Pouco atraente, muito eficiente

Esperava-se um futebol bonito, bem jogado e atraente desta nova geração belga. Até aqui, porém, o que se vê do time de Marc Wilmots é muita eficiência. A equipe sofreu para bater a Argélia na primeira rodada, talvez pressionada pelo nervosismo de uma estreia em Copas, normal para um grupo tão jovem. Diante da Rússia, não chegou a se impor ou pressionar o adversário, mas teve inteligência para matar o jogo quando o rival se assanhou a ir para frente e saiu classificada com uma rodada de antecedência do Grupo H.

Wilmots mandou bem, mais uma vez. Se suas mexidas no jogo diante dos argelinos haviam melhorado a Bélgica, contra os russos Fellaini e Mertens começaram a partida entre os titulares. A Bélgica teve um poder de criação maior que no primeiro jogo, com Mertens sendo a peça mais acionada no primeiro tempo, infernizando os russos pelo lado direito. Faltava, porém, Hazard entrar no jogo. Sumido, ele até chegou a trocar de flanco com Mertens para ver se crescia. Porém, seguiu longe do gol e pouquíssimo inspirado.

A Rússia esperava um pouco mais a iniciativa adversária. Apesar de suas dificuldades técnicas e de chegar normalmente com poucos homens no ataque, a seleção de Capello até dispunha de boas chegadas. No segundo tempo esta estratégia ficou mais clara. Os russos seguraram os belgas nos primeiros 20 minutos, que foram extremamente truncados. Wilmots tentou dar mais poder de fogo ao ataque tirando o novamente apagado Lukaku em favor de Origi. A zaga russa, porém, seguia levando vantagem.

Com a Bélgica controlada, a Rússia passou a gostar do jogo e sentir que a vitória era possível. Foi levando perigo a Courtois e deixando mais espaços atrás. Era o que os belgas precisavam para definir o jogo. Aos 42, em uma de suas únicas jogadas lúcidas na partida, Hazard recebeu de Origi, ganhou na velocidade e devolveu para o centroavante, livre, fuzilar Akinfeev na área. Era o gol da vitória.

O abatimento no banco de reservas russo ficou evidente. Afinal, um empate diante da Bélgica, combinado a uma vitória na última rodada sobre a Argélia, classificaria, provavelmente, a Rússia. Agora, será preciso torcer para que os coreanos tropecem, fora o fato de que os argelinos voltam à briga. A Copa de 2014 está se encaminhando para ser mais uma das tantas decepções dos anfitriões de 2018 em Mundiais. Capello está pagando pela teimosia de colocar seu melhor meia (Dzagoev) e um de seus melhores atacantes (Kerzhakov) no banco. Contra a Coreia do Sul, ambos decidiram. Hoje, não deu tempo.

Em tempo:
- Contra a Argélia, Fellaini e Mertens saíram do banco para fazerem os gols da virada belga. Hoje, Origi saiu do reservado para decretar a vitória sobre a Rússia. Wilmots tem tido sorte - e competência - nas substituições. E se Fellaini e Mertens ganharam lugar na equipe após decidirem contra os argelinos, será que Origi tomará o posto de Lukaku contra os coreanos? Não será surpresa, dado o baixo rendimento do titular.

Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo H - 2ª rodada
22/junho/2014
BÉLGICA 1 x RÚSSIA 0
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (BRA)
Árbitro: Felix Brych (ALE)
Público: 73.819
Gol: Origi 42 do 2º
Cartão amarelo: Alderweireld, Witsel e Glushakov
BÉLGICA: Courtois (6,5), Alderweireld (6), Van Buyten (6), Kompany (7,5) e Vermaelen (5,5) (Vertonghen, 31 do 1º - 5,5); Witsel (6), Fellaini (6) e De Bruyne (6); Mertens (7) (Mirallas, 29 do 2º - 6), Lukaku (4,5) (Origi, 11 do 2º - 6,5) e Hazard (6). Técnico: Marc Wilmots
RÚSSIA: Akinfeev (6), Kozlov (6) (Eshchenko, 16 do 2º - 5), Berezutski (6,5), Ignashevich (6) e Kombarov (4,5); Glushakov (6), Faizulin (5,5), Samedov (5) (Kerzhakov, 44 do 2º - sem nota) e Shatov (5,5) (Dzagoev, 37 do 2º - sem nota); Kanunnikov (5,5) e Kokorin (5). Técnico: Fabio Capello

Comentários

Chico disse…
Os Diabos Vermelhos jogaram um pouco mais e mereceram a vitória.

Não vi nada de mais na seleção belga até agora.

A Rússia (URSS) marca mal e é muito lenta.

Por que Arshavin não foi convocado?