O maior desfalque de todos os tempos

Neymar está fora da Copa do Mundo. Neymar, o garoto-propaganda da Copa do Mundo. O dono da festa, podemos dizer. O jogador mais representativo de todo o Mundial, por mais que não seja o craque dele até o momento. Não jogará a semifinal contra a Alemanha, nem a final, caso o Brasil chegue lá. Aquele cenário tão sonhado por tantos, tão projetado pela imprensa e pelos torcedores, de ver o camisa 10, estrela única desta apenas esforçada Seleção, ganhando o hexa no Maracanã, não acontecerá mais. Uma notícia que anula quase que por completo a festa pela vitória sobre a Colômbia. Um banho de água fria no momento de maior confiança que os brasileiros viviam neste Mundial.

Esta é a maior perda, o maior desfalque de todos os tempos do Brasil em uma Copa do Mundo. Em 1962, Pelé se lesionou na segunda partida da primeira fase, mas ainda havia Didi, Vavá, Nílton Santos e um certo Garrincha. Agora, quem substitui Neymar? Em termos de características, ninguém. Em termos técnicos, então, nem se fala. Seria como se Romário ficasse de fora da Copa de 1994, talvez. Se bem que aquele time tinha Bebeto. Não há parâmetro de comparação. Nem o Uruguai dependia tanto de Suárez quanto o Brasil de Neymar.

O que fará Felipão? Bom, a primeira medida será certamente fechar o meio-campo. Colocar quem sabe Willian, um jogador de características ofensivas, mas que preenche o meio como Neymar fez hoje. Acima de tudo, o técnico da seleção precisará dar o seu máximo em termos de união do grupo em torno do objetivo. Bater a Alemanha, e quem sabe Argentina ou Holanda na final, sem Neymar. Fazer todos correrem por Neymar. Felipão adora uma dificuldade para mobilizar seu grupo. Talvez ela tenha passado do ponto neste caso, digamos assim.

O sentimento de que tudo acabou é inevitável. O Brasil, com Neymar, já não seria favorito diante dos alemães. Como será sem ele? Ainda mais complicado, mas não impossível: hoje, diante da Colômbia, o time prescindiu de uma grande atuação de seu craque maior para vencer um jogo duro, em sua melhor partida nesta Copa do Mundo. É possível, portanto, fazer um jogo coletivo competente e seguro sem Neymar. O que a Seleção perde é a capacidade individual de decidir um jogo. Nenhum dos demais jogadores têm condição técnica para isso. E, contra os fortíssimos alemães, provavelmente será necessário mais do que apenas uma grande atuação coletiva.

Em tempo:
- E o gancho de Zúñiga, será de quanto tempo e quantos jogos?

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