Tão bom que o gosto é ruim
Perder para o Fluminense hoje não seria nada de mais para o Internacional. A equipe de Abel Braga enfrentou um adversário forte, fora de casa, e sem cinco titulares. Pois o que se viu em campo foi um enfrentamento no mínimo parelho no âmbito dos 90 minutos, com o Colorado muito superior nos 45 finais. Uma atuação tão boa, mesmo diante de todos os problemas, que a sensação que fica é a de que o resultado poderia ter sido melhor.
O Flu teve mais volume de jogo no primeiro tempo, e isso já era esperado. A equipe carioca teve em todos os jogos neste Brasileiro, incluindo a última derrota, quarta, para o Atlético-MG. Desta vez, além dos gols perdidos, o time carioca contou com uma dificuldade a mais: a fraquíssima atuação de Conca, que errou quase tudo o que tentou. O Inter se postou atrás, esperando para sair no contragolpe e jogar no erro do Tricolor. Viu-se dominado nos 20 minutos iniciais, mas marcou seu gol exatamente desta forma, num passe genial de Alan Patrick buscando o surpreendente ingresso de Jorge Henrique em posição legal.
O gol era um castigo à boa atuação geral que tinha o Fluminense, e o empate, de Jean, restabeleceu a correção do placar - Rafael Sobis estava, sim, impedido, mas o lance foi muito difícil. O interessante é que, com o 1 a 1, o Inter abandonou a postura reativa e passou a encarar os cariocas de igual para igual, criando chances antes do intervalo. Era um ensaio para o que vinha no segundo tempo.
A volta da etapa final foi horrorosa. Sem o nível do jogo apresentado no primeiro tempo, Flu e Inter erraram passes demais e não criavam nada. A partir da metade da etapa final, veio o domínio completo do time gaúcho, que justifica as entrevistas de todos após o confronto lamentando o empate. Talvez tenha sido uma superioridade principalmente física: os jogadores do Fluminense não acertavam nada e pareciam completamente exaustos. O Inter sobrava, com muito mais vitalidade, qualidade técnica, interesse em marcar o gol e organização tática. Não o fez por detalhe, mas merecia. E o curioso é que melhorou a partir da saída de Alan Patrick e Jorge Henrique, dois dos melhores até então - isso que Sasha e Valdívia nem entraram tão bem no jogo.
Fluminense e Inter chegam à Copa do Mundo empatados em 16 pontos, mas separados por três posições. É o equilíbrio do campeonato. O Colorado, pela tabela que tinha, era esperado que estivesse um pouco mais acima do que está, tanto em termos de colocação quanto de aproveitamento. Foram muitos jogos relativamente fáceis, a maioria em casa. Ainda assim, a campanha é positiva: nos últimos quatro jogos, o Colorado atuou bastante desfalcado, e conseguiu mesmo assim se manter no bolo dos primeiros. Após a Copa, os compromissos serão em geral mais complicados, mas com titulares à disposição. O que esperar? Ninguém sabe. Faltam 45 dias para a 10ª rodada, e até lá muita coisa vai mudar em todos os 19 times do Campeonato Brasileiro.
Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2014 - 9ª rodada
1º/junho/2014
FLUMINENSE 1 x INTERNACIONAL 1
Local: Moacyrzão, Macaé (RJ)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Público: 6.403
Renda: R$ 67.900,00
Gols: Jorge Henrique 21 e Jean 30 do 1º
Cartão amarelo: Diguinho, Bruno, Wellington Paulista, Cláudio Winck e Wellington
FLUMINENSE: Diego Cavalieri (6,5), Bruno (5,5), Gum (5), Fabrício (5) e Carlinhos (4,5); Diguinho (4), Jean (6), Chiquinho (5) (Kenedy, 24 do 2º - 4,5) e Conca (4); Rafael Sobis (6) (Gustavo Scarpa, 34 do 2º - 4,5) e Walter (5). Técnico: Cristóvão Borges
INTERNACIONAL: Dida (6), Cláudio Winck (6), Ernando (5,5), Juan (7) e Fabrício (6,5); Willians (5,5), Wellington (6), D'Alessandro (6,5), Jorge Henrique (6,5) (Eduardo Sasha, 23 do 2º - 5,5) e Alan Patrick (6,5) (Valdívia, 23 do 2º - 5,5); Wellington Paulista (5,5). Técnico: Abel Braga
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