Tinha que ser o pior
Irã e Nigéria confirmaram, na Arena da Baixada, aquilo que deles se esperava: fizeram uma partida ruim, tecnicamente muito abaixo da média que estamos vendo no Mundial e ficaram no 0 a 0. Se havia um jogo favorito para ser o pior desta primeira rodada da Copa, o da tarde desta quinta-feira em Curitiba cumpriu plenamente as expectativas.
A culpa da ruindade é quase que exclusiva dos nigerianos, afinal, era de quem se poderia esperar alguma coisa de mais nível. Carlos Queiroz notabilizou-se por formar uma seleção portuguesa extremamente fechada na Copa de 2010, e não faria diferente comandando o fraco Irã. O time persa cumpriu o que lhe cabia: segurou os africanos com uma atuação defensiva muito disciplinada, mas faltou qualidade para fazer o gol, mesmo quando ameaçou dominar o confronto.
A Nigéria até começou bem. Com Moses e Musa abertos pelas pontas, a campeã africana impôs seu físico forte nos primeiros minutos, mas abusou das ligações diretas, esquecendo de tramar mais por baixo, como sua qualidade superior permitiria. Assim, facilitou o trabalho do Irã, que atuou num 4-5-1 fechadinho, sem dar espaços, apostando nas bolas paradas para tentar surpreender. Num primeiro tempo de iniciativa quase que exclusivamente nigeriana, a melhor chance foi do Irã, com Ghoochannejhad cabeceando após escanteio para grande defesa de Enyeama.
Vendo que a Nigéria estava longe de ser temível, o Irã começou a gostar do jogo no segundo tempo. Com boas subidas de Dejagah e Teymourian e algumas bolas perigosas alçadas à área, esteve até perto de abrir o placar. Faltava, porém, qualidade nos arremates. Ghoochannejhad, que era de quem se poderia esperar alguma coisa, concluiu mal quase sempre.
Quando Queiroz finalmente resolveu arriscar, aos 32, colocando mais um atacante em campo, o Irã já não era mais dominador. O pensamento de que o empate estava próximo certamente pesou, e a equipe tratou de sair apenas na boa. A Nigéria, por sua vez, só levou perigo mesmo em alguns levantamentos para a área já nos acréscimos. Por baixo, nada. Obi Mikel tentou comandar o time com boas saídas de jogo, mas faltou parceria. O time todo esteve muito abaixo de qualquer partida da Copa das Confederações do ano passado, por exemplo.
No pior jogo da Copa, apesar do 0 a 0, a grande derrotada é a Nigéria. A equipe larga apenas um pontinho à frente da Bósnia, mas já pegou o Irã, enquanto os bósnios já se livraram dos argentinos. O resultado de hoje praticamente obriga os campeões africanos a vencerem a Bósnia no próximo sábado para seguirem na briga por classificação. Quanto ao Irã, o empate é um bom resultado diante de suas condições. Contra a Argentina, porém, certamente as dificuldades para obter um pontinho serão imensamente maiores.
Em tempo:
- O jogo de hoje e a atuação medíocre da Bósnia deixam claro o que já se suspeitava: a Argentina pegou, mesmo, o grupo mais fácil desta Copa do Mundo. Os bósnios, que são os melhores adversários, foram batidos sem necessidade de uma grande atuação dos bicampeões. Irã e Nigéria não devem oferecer resistência maior.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo F - 1ª rodada
16/junho/2014
IRÃ 0 x NIGÉRIA 0
Local: Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
Árbitro: Carlos Vera (EQU)
Público: 39.081
Cartão amarelo: Teymourian
IRÃ: Haghighi (6,5), Hosseini (5), Sadeghi (6), Montazeri (6,5) e Pooladi (6,5); Heydari (5,5) (Shojaei, 43 do 2º - sem nota), Teymourian (5,5), Nekounam (4,5), Dejagah (5,5) (Jahanbakhsh, 32 do 2º - sem nota) e Hajsafi (5,5); Ghoochannejhad (5,5). Técnico: Carlos Queiroz
NIGÉRIA: Enyeama (6,5), Ambrose (4,5), Oshaniwa (5,5), Oboabona (5,5) (Yobo, 28 do 1º - 5,5) e Omeruo (5,5); Azeez (5,5) (Odemwingie, 23 do 2º 5), Onazi (5) e Obi Mikel (6); Moses (5) (Ameobi, 6 do 2º - 5,5), Emenike (5) e Musa (5,5). Técnico: Stephen Keshi
A culpa da ruindade é quase que exclusiva dos nigerianos, afinal, era de quem se poderia esperar alguma coisa de mais nível. Carlos Queiroz notabilizou-se por formar uma seleção portuguesa extremamente fechada na Copa de 2010, e não faria diferente comandando o fraco Irã. O time persa cumpriu o que lhe cabia: segurou os africanos com uma atuação defensiva muito disciplinada, mas faltou qualidade para fazer o gol, mesmo quando ameaçou dominar o confronto.
