Jejum desfeito em 9 minutos
Figueirense, Brasil, Uruguai, Holanda, Bélgica e Argentina já haviam vencido no Itaquerão. Só faltava o Corinthians, dono da casa. Agora não falta mais. Bastaram 9 minutos de pressão na saída de bola para a equipe de Mano Menezes abrir uma vantagem sólida de 2 a 0 sobre o Internacional e, apesar do recuo excessivo, um vício deste time há bastante tempo, segurá-la durante o restante do jogo. Resultado que afasta o Colorado do G-4 e coloca o Timão na vice-liderança.
Disposto a encerrar o "drama" de não vencer em sua nova casa, o Corinthians entrou com uma estratégia bem clara: marcar forte a saída de bola do Inter e fazer gols cedo. O Inter, ao contrário, tratava de valorizar a posse de bola e cadenciar o jogo, fiel ao seu estilo. Apesar de ter uma boa chegada em ótimo passe de D'Alessandro para Rafael Moura, que chutou para defesa e Cássio, o time gaúcho acabou sucumbindo à pressão. A pressão da marcação adiantada corintiana acabou surtindo efeito, e encaminhando a vitória antes dos 10 minutos de partida. A incrível efetividade da equipe de Mano Menezes foi fundamental: o Timão criou poucas chances, mas as converteu. Nas duas primeiras, abriu a diferença definitiva, o que mudou de vez a história do jogo.
Os dois gols corintianos foram parecidos em um aspecto, que por sinal preocupa: bola na área do Inter é meio gol para o adversário. No primeiro, Jadson foi genial ao encontrar Guerrero livre, mas isso não pode esconder a liberdade que o meia paulista teve para fazer o lançamento, nem que o peruano entrou às costas de Wellington Silva, um dos piores em campo. No segundo, a jogada foi construída às costas do lateral colorado, Luciano pegou a zaga mal posicionada no cruzamento e Fagner entrou livre pelo lado de Fabrício para ampliar. Erro duplo de posicionamento - no primeiro gol, em jogada construída, foi ainda mais grave que o segundo, onde o contragolpe tende mesmo a pegar a defesa fora do lugar. No segundo tempo, uma jogada muito parecida, aos quatro minutos, quase resultou no terceiro gol. Mesmo em dois contra cinco, Guerrero pegou a zaga toda de calça curta, cruzando para um cabeceio de Luciano que não entrou por centímetros, com Dida já batido no lance. O Corinthians não fez mais gols desse jeito porque foi pouco corajoso e preferiu tirar o pé.
Com o 2 a 0 contra logo cedo, o Internacional voltava a viver seu cenário mais problemático nos últimos anos: furar a defesa adversária. O Colorado, passa ano e entra ano, segue sendo um time de muita posse de bola e pouca objetividade com ela, algo que se repete desde os tempos de Dorival Júnior, pelo menos. Aránguiz amenizava este problema com seus surpreendentes ingressos na área adversária, mas hoje o time não contou com o seu futebol. João Afonso, seu substituto, é tão volante quanto Willians. Abelão notou isso e o tirou, colocando em campo Cláudio Winck, ainda no primeiro tempo. O Inter melhorou com sua entrada, tendo mais opções ofensivas e melhor qualidade na saída.
O Corinthians não teve grandes problemas em administrar o resultado no primeiro tempo, mas no segundo a pressão aumentou. A equipe paulista até teve o contra-ataque, através de Luciano e Guerrero, nos primeiros minutos, mas depois disso tratou apenas de se defender. Petros já não subia mais, Jadson raramente contava com a ultrapassagem dos laterais para buscar um ataque, Elias seguia discreto. A equipe paulista não tentou matar de vez o jogo, preferindo segurar o resultado obtido. O fez com bastante competência, mas ainda assim chamou o Inter para pressão. Mesmo pouco objetivo, o time gaúcho criou suas chances, e foi premiado com um gol de Cláudio Winck nos acréscimos, que diz melhor o que foi o jogo do que os 2 a 0 que se arrastaram até os acréscimos do segundo tempo.
