Copa 2014: Estados Unidos

Há vida sem Donovan? É o que a seleção dos Estados Unidos começará a responder a partir de terça que vem, dia 17, quando estrear na Copa do Mundo diante de Gana. O maior jogador da história do país não foi chamado para compor o elenco de Jürgen Klinsmann que estará no Brasil. Aos 32 anos, tinha muita lenha ainda para queimar. Nem mesmo a boa Copa Ouro que realizou no ano passado convenceu o treinador alemão a convocá-lo.

Com ou sem Donovan, os Estados Unidos merecem respeito. Hoje, trata-se da melhor seleção da zona da Concacaf, e com folga, dada a péssima fase do México. Nas eliminatórias, o time norte-americano sobrou, a ponto de ter a piedade de vencer o Panamá e classificar os eternos rivais mexicanos por tabela. A ideia de que a bola de futebol é uma estranha já não cola mais há bastante tempo.

O azar foi ter caído no Grupo G. Se os Estados Unidos são a melhor seleção centro-norte-americana, a Alemanha é a melhor da Europa, Gana é a melhor da África e Portugal tem o melhor jogador do mundo. O time de Klinsmann não é fraco, mas tem menos qualidade que seus três rivais de chave. Não significa que será eliminado, mas que o desafio de seguir adiante será duríssimo.

O CAMINHO
Os Estados Unidos estreiam, curiosamente, contra a mesma seleção que enfrentaram em seu último jogo em Copas, Gana (derrota de 2 a 1 nas oitavas de 2010). Os ganeses também bateram os norte-americanos por este mesmo placar na fase de grupos de 2006. Todos na chave, aliás, são velhos conhecidos. A Alemanha esteve no caminho dos Estados Unidos na fase de grupos 1998, e os bateu por 2 a 0, e nas quartas de final de 2002, eliminando os norte-americanos com um 1 a 0. Já Portugal foi surpreendido pelo time norte-americano, quando um certo Donovan venceu Figo, o então melhor do mundo, por 3 a 2, em 2002.

DESTAQUE
Sem Donovan, é Clint Dempsey o grande nome dos Estados Unidos. Um dos maiores artilheiros da história da seleção, o ex-jogador do Fulham hoje veste a camisa do Seattle Sounders, da Major League Soccer. Formava com Donovan uma dupla afinadíssima na criação da equipe que chegou às oitavas em 2010. Por vezes atua também como atacante centralizado, no 4-2-3-1, esquema preferido de Klinsmann.

PONTOS FORTES
Klinsmann pode ser teimoso e turrão, mas de uma coisa não pode ser acusado: não saber montar bem equipes ofensivas. Com a Alemanha, em 2006, formou o embrião do timaço de hoje em dia, num 4-2-3-1 envolvente que foi o melhor ataque das últimas duas Copas. Na atual equipe norte-americana o sistema é semelhante, e os gols proliferam. Em 2013, a equipe chegou a vencer 12 jogos seguidos (chegou a ganhar da Alemanha no período), marcando 39 gols. Nos últimos seis jogos que disputou, em cinco marcou mais de um gol.

PONTOS FRACOS
A decisão de deixar Donovan de fora sem maiores explicações deixou várias dúvidas sobre as possibilidades norte-americanas na Copa. E o pior: ainda nem houve tempo para saber como o time lidará sem seu referencial técnico de mais de uma década. Donovan disputou dois amistosos este ano. Até aqui, apesar da amostragem pequena, os resultados foram positivos: três jogos e três vitórias contra Azerbaijão, Turquia e Nigéria. Diante de Alemanha, Gana e Portugal, porém, pode faltar estofo.

A HISTÓRIA
Terceira colocada em 1930, a seleção dos Estados Unidos jamais esteve perto de repetir a dose. Em 1950, foi a responsável pela maior zebra da história das Copas ao derrotar a Inglaterra por 1 a 0. Depois, só voltaria a participar de um Mundial em 1990, e desde então jogou todas as edições. Na Copa da Itália, em 1998 e 2006, parou na primeira fase; em 1994, quando sediou, e 2010, parou nas oitavas. Já em 2002 chegou mais longe, parando só na Alemanha, nas quartas de final.

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