Retirada estratégica
Luan na reserva é tema polêmico. Afinal, trata-se do jogador mais promissor surgido na base do Grêmio nos últimos anos, um nome surgido do nada que desequilibrou vários jogos no começo do ano, inclusive no temível "grupo da morte" da Libertadores. Se o time vem mal, a culpa é então de seu principal jogador? Tudo deve cair sobre as costas de um garoto de 21 anos que subiu ao profissional há três meses? Não estaria Enderson Moreira fritando o rapaz? Por que Barcos, que vem tendo rendimento tão ruim quanto não deixa o time?
Pois digo sem muita dúvida de que Enderson está agindo da forma correta. Luan não é reserva do Grêmio: todos sabem de seu potencial, já demonstrado dentro de campo. Apenas passará um tempo no banco, provavelmente pouco tempo. É uma retirada estratégica. Enderson Moreira, lembremos, foi quem lançou Luan no time principal. Que interesse teria em queimá-lo? Ao contrário de outros técnicos, é reconhecido por saber trabalhar com jovens valores e não ter medo de neles apostar. Teve coragem de colocar Luan como titular pela primeira vez justamente em um Gre-Nal, reconhecendo suas grandes atuações sempre que entrava no decorrer dos jogos. Entendido em lançar jogadores, entende que este é o momento de dar um tempo, de não insistir mais se ele visivelmente vem mal, o que é normal para quem é tão jovem e, principalmente, está de voltando de uma longa parada.
Além disso, é próprio dos jovens a instabilidade no começo de carreira. Para pegar exemplos dentro do próprio Grêmio, jogadores como Ronaldinho, Anderson e Carlos Eduardo também tiveram seus momentos de instabilidade, também foram para a reserva por um determinado período. O fato de Celso Roth ter colocado Ronaldinho na reserva de Itaqui em 1998 virou folclore, até por ser um exemplo bem mais desparelho de qualidade entre o preterido e o titular que o de Luan e Rodriguinho agora. Porém, teve sua razão de ser à época: melhorou o time naquele momento e ajudou o então menino de 18 anos a evoluir e sair da pressão de ter de decidir todos os jogos em favor do Grêmio, quando ainda não estava pronto para assumir tal tarefa. Com Bruno e Douglas Costa, por outro lado, ocorreu o inverso: foram colocados à exaustão em campo e acabaram saindo do clube sem deixar saudades - embora, no caso de Douglas, tenha rendido dinheiro ao Grêmio e uma boa carreira no Leste Europeu.
Nestas condições, tirar Luan da equipe não é fritá-lo, ao contrário: é evitar que seja frito por torcedores famintos por títulos de expressão que não pestanejaram em vaiá-lo, chamá-lo de pipoqueiro e amarelão quando foi substituído diante do San Lorenzo. Luan não tem a responsabilidade de decidir todos os jogos do Grêmio. Se tem, não deveria ter. E por isso está sendo sacado do time: para entrar no segundo tempo, pegando a defesa adversária mais cansada, com menos pressão de decidir, com mais alegria e leveza para jogar, com mais tempo para pensar no que está acontecendo de errado. Quem tem que assumir a bronca? Barcos, claro. E Riveros, Edinho, Rhodolfo, Zé Roberto. Não Luan.
Ninguém deve ser titular absoluto a ponto de permanecer no time sem jogar bem, inclusive Luan. Isso vale também para outros que não têm correspondido, como Pará, Werley ou Barcos? Sem dúvida. Porém, há uma diferença clara nestes casos para o de Luan: o Grêmio não dispõe de reposição nestas posições. O erro não é Enderson manter estas peças no time, mas o clube não ter elenco à altura para substituir titulares em má fase. Os titulares vão mal, mas os reservas inexistem. Para a articulação, posição de Luan, há bem mais opções: Rodriguinho, Alán Ruiz, Maxi Rodríguez, Jean Deretti... É mais fácil substituir, é mais fácil perder a posição. Zé Roberto que o diga. Perdeu a posição, bem como Luan. Se ambos não vêm jogando bem e podem ser trocados, por que não testar alguém que vem jogando melhor?