A volta de Aránguiz contra o Flamengo será fundamental. Hoje, é ele o principal jogador para que o coletivo do Inter funcione, e não D'Alessandro. Sem o chileno, o Colorado voltou a tornar-se previsível, comum, pouco agressivo e nada surpreendente. Chegou na base da insistência, apenas. Para complicar, Alan Patrick esteve longe de seus melhores dias, deixando quase que todo trabalho criativo a cargo do argentino - e de Cláudio Winck, quando este entrou. Quanto ao estreante Wellington Silva, pode-se dizer que a jornada foi, no mínimo, bem infeliz. Apresentou-se bastante para o apoio, mas não criou quase nada de forma efetiva. Para completar, confirmou seu maior problema dos tempos de Fluminense, deixando espaços generosos às costas para o Corinthians construir seus dois gols. Gilberto subia menos, mas melhor, e marcava com muito mais consistência.
Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2014 - 10ª rodada
17/julho/2014
CORINTHIANS 2 x INTERNACIONAL 1
Local: Itaquerão, São Paulo (SP)
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Público: 32.817
Renda: R$ 2.556.385,00
Gols: Guerrero 6 e Fagner 9 do 1º; Cláudio Winck 45 do 2º
Cartão amarelo: Gil, Elias, Guerrero, Wellington Silva, Paulão, Willians e João Afonso
CORINTHIANS: Cássio (7), Fagner (7), Cléber (6,5), Gil (6) e Fábio Santos (5,5); Ralf (6), Elias (5,5) (Bruno Henrique, 37 do 2º - sem nota), Petros (6) e Jadson (6,5); Luciano (6,5) (Romarinho, 24 do 2º - 5) e Guerrero (7) (Romero, 43 do 2º - sem nota). Técnico: Mano Menezes
INTERNACIONAL: Dida (5,5), Wellington Silva (3,5), Paulão (5), Juan (4,5) e Fabrício (5); Willians (Wellington Paulista, 47 do 2º - sem nota), João Afonso (4,5) (Cláudio Winck, 36 do 1º - 6,5), D'Alessandro (6), Alan Patrick (5) e Jorge Henrique (5,5) (Valdívia, 19 do 2º - 6); Rafael Moura (4,5). Técnico: Abel Braga
Disposto a encerrar o "drama" de não vencer em sua nova casa, o Corinthians entrou com uma estratégia bem clara: marcar forte a saída de bola do Inter e fazer gols cedo. O Inter, ao contrário, tratava de valorizar a posse de bola e cadenciar o jogo, fiel ao seu estilo. Apesar de ter uma boa chegada em ótimo passe de D'Alessandro para Rafael Moura, que chutou para defesa e Cássio, o time gaúcho acabou sucumbindo à pressão. A pressão da marcação adiantada corintiana acabou surtindo efeito, e encaminhando a vitória antes dos 10 minutos de partida. A incrível efetividade da equipe de Mano Menezes foi fundamental: o Timão criou poucas chances, mas as converteu. Nas duas primeiras, abriu a diferença definitiva, o que mudou de vez a história do jogo.
Os dois gols corintianos foram parecidos em um aspecto, que por sinal preocupa: bola na área do Inter é meio gol para o adversário. No primeiro, Jadson foi genial ao encontrar Guerrero livre, mas isso não pode esconder a liberdade que o meia paulista teve para fazer o lançamento, nem que o peruano entrou às costas de Wellington Silva, um dos piores em campo. No segundo, a jogada foi construída às costas do lateral colorado, Luciano pegou a zaga mal posicionada no cruzamento e Fagner entrou livre pelo lado de Fabrício para ampliar. Erro duplo de posicionamento - no primeiro gol, em jogada construída, foi ainda mais grave que o segundo, onde o contragolpe tende mesmo a pegar a defesa fora do lugar. No segundo tempo, uma jogada muito parecida, aos quatro minutos, quase resultou no terceiro gol. Mesmo em dois contra cinco, Guerrero pegou a zaga toda de calça curta, cruzando para um cabeceio de Luciano que não entrou por centímetros, com Dida já batido no lance. O Corinthians não fez mais gols desse jeito porque foi pouco corajoso e preferiu tirar o pé.
