Até agora, um Brasileirinho
O Campeonato Brasileiro voltou apresentando um nível muito baixo, e bem abaixo do que deveria mostrar. Não é uma comparação com a Copa do Mundo, e tampouco faço coro à surrada frase "nosso campeonato é nivelado por baixo". Refuto há anos essa ideia, e o fato de termos atualmente no Brasil ao menos nove ou dez bons times (sim, temos, podem acreditar) é meu maior argumento. Porém, não dá para negar que o nível das partidas após o fim do Mundial tem sido baixíssimo, o que talvez se explique pelo fato de os times estarem retornando de uma longa parada, o que sempre dá uma travada em quem vinha jogando. Talvez as coisas deslanchem, o nível geral melhore, mas a imensa maioria dos jogos que acompanhei nas últimas duas semanas foram bem fracos. Muito mais fracos que os de antes da Copa, ou que os de anos anteriores. E isso é um tanto preocupante.
O ápice da mediocridade talvez tenha se dado ontem, na mesma Fonte Nova que viu França, Holanda e Alemanha darem show no mês de junho. Bahia e Internacional maltraram a bola a noite inteira. Foi um festival de passes errados, chutões, em um jogo de um time ruim contra outro bom, mas sem qualquer criatividade. Dos 95 minutos de jogo, apenas 38 tiveram bola rolando, ou 40% - culpa das equipes e do árbitro Heber Roberto Lopes, o maior marcador de faltinhas do futebol sul-americano. Para completar o quadro da dor, um estádio absolutamente vazio, com apenas 5,4 mil torcedores, ou bisonhos 10% de ocupação dos lugares totais.
Num cenário tão desolador, destacou-se quem foi um pouco menos ruim. E claro, o lance que decidiu a partida só poderia vir de uma falha individual gritante, no caso do bom goleiro Marcelo Lomba, que foi infeliz no chute de Welllington Silva e engoliu um frangaço.
O Inter venceu porque é um time melhor, mas jogou muito pouco, talvez até menos do que o Bahia. Sem Aránguiz, foi a equipe previsível de sempre no primeiro tempo. Sem ele nem D'Alessandro, tratou de ficar atrás e jogar no erro do adversário no segundo. Não foi bem sucedido em sua proposta em momento algum: acabou sendo até dominado em parte da etapa final, mas contou com a ruindade do Bahia nas conclusões e com um peru histórico de seu goleiro para, finalmente, voltar a vencer fora de casa. Resultado a ser comemorado, atuação para ser esquecida.
Quem agradece todo esse panorama de baixo nível geral, claro, é o Cruzeiro. Ontem, o time mineiro teve dificuldades até abrir o placar contra o Figueirense, o fazendo num pênalti no mínimo muito discutível sobre Ricardo Goulart. Na etapa final, porém, deu-se o massacre de 5 a 0 que diz bem a diferença entre os dois times. A equipe de Marcelo Oliveira parece que nem parou durante a Copa. Segue em seu ritmo impiedoso, enfileirando uma goleada atrás da outra e ruma firme ao bicampeonato nacional. Com 26 rodadas de antecedência, já parece duro tirar esse título das mãos do Cruzeiro. A diferença de elenco até não é tão grande para os concorrentes, mas a de entrosamento, dinâmica e qualidade de futebol coletivo apresentado é abissal para qualquer outra equipe do país. Tão abissal quanto aquele Espanha x Holanda diante deste Bahia x Inter.
Quem sabe um domingão?
O Campeonato Brasileiro, apesar de todos os seus problemas de organização (que já foram piores em outros tempos, diga-se), tem potencial para render ótimos jogos. Quem sabe neste domingo a gente comece a virar esta página? Há o primeiro clássico do Itaquerão, entre Corinthians e Palmeiras; a volta de Kaká ao São Paulo, naquele que promete ser um movimentado duelo com o Goiás, no Serra Dourada; um confronto entre dois candidatos ao G-4, entre Atlético Paranaense e Fluminense; sem falar em Flamengo x Botafogo, que não promete ser um bom jogo, mas ao menos marcará a re-re-re-estreia de Luxa ao Rubro-Negro, no primeiro clássico do Maracanã após a Copa do Mundo. Oremos.