Luan é tão valioso que precisa, sim, de cuidados. Uma retirada estratégica do time titular, por pouco tempo que seja, pode lhe ser importante. Mas Enderson precisa estar ciente de que está arriscando, talvez, sua permanência no Grêmio. Ele teve coragem de lançá-lo e está tendo mais ainda agora, em segurá-lo no banco. Afinal, se os resultados sem Luan continuarem ruins, a pressão sobre o técnico gremista pode se tornar insustentável.
Pois digo sem muita dúvida de que Enderson está agindo da forma correta. Luan não é reserva do Grêmio: todos sabem de seu potencial, já demonstrado dentro de campo. Apenas passará um tempo no banco, provavelmente pouco tempo. É uma retirada estratégica. Enderson Moreira, lembremos, foi quem lançou Luan no time principal. Que interesse teria em queimá-lo? Ao contrário de outros técnicos, é reconhecido por saber trabalhar com jovens valores e não ter medo de neles apostar. Teve coragem de colocar Luan como titular pela primeira vez justamente em um Gre-Nal, reconhecendo suas grandes atuações sempre que entrava no decorrer dos jogos. Entendido em lançar jogadores, entende que este é o momento de dar um tempo, de não insistir mais se ele visivelmente vem mal, o que é normal para quem é tão jovem e, principalmente, está de voltando de uma longa parada.
Além disso, é próprio dos jovens a instabilidade no começo de carreira. Para pegar exemplos dentro do próprio Grêmio, jogadores como Ronaldinho, Anderson e Carlos Eduardo também tiveram seus momentos de instabilidade, também foram para a reserva por um determinado período. O fato de Celso Roth ter colocado Ronaldinho na reserva de Itaqui em 1998 virou folclore, até por ser um exemplo bem mais desparelho de qualidade entre o preterido e o titular que o de Luan e Rodriguinho agora. Porém, teve sua razão de ser à época: melhorou o time naquele momento e ajudou o então menino de 18 anos a evoluir e sair da pressão de ter de decidir todos os jogos em favor do Grêmio, quando ainda não estava pronto para assumir tal tarefa. Com Bruno e Douglas Costa, por outro lado, ocorreu o inverso: foram colocados à exaustão em campo e acabaram saindo do clube sem deixar saudades - embora, no caso de Douglas, tenha rendido dinheiro ao Grêmio e uma boa carreira no Leste Europeu.
Nestas condições, tirar Luan da equipe não é fritá-lo, ao contrário: é evitar que seja frito por torcedores famintos por títulos de expressão que não pestanejaram em vaiá-lo, chamá-lo de pipoqueiro e amarelão quando foi substituído diante do San Lorenzo. Luan não tem a responsabilidade de decidir todos os jogos do Grêmio. Se tem, não deveria ter. E por isso está sendo sacado do time: para entrar no segundo tempo, pegando a defesa adversária mais cansada, com menos pressão de decidir, com mais alegria e leveza para jogar, com mais tempo para pensar no que está acontecendo de errado. Quem tem que assumir a bronca? Barcos, claro. E Riveros, Edinho, Rhodolfo, Zé Roberto. Não Luan.
Ninguém deve ser titular absoluto a ponto de permanecer no time sem jogar bem, inclusive Luan. Isso vale também para outros que não têm correspondido, como Pará, Werley ou Barcos? Sem dúvida. Porém, há uma diferença clara nestes casos para o de Luan: o Grêmio não dispõe de reposição nestas posições. O erro não é Enderson manter estas peças no time, mas o clube não ter elenco à altura para substituir titulares em má fase. Os titulares vão mal, mas os reservas inexistem. Para a articulação, posição de Luan, há bem mais opções: Rodriguinho, Alán Ruiz, Maxi Rodríguez, Jean Deretti... É mais fácil substituir, é mais fácil perder a posição. Zé Roberto que o diga. Perdeu a posição, bem como Luan. Se ambos não vêm jogando bem e podem ser trocados, por que não testar alguém que vem jogando melhor?
Luan é tão valioso que precisa, sim, de cuidados. Uma retirada estratégica do time titular, por pouco tempo que seja, pode lhe ser importante. Mas Enderson precisa estar ciente de que está arriscando, talvez, sua permanência no Grêmio. Ele teve coragem de lançá-lo e está tendo mais ainda agora, em segurá-lo no banco. Afinal, se os resultados sem Luan continuarem ruins, a pressão sobre o técnico gremista pode se tornar insustentável.
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