Com o 2 a 0 contra logo cedo, o Internacional voltava a viver seu cenário mais problemático nos últimos anos: furar a defesa adversária. O Colorado, passa ano e entra ano, segue sendo um time de muita posse de bola e pouca objetividade com ela, algo que se repete desde os tempos de Dorival Júnior, pelo menos. Aránguiz amenizava este problema com seus surpreendentes ingressos na área adversária, mas hoje o time não contou com o seu futebol. João Afonso, seu substituto, é tão volante quanto Willians. Abelão notou isso e o tirou, colocando em campo Cláudio Winck, ainda no primeiro tempo. O Inter melhorou com sua entrada, tendo mais opções ofensivas e melhor qualidade na saída.
O Corinthians não teve grandes problemas em administrar o resultado no primeiro tempo, mas no segundo a pressão aumentou. A equipe paulista até teve o contra-ataque, através de Luciano e Guerrero, nos primeiros minutos, mas depois disso tratou apenas de se defender. Petros já não subia mais, Jadson raramente contava com a ultrapassagem dos laterais para buscar um ataque, Elias seguia discreto. A equipe paulista não tentou matar de vez o jogo, preferindo segurar o resultado obtido. O fez com bastante competência, mas ainda assim chamou o Inter para pressão. Mesmo pouco objetivo, o time gaúcho criou suas chances, e foi premiado com um gol de Cláudio Winck nos acréscimos, que diz melhor o que foi o jogo do que os 2 a 0 que se arrastaram até os acréscimos do segundo tempo.
A volta de Aránguiz contra o Flamengo será fundamental. Hoje, é ele o principal jogador para que o coletivo do Inter funcione, e não D'Alessandro. Sem o chileno, o Colorado voltou a tornar-se previsível, comum, pouco agressivo e nada surpreendente. Chegou na base da insistência, apenas. Para complicar, Alan Patrick esteve longe de seus melhores dias, deixando quase que todo trabalho criativo a cargo do argentino - e de Cláudio Winck, quando este entrou. Quanto ao estreante Wellington Silva, pode-se dizer que a jornada foi, no mínimo, bem infeliz. Apresentou-se bastante para o apoio, mas não criou quase nada de forma efetiva. Para completar, confirmou seu maior problema dos tempos de Fluminense, deixando espaços generosos às costas para o Corinthians construir seus dois gols. Gilberto subia menos, mas melhor, e marcava com muito mais consistência.
Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2014 - 10ª rodada
17/julho/2014
CORINTHIANS 2 x INTERNACIONAL 1
Local: Itaquerão, São Paulo (SP)
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Público: 32.817
Renda: R$ 2.556.385,00
Gols: Guerrero 6 e Fagner 9 do 1º; Cláudio Winck 45 do 2º
Cartão amarelo: Gil, Elias, Guerrero, Wellington Silva, Paulão, Willians e João Afonso
CORINTHIANS: Cássio (7), Fagner (7), Cléber (6,5), Gil (6) e Fábio Santos (5,5); Ralf (6), Elias (5,5) (Bruno Henrique, 37 do 2º - sem nota), Petros (6) e Jadson (6,5); Luciano (6,5) (Romarinho, 24 do 2º - 5) e Guerrero (7) (Romero, 43 do 2º - sem nota). Técnico: Mano Menezes
INTERNACIONAL: Dida (5,5), Wellington Silva (3,5), Paulão (5), Juan (4,5) e Fabrício (5); Willians (Wellington Paulista, 47 do 2º - sem nota), João Afonso (4,5) (Cláudio Winck, 36 do 1º - 6,5), D'Alessandro (6), Alan Patrick (5) e Jorge Henrique (5,5) (Valdívia, 19 do 2º - 6); Rafael Moura (4,5). Técnico: Abel Braga
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