Valeu a longa espera argelina
Coreia do Sul x Argélia sempre foi, dos cinco jogos marcados para Porto Alegre, o de maior disponibilidade de ingressos. Todo mundo subestimou o confronto, se poupou para as partidas de França, Holanda ou Argentina. Pois quem não foi ao Beira-Rio acabou perdendo um jogaço. E não foi um confronto necessariamente nivelado por baixo, graças ao time argelino, que venceu pela primeira vez em Copas desde 1982 e jogou sem dúvida sua melhor partida em Mundiais desde aqueles históricos 2 a 1 sobre a Alemanha Ocidental, há 32 anos.
Antes do jogo, era possível apontar um leve favoritismo para a Coreia do Sul, que tem apresentado uma constante evolução no seu futebol de duas décadas para cá. Mas quem esteve no Beira-Rio já podia prever, desde o início, que a Argélia seria protagonista. Os argelinos não só foram em maior número como fizeram muito mais barulho. Desde o hino já era de arrepiar o apoio. E o time correspondeu dentro de campo.
Desde o início a Argélia se impôs à Coreia. A equipe do norte africano entrou num 4-2-3-1 bem ofensivo, com Brahimi, Feghouli e Djabou tendo intensa movimentação e se aproximando muito do ótimo centroavante Slimani. Eram 50 segundos e já havia uma chance de gol. Os coreanos não conseguiram sair de trás nos primeiros 10 minutos, tentaram equilibrar o jogo, mas aos 20 Slimani pôs justiça no placar e fez 1 a 0. E na saída de bola, atônita, a Coreia do Sul perdeu a bola que deu origem ao escanteio do segundo gol, de Halliche, em péssima saída do goleiro Sung-Ryong.
O interessante é que, mesmo com a vantagem tranquila, a Argélia não aliviou. Soube aproveitar o grande momento e fez o terceiro com imensa facilidade, em jogada de Slimani para Djabou, livre. Era o 3 a 0 ainda no primeiro tempo, algo impensável para uma seleção que chegou com o status de mais humilde da chave.
A Coreia do Sul voltou do intervalo mais organizada e com postura bem mais agressiva. Pôs a bola no chão e deixou claras as fragilidades defensivas argelinas. Aos 5 minutos veio o desconto, e a pressão só aumentava. Foi quando o Beira-Rio viu o lance mais bonito da tarde: Feghouli se desvencilhou da marcação com enorme categoria, deu a Brahimi, recebeu de volta e tocou de novo para o companheiro, na cara do gol, fazer o 4 a 1. Uma tabela que lembrou Belloumi, Madjer, Zidane e o histórico time de 1982. O gol desanimou demais a Coreia, que ainda descontou, teve chances de fazer o terceiro, mas nunca ameaçou de fato a merecida vitória argelina.
O resultado foi bom não só para a Argélia, mas também para a Rússia. Afinal, a equipe de Fabio Capello agora depende só de si para chegar às oitavas: tem de bater os argelinos em Curitiba. A tarefa, porém, não será fácil: a Argélia já havia complicado o jogo para a Bélgica na estreia, e hoje teve grande atuação, apesar de problemas defensivos quando foi apertada. Talvez, se tivesse encarado os belgas com mais coragem, a equipe africana estivesse ainda mais bem colocada. Já a Coreia, com a derrota, está praticamente eliminada. Com o futebol mostrado hoje, talvez nem devesse estar na Copa do Mundo.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo H - 2ª rodada
22/junho/2014
COREIA DO SUL 2 x ARGÉLIA 4
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (BRA)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Público: 42.732
Gols: Slimani 25, Halliche 27 e Djabou 37 do 1º; Heung-Min 4, Brahimi 16 e Ja-Cheol 26 do 2º
Cartão amarelo: Lee Yong, Kook-Young e Bougherra
COREIA DO SUL: Sung-Ryong (4), Lee Yong (4,5), Jeong-Ho (3), Young-Gwon (4) e Suk-Young (4,5); Kook-Young (4,5) (Dong-Woo, 32 do 2º - sem nota), Chung-Yong (5) (Keun-Ho, 18 do 2º - 5,5), Sung-Yong (4,5) e Ja-Cheol (5); Chu-Young (4,5) (Shin-Wook, 11 do 2º - 5) e Heung-Min (5,5). Técnico: Hong Myung-Bo
ARGÉLIA: M'Bolhi (6), Mandi (6), Bougherra (6,5) (Belkalem, 43 do 2º - sem nota), Halliche (7) e Mesbah (6,5); Medjani (6), Bentaleb (6), Brahimi (7) (Lacen, 31 do 2º - 5,5), Feghouli (7,5) e Djabou (7) (Ghilas, 27 do 2º - 5,5); Slimane (8). Técnico: Vahid Halilhodzic
Antes do jogo, era possível apontar um leve favoritismo para a Coreia do Sul, que tem apresentado uma constante evolução no seu futebol de duas décadas para cá. Mas quem esteve no Beira-Rio já podia prever, desde o início, que a Argélia seria protagonista. Os argelinos não só foram em maior número como fizeram muito mais barulho. Desde o hino já era de arrepiar o apoio. E o time correspondeu dentro de campo.
