Velhos problemas no Pantanal
Criatividade para furar defesas bem fechadas tem sido um dos maiores problemas do Internacional nos últimos anos. Abel Braga parecia tê-lo resolvido no Gauchão, ou deu a impressão de que estava a caminho disso, especialmente nos Gre-Nais decisivos. Não que o Grêmio tenha atuado retrancado, longe disso, mas a movimentação surpreendente de Aránguiz vindo de trás, os tabelamentos de Alan Patrick, as chegadas-surpresa de Fabrício e Gilberto, esses fatores indicavam alternativas para surpreender uma defesa bem postada. Tudo foi colocado em xeque ontem, na Arena Pantanal.
É verdade que enfrentar o Cuiabá não é exatamente uma grande motivação, mas o fato é que o Inter voltou a ser o time lento de outros tempos. Atacava mal, sem objetividade e muito menos agressividade - a única defesa difícil do goleiro Willian Alves ocorreu só aos 42 da etapa final, em chute rasteiro de Valdívia. Pior: ansioso para tentar chegar ao gol e talvez até irritado com a forte marcação mato-grossense, concedeu generosos espaços atrás, que o time da casa soube aproveitar. Se o Cuiabá tivesse um pouco mais de qualidade na hora de definir as jogadas, teria fatalmente vencido o jogo - talvez por diferença maior do que um gol, até.
Abelão fez o discurso de sempre. Quando seu time ganha, trata de minimizar o feito para acalmar a euforia; quando perde ou vai mal, acha algo para elogiar e minimizar o fracasso. No caso de ontem, elogiou a vontade do Inter para buscar o empate. Ora, isso não procede. Depois de um primeiro tempo fraquíssimo, o Colorado voltou para o segundo correndo um pouco mais, e só. Tentar buscar um empate contra um time de Série C não era mais do que a obrigação mínima. A falta de criatividade persistia e o fracasso técnico de outros atletas seguia ocorrendo. O Cuiabá seguiu tendo mais chances claras de marcar. Quando Rafael Moura empatou, o jogo estava muito mais para 2 a 0 que para 1 a 1. Mas a superioridade técnica e física normalmente prevalece nos minutos finais de confrontos de grandes contra pequenos na Copa do Brasil, historicamente.
Embora sejam alertas, nada disso é muito grave. A classificação deve vir sem sobressaltos no Beira-Rio (e se não vier será premiada, no esdrúxulo regulamento, com uma vaga à Sul-Americana). Além disso, oscilações são absolutamente normais: o Inter, apesar dos excelentes Gre-Nais e de estar invicto com os titulares na temporada, ainda é um time em formação, sujeito a variações de desempenho. Porém, ainda sigo apostando que Abel terá de colocar outro volante para auxiliar Willians. A vulnerabilidade da equipe no segundo tempo contra o Botafogo e em todo o jogo de ontem, sim, preocupam. O esquema ultraofensivo do Inter exige que os meias e atacantes se doem o tempo inteiro, mas Alex, D'Alessandro e Rafael Moura, todos, já passaram da casa dos 30 anos e não têm condições físicas de fazer este vaivém o tempo todo. Imaginem se Jorge Henrique (32) fosse titular? Também por isso é que a entrada de Alan Patrick melhorou tanto o time.
Duríssimo
Se os gremistas acham que a eliminação nos pênaltis e em casa para o San Lorenzo foi a mais dura da semana futebolística, estão enganados. Em Valencia, o time da casa precisava fazer 3 a 0 no Sevilla para chegar à final da Liga Europa. Massacrou o adversário, chegou ao placar tão sonhado e... tomou um gol aos 48 do segundo tempo, originário de uma cobrança de lateral. O Sevilla fará a final com o Benfica, que segurou a favorita Juventus em Turim.
Em tempo:
- Adversário do Inter no domingo, o Sport fez 3 a 1 no Brasília na capital federal e está classificado para a segunda fase da Copa do Brasil.
É verdade que enfrentar o Cuiabá não é exatamente uma grande motivação, mas o fato é que o Inter voltou a ser o time lento de outros tempos. Atacava mal, sem objetividade e muito menos agressividade - a única defesa difícil do goleiro Willian Alves ocorreu só aos 42 da etapa final, em chute rasteiro de Valdívia. Pior: ansioso para tentar chegar ao gol e talvez até irritado com a forte marcação mato-grossense, concedeu generosos espaços atrás, que o time da casa soube aproveitar. Se o Cuiabá tivesse um pouco mais de qualidade na hora de definir as jogadas, teria fatalmente vencido o jogo - talvez por diferença maior do que um gol, até.
Abelão fez o discurso de sempre. Quando seu time ganha, trata de minimizar o feito para acalmar a euforia; quando perde ou vai mal, acha algo para elogiar e minimizar o fracasso. No caso de ontem, elogiou a vontade do Inter para buscar o empate. Ora, isso não procede. Depois de um primeiro tempo fraquíssimo, o Colorado voltou para o segundo correndo um pouco mais, e só. Tentar buscar um empate contra um time de Série C não era mais do que a obrigação mínima. A falta de criatividade persistia e o fracasso técnico de outros atletas seguia ocorrendo. O Cuiabá seguiu tendo mais chances claras de marcar. Quando Rafael Moura empatou, o jogo estava muito mais para 2 a 0 que para 1 a 1. Mas a superioridade técnica e física normalmente prevalece nos minutos finais de confrontos de grandes contra pequenos na Copa do Brasil, historicamente.
Embora sejam alertas, nada disso é muito grave. A classificação deve vir sem sobressaltos no Beira-Rio (e se não vier será premiada, no esdrúxulo regulamento, com uma vaga à Sul-Americana). Além disso, oscilações são absolutamente normais: o Inter, apesar dos excelentes Gre-Nais e de estar invicto com os titulares na temporada, ainda é um time em formação, sujeito a variações de desempenho. Porém, ainda sigo apostando que Abel terá de colocar outro volante para auxiliar Willians. A vulnerabilidade da equipe no segundo tempo contra o Botafogo e em todo o jogo de ontem, sim, preocupam. O esquema ultraofensivo do Inter exige que os meias e atacantes se doem o tempo inteiro, mas Alex, D'Alessandro e Rafael Moura, todos, já passaram da casa dos 30 anos e não têm condições físicas de fazer este vaivém o tempo todo. Imaginem se Jorge Henrique (32) fosse titular? Também por isso é que a entrada de Alan Patrick melhorou tanto o time.
Duríssimo
Se os gremistas acham que a eliminação nos pênaltis e em casa para o San Lorenzo foi a mais dura da semana futebolística, estão enganados. Em Valencia, o time da casa precisava fazer 3 a 0 no Sevilla para chegar à final da Liga Europa. Massacrou o adversário, chegou ao placar tão sonhado e... tomou um gol aos 48 do segundo tempo, originário de uma cobrança de lateral. O Sevilla fará a final com o Benfica, que segurou a favorita Juventus em Turim.
Em tempo:
- Adversário do Inter no domingo, o Sport fez 3 a 1 no Brasília na capital federal e está classificado para a segunda fase da Copa do Brasil.
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