? Já estou acionando o PROCON!

Hehehe! Um abraço!
Vicente Fonseca disse…
Hahahah.

Paul, por ti já peço desculpas a todos os leitores e ouvintes pelo atraso. A ideia é colocar ainda hoje. Às vezes dá uma atrasada, mas será colocado no ar, confie!

Grande abraço!