Desde o início a Argélia se impôs à Coreia. A equipe do norte africano entrou num 4-2-3-1 bem ofensivo, com Brahimi, Feghouli e Djabou tendo intensa movimentação e se aproximando muito do ótimo centroavante Slimani. Eram 50 segundos e já havia uma chance de gol. Os coreanos não conseguiram sair de trás nos primeiros 10 minutos, tentaram equilibrar o jogo, mas aos 20 Slimani pôs justiça no placar e fez 1 a 0. E na saída de bola, atônita, a Coreia do Sul perdeu a bola que deu origem ao escanteio do segundo gol, de Halliche, em péssima saída do goleiro Sung-Ryong.
O interessante é que, mesmo com a vantagem tranquila, a Argélia não aliviou. Soube aproveitar o grande momento e fez o terceiro com imensa facilidade, em jogada de Slimani para Djabou, livre. Era o 3 a 0 ainda no primeiro tempo, algo impensável para uma seleção que chegou com o status de mais humilde da chave.
A Coreia do Sul voltou do intervalo mais organizada e com postura bem mais agressiva. Pôs a bola no chão e deixou claras as fragilidades defensivas argelinas. Aos 5 minutos veio o desconto, e a pressão só aumentava. Foi quando o Beira-Rio viu o lance mais bonito da tarde: Feghouli se desvencilhou da marcação com enorme categoria, deu a Brahimi, recebeu de volta e tocou de novo para o companheiro, na cara do gol, fazer o 4 a 1. Uma tabela que lembrou Belloumi, Madjer, Zidane e o histórico time de 1982. O gol desanimou demais a Coreia, que ainda descontou, teve chances de fazer o terceiro, mas nunca ameaçou de fato a merecida vitória argelina.
O resultado foi bom não só para a Argélia, mas também para a Rússia. Afinal, a equipe de Fabio Capello agora depende só de si para chegar às oitavas: tem de bater os argelinos em Curitiba. A tarefa, porém, não será fácil: a Argélia já havia complicado o jogo para a Bélgica na estreia, e hoje teve grande atuação, apesar de problemas defensivos quando foi apertada. Talvez, se tivesse encarado os belgas com mais coragem, a equipe africana estivesse ainda mais bem colocada. Já a Coreia, com a derrota, está praticamente eliminada. Com o futebol mostrado hoje, talvez nem devesse estar na Copa do Mundo.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo H - 2ª rodada
22/junho/2014
COREIA DO SUL 2 x ARGÉLIA 4
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (BRA)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Público: 42.732
Gols: Slimani 25, Halliche 27 e Djabou 37 do 1º; Heung-Min 4, Brahimi 16 e Ja-Cheol 26 do 2º
Cartão amarelo: Lee Yong, Kook-Young e Bougherra
COREIA DO SUL: Sung-Ryong (4), Lee Yong (4,5), Jeong-Ho (3), Young-Gwon (4) e Suk-Young (4,5); Kook-Young (4,5) (Dong-Woo, 32 do 2º - sem nota), Chung-Yong (5) (Keun-Ho, 18 do 2º - 5,5), Sung-Yong (4,5) e Ja-Cheol (5); Chu-Young (4,5) (Shin-Wook, 11 do 2º - 5) e Heung-Min (5,5). Técnico: Hong Myung-Bo
ARGÉLIA: M'Bolhi (6), Mandi (6), Bougherra (6,5) (Belkalem, 43 do 2º - sem nota), Halliche (7) e Mesbah (6,5); Medjani (6), Bentaleb (6), Brahimi (7) (Lacen, 31 do 2º - 5,5), Feghouli (7,5) e Djabou (7) (Ghilas, 27 do 2º - 5,5); Slimane (8). Técnico: Vahid Halilhodzic
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