A Nigéria até começou bem. Com Moses e Musa abertos pelas pontas, a campeã africana impôs seu físico forte nos primeiros minutos, mas abusou das ligações diretas, esquecendo de tramar mais por baixo, como sua qualidade superior permitiria. Assim, facilitou o trabalho do Irã, que atuou num 4-5-1 fechadinho, sem dar espaços, apostando nas bolas paradas para tentar surpreender. Num primeiro tempo de iniciativa quase que exclusivamente nigeriana, a melhor chance foi do Irã, com Ghoochannejhad cabeceando após escanteio para grande defesa de Enyeama.
Vendo que a Nigéria estava longe de ser temível, o Irã começou a gostar do jogo no segundo tempo. Com boas subidas de Dejagah e Teymourian e algumas bolas perigosas alçadas à área, esteve até perto de abrir o placar. Faltava, porém, qualidade nos arremates. Ghoochannejhad, que era de quem se poderia esperar alguma coisa, concluiu mal quase sempre.
Quando Queiroz finalmente resolveu arriscar, aos 32, colocando mais um atacante em campo, o Irã já não era mais dominador. O pensamento de que o empate estava próximo certamente pesou, e a equipe tratou de sair apenas na boa. A Nigéria, por sua vez, só levou perigo mesmo em alguns levantamentos para a área já nos acréscimos. Por baixo, nada. Obi Mikel tentou comandar o time com boas saídas de jogo, mas faltou parceria. O time todo esteve muito abaixo de qualquer partida da Copa das Confederações do ano passado, por exemplo.
No pior jogo da Copa, apesar do 0 a 0, a grande derrotada é a Nigéria. A equipe larga apenas um pontinho à frente da Bósnia, mas já pegou o Irã, enquanto os bósnios já se livraram dos argentinos. O resultado de hoje praticamente obriga os campeões africanos a vencerem a Bósnia no próximo sábado para seguirem na briga por classificação. Quanto ao Irã, o empate é um bom resultado diante de suas condições. Contra a Argentina, porém, certamente as dificuldades para obter um pontinho serão imensamente maiores.
Em tempo:
- O jogo de hoje e a atuação medíocre da Bósnia deixam claro o que já se suspeitava: a Argentina pegou, mesmo, o grupo mais fácil desta Copa do Mundo. Os bósnios, que são os melhores adversários, foram batidos sem necessidade de uma grande atuação dos bicampeões. Irã e Nigéria não devem oferecer resistência maior.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo F - 1ª rodada
16/junho/2014
IRÃ 0 x NIGÉRIA 0
Local: Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
Árbitro: Carlos Vera (EQU)
Público: 39.081
Cartão amarelo: Teymourian
IRÃ: Haghighi (6,5), Hosseini (5), Sadeghi (6), Montazeri (6,5) e Pooladi (6,5); Heydari (5,5) (Shojaei, 43 do 2º - sem nota), Teymourian (5,5), Nekounam (4,5), Dejagah (5,5) (Jahanbakhsh, 32 do 2º - sem nota) e Hajsafi (5,5); Ghoochannejhad (5,5). Técnico: Carlos Queiroz
NIGÉRIA: Enyeama (6,5), Ambrose (4,5), Oshaniwa (5,5), Oboabona (5,5) (Yobo, 28 do 1º - 5,5) e Omeruo (5,5); Azeez (5,5) (Odemwingie, 23 do 2º 5), Onazi (5) e Obi Mikel (6); Moses (5) (Ameobi, 6 do 2º - 5,5), Emenike (5) e Musa (5,5). Técnico: Stephen Keshi
Comentários
Esse grupo mostrou-se ou comprovou-se afinal de contas bastante forte. Alemanha deve ficar em primeiro, e talvez não devamos descartar uns 9 pontos, ou pelo menos 7.
A outra equipe segue em aberto. Mas, no fundo, acho que o CRonaldo deve fazer a diferença contra EUA e Gana, e aposto em classificação portuguesa.
Em temos de disputa de vaga, esse deve ser um dos melhores grupos, ainda que conte com um favorito ao título.
E para Portugal, só mesmo duas vitórias bastam. Cristiano vai ter que se desdobrar. Hoje tentou, foi bem, mas os alemães marcaram demais.