E saiu barato
A goleada da Holanda sobre a Espanha foi a mais impressionante da Copa, o futebol da Alemanha diante de Portugal foi talvez o mais convincente, mas a melhor atuação de uma equipe até agora no Mundial foi esta da França diante da Suíça. Porque, ao contrário dos holandeses, que tiveram dificuldades diante dos espanhóis no primeiro tempo, os franceses massacraram a sólida Suíça o jogo todo. Foram 5, poderiam ter sido 6 se não fosse a precipitação do árbitro em encerrar a partida antes do golaço de Benzema e deveriam ter sido 8 ou 9, pelo volume de jogo e superioridade do time de Deschamps, que ainda se deu ao luxo de perder um pênalti que, sinceramente, não fez falta nenhuma.
Diante de Honduras, a França jogou um futebol bom, mas apenas suficiente. Contra a Suíça, a história foi bem diferente. A partida iniciou em ritmo intenso, com forte e adiantada marcação de parte a parte. Logo aos 8 minutos, os suíços perderam Von Bergen, lesionado, que deu lugar ao sempre seguro Senderos. Mas não foi por esta troca na zaga que o baile ocorreu. Foi por uma opção de Didier Deschamps, que desta vez escalou Giroud entre os titulares. O camisa 9 deu outra movimentação ao ataque francês. Fez 1 a 0 aos 17, após escanteio - mais um gol que a normalmente segura defesa suíça toma deste modo, repetindo o duelo contra o Equador.
Na saída de bola, Behrami errou o passe e Benzema roubou, deixando Matuidi livre para ampliar. Um golpe duríssimo, que deu início de vez ao baile. A França jogava por música. Valbuena, Giroud e Benzema formaram um trio absolutamente infernal no ataque, sempre apoiados pelas ótimas chegadas dos volantes Cabayé, Matuidi e Sissoko. Isso sem falar quando Evra e Debuchy subiam pelos lados. A Suíça, atônita, não achava o time francês, por vezes assistia-o jogar. A goleada poderia ter sido estabelecida se Benzema convertesse o pênalti sofrido por ele mesmo, ou se Cabayé não chutasse o rebote na trave, mas não tardou a chegar, em um lindo contragolpe puxado por Giroud e finalizado por Valbuena.
A Suíça voltou do intervalo decidida a descontar, pois o saldo pode ser importante na disputa pela segunda vaga com o Equador. Faltava, porém, criatividade. À França isso sobrava, sem falar em velocidade. E nada mudou quando Giroud deixou o campo para a entrada de Pogba. Recém saído do banco, o volante acertou uma trivela linda para o quarto gol, de Benzema, um golaço. A Suíça, então, largou de mão. Sissoko fez o quinto, a França teve mais três ou quatro chances claras de fazer o sexto, até diminuir o ritmo. Era um passeio, um massacre. Ottmar Hitzfeld não acreditava no que via. Ou talvez não quisesse acreditar.
A Suíça descontou com dois gols, aos 35 e 41, jogando por cerca de sete ou oito minutos de trégua francesa. Mas o sexto gol só não saiu porque Bjorn Kuipers apitou o final do jogo um segundo antes de Benzema concluir com perfeição de fora da área, num lance que lembrou o gol anulado de Zico na estreia brasileira contra a Suécia, em 1978. Benzema já poderia ter cinco gols nesta Copa, mas só tem três porque dois lhe foram arrancados pelo preciosismo alheio: um da FIFA, ao dar contra do goleiro hondurenho, outro do árbitro, por se precipitar e encerrar a partida em meio a um ataque.
Foi uma atuação espetacular da França. Sabíamos que a Suíça, apesar de ser cabeça de chave, era tecnicamente inferior. O 5 a 2 não representa o duelo duplamente: afinal, a diferença técnica entre ambos não é tão grande assim, mas a diferença do que se viu em campo foi bem maior do que o placar final sugere. A goleada poderia ter sido ainda maior, dado o baile que ocorreu na Fonte Nova, o estádio que tem visto os jogos mais interessantes e cheios de gols desta espetacular Copa do Mundo que estamos recebendo aqui no Brasil.
Em tempo:
- Apesar do fiasco, a Suíça segue mais perto das oitavas do que o Equador, e mesmo que os sul-americanos batam Honduras hoje. Afinal, na última rodada a equipe europeia pegará os hondurenhos, enquanto os equatorianos jogam contra a França.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo E - 2ª rodada
20/junho/2014
SUÍÇA 2 x FRANÇA 5
Local: Fonte Nova, Salvador (BRA)
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Público: 51.003
Gols: Giroud 16, Matuidi 17 e Valbuena 39 do 1º; Benzema 21, Sissoko 27, Dzemaili 35 e Xhaqa 41 do 2º
Cartão amarelo: Cabayé
SUÍÇA: Benaglio (6), Lichtsteiner (4,5), Djourou (4), Von Bergen (sem nota) (Senderos, 8 do 1º - 4) e Rodríguez (5); Behrami (3,5) (Dzemaili, intervalo - 5,5), Inler (4,5) e Xhaqa (5,5); Shaqiri (4), Seferovic (4) (Drmic, 23 do 2º - 5) e Mehmedi (4,5). Técnico: Ottmar Hitzfeld
FRANÇA: Lloris (6,5), Debuchy (6,5), Varane (7), Sakho (6,5) (Koscielny, 20 do 2º - 5,5) e Evra (6,5); Cabayé (7,5), Sissoko (7) e Matuidi (7,5); Valbuena (8) (Griezmann, 36 do 2º - sem nota), Giroud (8,5) (Pogba, 17 do 2º - 7) e Benzema (8,5). Técnico: Didier Deschamps
Diante de Honduras, a França jogou um futebol bom, mas apenas suficiente. Contra a Suíça, a história foi bem diferente. A partida iniciou em ritmo intenso, com forte e adiantada marcação de parte a parte. Logo aos 8 minutos, os suíços perderam Von Bergen, lesionado, que deu lugar ao sempre seguro Senderos. Mas não foi por esta troca na zaga que o baile ocorreu. Foi por uma opção de Didier Deschamps, que desta vez escalou Giroud entre os titulares. O camisa 9 deu outra movimentação ao ataque francês. Fez 1 a 0 aos 17, após escanteio - mais um gol que a normalmente segura defesa suíça toma deste modo, repetindo o duelo contra o Equador.