Só o Avaí salva
A noite de sábado foi terrível para o futebol de Santa Catarina. Além do massacre sofrido pelo Figueira no Mineirão, a Chapecoense levou 3 a 0 do Santos e o Criciúma, em casa, foi surpreendido pelo Vitória, 3 a 1. Só o Avaí se deu bem: venceu mais uma na Série B e já é o 4º, com 23 pontos. E a vitória foi sobre... outro catarinense, claro. No caso, o Joinville, em sua Arena, por 1 a 0. Ambos estariam subindo hoje.
O ápice da mediocridade talvez tenha se dado ontem, na mesma Fonte Nova que viu França, Holanda e Alemanha darem show no mês de junho. Bahia e Internacional maltraram a bola a noite inteira. Foi um festival de passes errados, chutões, em um jogo de um time ruim contra outro bom, mas sem qualquer criatividade. Dos 95 minutos de jogo, apenas 38 tiveram bola rolando, ou 40% - culpa das equipes e do árbitro Heber Roberto Lopes, o maior marcador de faltinhas do futebol sul-americano. Para completar o quadro da dor, um estádio absolutamente vazio, com apenas 5,4 mil torcedores, ou bisonhos 10% de ocupação dos lugares totais.
Num cenário tão desolador, destacou-se quem foi um pouco menos ruim. E claro, o lance que decidiu a partida só poderia vir de uma falha individual gritante, no caso do bom goleiro Marcelo Lomba, que foi infeliz no chute de Welllington Silva e engoliu um frangaço.
O Inter venceu porque é um time melhor, mas jogou muito pouco, talvez até menos do que o Bahia. Sem Aránguiz, foi a equipe previsível de sempre no primeiro tempo. Sem ele nem D'Alessandro, tratou de ficar atrás e jogar no erro do adversário no segundo. Não foi bem sucedido em sua proposta em momento algum: acabou sendo até dominado em parte da etapa final, mas contou com a ruindade do Bahia nas conclusões e com um peru histórico de seu goleiro para, finalmente, voltar a vencer fora de casa. Resultado a ser comemorado, atuação para ser esquecida.
Quem agradece todo esse panorama de baixo nível geral, claro, é o Cruzeiro. Ontem, o time mineiro teve dificuldades até abrir o placar contra o Figueirense, o fazendo num pênalti no mínimo muito discutível sobre Ricardo Goulart. Na etapa final, porém, deu-se o massacre de 5 a 0 que diz bem a diferença entre os dois times. A equipe de Marcelo Oliveira parece que nem parou durante a Copa. Segue em seu ritmo impiedoso, enfileirando uma goleada atrás da outra e ruma firme ao bicampeonato nacional. Com 26 rodadas de antecedência, já parece duro tirar esse título das mãos do Cruzeiro. A diferença de elenco até não é tão grande para os concorrentes, mas a de entrosamento, dinâmica e qualidade de futebol coletivo apresentado é abissal para qualquer outra equipe do país. Tão abissal quanto aquele Espanha x Holanda diante deste Bahia x Inter.
Quem sabe um domingão?
O Campeonato Brasileiro, apesar de todos os seus problemas de organização (que já foram piores em outros tempos, diga-se), tem potencial para render ótimos jogos. Quem sabe neste domingo a gente comece a virar esta página? Há o primeiro clássico do Itaquerão, entre Corinthians e Palmeiras; a volta de Kaká ao São Paulo, naquele que promete ser um movimentado duelo com o Goiás, no Serra Dourada; um confronto entre dois candidatos ao G-4, entre Atlético Paranaense e Fluminense; sem falar em Flamengo x Botafogo, que não promete ser um bom jogo, mas ao menos marcará a re-re-re-estreia de Luxa ao Rubro-Negro, no primeiro clássico do Maracanã após a Copa do Mundo. Oremos.
Só o Avaí salva
A noite de sábado foi terrível para o futebol de Santa Catarina. Além do massacre sofrido pelo Figueira no Mineirão, a Chapecoense levou 3 a 0 do Santos e o Criciúma, em casa, foi surpreendido pelo Vitória, 3 a 1. Só o Avaí se deu bem: venceu mais uma na Série B e já é o 4º, com 23 pontos. E a vitória foi sobre... outro catarinense, claro. No caso, o Joinville, em sua Arena, por 1 a 0. Ambos estariam subindo hoje.
Comentários