O mais desparelho

O Beira-Rio viu o primeiro jogo de Copa em décadas sem execução de hinos e a partida mais desparelha de toda a Copa do Mundo. É verdade que a expulsão de Wilson Palacios foi decisiva para a completa desarticulação da seleção de Honduras, mas, tirados os 5 primeiros minutos de euforia pelo apoio do público gaúcho, o resto do jogo foi inteiro da França. A campeã de 1998 talvez tivesse mais dificuldades num 11 contra 11, mas certamente venceria a partida mesmo assim, dada sua superioridade técnica.

Diante de uma seleção hondurenha muito fechada em duas linhas de quatro, a França tratou de jogar pelos lados e abusar da movimentação de suas peças ofensivas. O lateral Debuchy foi uma arma importante pelo lado direito, especialmente quando se juntava a Valbuena, melhor jogador em campo. Extremamente intenso, o ponta direita foi visto no meio, pela esquerda, armando, lançando e concluindo. Era quem se destacava numa França ainda devagar.

Aos poucos, o goleiro Valladares foi virando destaque da partida. Vendo que Honduras não saía mais de trás, a França adiantou Pogba e Matuidi, deixando apenas Cabayé atrás, e ainda assim numa linha bem adiantada. Pela esquerda, Evra e Griezmann começavam a dar cada vez mais trabalho. O mérito da França foi não se afobar diante da retranca hondurenha. E aos 42, tudo ruiu com o pênalti e a expulsão de Wilson Palacios. Era a França em vantagem, e com um jogador a mais.

Nem daria tempo de Honduras se reconstituir. Luis Fernando Suárez fez duas mexidas no intervalo para tentar estancar a sangria, mas logo aos dois minutos Benzema já fazia o segundo, em lançamento primoroso de Valbuena, em gol dado para Valladares, contra, para que não restassem dúvidas de que a bola entrou após o toque do goleiro, embora a tecnologia de linha de gol já deixasse isso claro. O segundo tempo todo foi um massacre francês. Benzema ainda faria o terceiro, e outros tantos gols seriam perdidos.

A França vence com folga e autoridade. Não fez uma partida extraordinária, mas mostrou consistência. Fica difícil avaliar a equipe de Deschamps mais a fundo, pois a fragilidade do adversário, que não é pouca, precisa ser descontada. O jogo contra a Suíça, na próxima sexta, promete ser bem mais interessante em termos de teste.

Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo E - 1ª rodada
15/junho/2014
FRANÇA 3 x HONDURAS 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (BRA)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (BRA)
Público: 43.012
Cartão amarelo: Evra, Pogba, Cabayé, García e Garrido
Gols: Benzema (pênalti) 44 do 1º; Valladares (contra) 2 e Benzema 27 do 2º
Expulsão: Wilson Palacios 42 do 1º
FRANÇA: Lloris (6), Debuchy (7), Varane (6), Sakho (6) e Evra (7); Cabayé (6) (Mavuba, 20 do 2º - 5,5), Pogba (6) (Sissoko, 11 do 2º - 6,5) e Matuidi (7); Valbuena (7,5) (Giroud, 32 do 2º - sem nota), Benzema (8) e Griezmann (6,5). Técnico: Didier Deschamps
HONDURAS: Valladares (6,5), Beckeles (5), Bernárdez (5,5) (Chávez, intervalo - 4,5), Figueroa (4,5) e Izaguirre (5); Wilson Palacios (4,5), Garrido (5), Najar (5,5) (Claros, 13 do 2º - 5) e Espinoza (4,5); Bengtson (4,5) (García, intervalo - 5) e Costly (4,5). Técnico: Luis Fernando Suárez

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