Na saída de bola, Behrami errou o passe e Benzema roubou, deixando Matuidi livre para ampliar. Um golpe duríssimo, que deu início de vez ao baile. A França jogava por música. Valbuena, Giroud e Benzema formaram um trio absolutamente infernal no ataque, sempre apoiados pelas ótimas chegadas dos volantes Cabayé, Matuidi e Sissoko. Isso sem falar quando Evra e Debuchy subiam pelos lados. A Suíça, atônita, não achava o time francês, por vezes assistia-o jogar. A goleada poderia ter sido estabelecida se Benzema convertesse o pênalti sofrido por ele mesmo, ou se Cabayé não chutasse o rebote na trave, mas não tardou a chegar, em um lindo contragolpe puxado por Giroud e finalizado por Valbuena.
A Suíça voltou do intervalo decidida a descontar, pois o saldo pode ser importante na disputa pela segunda vaga com o Equador. Faltava, porém, criatividade. À França isso sobrava, sem falar em velocidade. E nada mudou quando Giroud deixou o campo para a entrada de Pogba. Recém saído do banco, o volante acertou uma trivela linda para o quarto gol, de Benzema, um golaço. A Suíça, então, largou de mão. Sissoko fez o quinto, a França teve mais três ou quatro chances claras de fazer o sexto, até diminuir o ritmo. Era um passeio, um massacre. Ottmar Hitzfeld não acreditava no que via. Ou talvez não quisesse acreditar.
A Suíça descontou com dois gols, aos 35 e 41, jogando por cerca de sete ou oito minutos de trégua francesa. Mas o sexto gol só não saiu porque Bjorn Kuipers apitou o final do jogo um segundo antes de Benzema concluir com perfeição de fora da área, num lance que lembrou o gol anulado de Zico na estreia brasileira contra a Suécia, em 1978. Benzema já poderia ter cinco gols nesta Copa, mas só tem três porque dois lhe foram arrancados pelo preciosismo alheio: um da FIFA, ao dar contra do goleiro hondurenho, outro do árbitro, por se precipitar e encerrar a partida em meio a um ataque.
Foi uma atuação espetacular da França. Sabíamos que a Suíça, apesar de ser cabeça de chave, era tecnicamente inferior. O 5 a 2 não representa o duelo duplamente: afinal, a diferença técnica entre ambos não é tão grande assim, mas a diferença do que se viu em campo foi bem maior do que o placar final sugere. A goleada poderia ter sido ainda maior, dado o baile que ocorreu na Fonte Nova, o estádio que tem visto os jogos mais interessantes e cheios de gols desta espetacular Copa do Mundo que estamos recebendo aqui no Brasil.
Em tempo:
- Apesar do fiasco, a Suíça segue mais perto das oitavas do que o Equador, e mesmo que os sul-americanos batam Honduras hoje. Afinal, na última rodada a equipe europeia pegará os hondurenhos, enquanto os equatorianos jogam contra a França.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo E - 2ª rodada
20/junho/2014
SUÍÇA 2 x FRANÇA 5
Local: Fonte Nova, Salvador (BRA)
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Público: 51.003
Gols: Giroud 16, Matuidi 17 e Valbuena 39 do 1º; Benzema 21, Sissoko 27, Dzemaili 35 e Xhaqa 41 do 2º
Cartão amarelo: Cabayé
SUÍÇA: Benaglio (6), Lichtsteiner (4,5), Djourou (4), Von Bergen (sem nota) (Senderos, 8 do 1º - 4) e Rodríguez (5); Behrami (3,5) (Dzemaili, intervalo - 5,5), Inler (4,5) e Xhaqa (5,5); Shaqiri (4), Seferovic (4) (Drmic, 23 do 2º - 5) e Mehmedi (4,5). Técnico: Ottmar Hitzfeld
FRANÇA: Lloris (6,5), Debuchy (6,5), Varane (7), Sakho (6,5) (Koscielny, 20 do 2º - 5,5) e Evra (6,5); Cabayé (7,5), Sissoko (7) e Matuidi (7,5); Valbuena (8) (Griezmann, 36 do 2º - sem nota), Giroud (8,5) (Pogba, 17 do 2º - 7) e Benzema (8,5). Técnico: Didier Deschamps
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