Copa 2014: Bósnia

A Bósnia é o patinho feio da Copa do Mundo de 2014. Chega ao Brasil sem qualquer grife, nunca disputou uma Copa do Mundo e sempre foi relegada a um segundo escalão quando o assunto é o futebol da ex-Iugoslávia - Croácia, Sérvia e até a Eslovênia já disputaram Copas, enquanto os bósnios estão apenas estreando. A falta de reconhecimento (e até de conhecimento da equipe), porém, tem boa chance de ficar no passado.

Este é o primeiro torneio importante que disputa a Bósnia, é verdade, mas a classificação veio com sobras. A equipe deu a sorte de pegar um grupo relativamente fraco nas eliminatórias, mas passou nele como quis. Fez 25 pontos em 30 disputados, o mesmo que a Grécia, ganhando dos helênicos no saldo de gols. A diferença foi abissal: o saldo bósnio foi de 24, o grego foi de 8. Tudo graças ao excelente ataque da equipe, comandado pelo artilheiro Dzeko, do Manchester City: 30 gols em 10 jogos. Só as poderosas Alemanha (36), Holanda (34) e Inglaterra (31) fizeram mais.

Como em todo o caso envolvendo ex-repúblicas iugoslavas, a Bósnia até pode ser estreante, mas carrega o estilo de jogo típico dos Balcãs no seu DNA, o que significa um time de intensidade física, marcação forte e, principalmente, qualidade com a bola no pé. Tem tudo para fazer um bom enfrentamento com a Argentina e para brigar de igual para igual pela segunda vaga com a Nigéria, campeã africana.

O CAMINHO
A Bósnia deu a sorte de não pegar um grupo difícil nas eliminatórias, mas na Copa a história será outra. Enfrentar a favorita Argentina era um risco que a equipe corria, mas ainda assim a chave é possível de ser transposta. Se o Irã é a grande zebra, a Nigéria tende a ser a grande rival da seleção do leste europeu pela segunda vaga. A desvantagem é que a Bósnia pegará a Argentina na primeira rodada, enquanto a Nigéria enfrentará os favoritos na última, talvez já classificados, o que facilita arrancar um pontinho. Bater os nigerianos, portanto, será fundamental.

DESTAQUE
Edin Dzeko, centroavante campeão inglês pelo Manchester City é a esperança da Bósnia e pode ser a dor de cabeça da mediana defesa argentina na partida de estreia da Copa do Mundo. Autor de 10 gols nas eliminatórias e 24 pelo City no último ano, o jogador de 28 anos e 1,93m de altura é referência na bola aérea e bastante oportunista.

PONTOS FORTES
A dupla de ataque formada por Ibisevic e Dzeko é o ponto alto do time bósnio. Juntos, ambos fizeram 18 dos 30 gols da seleção nas eliminatórias, ou 60% do total. Ou seja: Dzeko e Ibisevic marcam, só eles, mais gols que equipes como Croácia, Espanha, França e Suíça, que estarão na Copa. É uma dupla de respeito. A defesa, com apenas 6 gols sofridos, também não é grande motivo para preocupações.

PONTOS FRACOS
Embora não seja totalmente desprovida de tradição justamente por vir da escola iugoslava, esta será a primeira Copa do Mundo da Bósnia, o que certamente pesa em relação a rivais de grupo como a Nigéria, que disputará o torneio pela quinta vez. A Croácia estreou com o 3º lugar em 1998, mas contava com jogadores que reforçaram a Iugoslávia no Mundial de 1990. Outro problema, que não é culpa da Bósnia, é a tabela: estrear contra a Argentina é ingrato, ainda mais levando-se em conta que a Nigéria, principal rival em potencial da fase de grupos, poderá pegar os hermanos em outro ritmo, já classificados quem sabe.

A HISTÓRIA
A Bósnia é uma estreante em Copas do Mundo. Aliás, este será o seu primeiro torneio grande como seleção independente, já que o país também nunca obteve classificação para a Euro.

Comentários