O jogaço das quartas

Um confronto de quartas de final ainda está por ser definido, mas o grande jogo da próxima fase da Libertadores já está marcado: Cruzeiro x San Lorenzo. Não apenas por reunir os atuais campeões dos dois principais campeonatos nacionais do continente, mas por colocar frente a frente equipes que começaram a crescer na hora certa dentro da competição, eliminando nas oitavas adversários complicados, e fora de casa.

Se o San Lorenzo deu mostras de sua força ao eliminar o Grêmio em plena Arena, o Cruzeiro conseguiu ir além. Porque o time de Marcelo Oliveira estava em desvantagem diante do Cerro Porteño, precisando vencer o jogo na Olla Azulgrana, o temível caldeirão do time paraguaio. Sofreu no primeiro tempo, esteve perto de sair perdendo, mas aos poucos foi assentando. Na etapa final, era melhor, mas o gol na saía. Bruno Rodrigo foi expulso aos 32, o que parecia o fim. Mas três minutos depois Dedé abriu o placar de cabeça. Um gol heroico, que desestabilizou o Cerro. Os paraguaios tiveram dois expulsos na sequência e Dagoberto ainda fechou a vitória por 2 a 0. Um triunfo cheio de personalidade e espírito vitorioso.

O Cruzeiro sem dúvida ganha muita força com a classificação diante de tais circunstâncias, eliminando um bom adversário, fora de casa, depois de quase perder o jogo de ida no Mineirão. O confronto com o San Lorenzo promete ser duro. Pois se no papel o time de Marcelo Oliveira é o melhor da Libertadores (desde o começo dela, frise-se), na prática isso nem sempre se confirma.

A Libertadores tem sido, mesmo, uma competição de reversões constantes de expectativas. Poucos imaginavam que Santos Laguna e Grêmio sobrariam tanto na fase de grupos. E, diante de tal desempenho, poucos apostavam em suas quedas logo nas oitavas. Isso sem falar nas eliminações de Newell's, Vélez, Flamengo, Botafogo e Santa Fé, todas antes da hora prevista, e no avanço de equipes como Arsenal, Nacional-PAR, Bolívar e Defensor entre os oito melhores da América em 2014.

Em busca do melhor Galo
Para superar o 1 a 0 aberto pelo Atlético Nacional em Medellín, o Atlético-MG terá de ser o melhor Atlético-MG de 2014. Um time que ainda não deu as caras na já não tão nova temporada. Paulo Autuori retirou da equipe sua melhor qualidade do ano passado, que era a intensidade. Levir Culpi, em apenas sete dias, certamente não conseguiu devolver isso ao Galo. O Independência talvez consiga. Será mesmo preciso: pelo que ambos fizeram nesta Libertadores, as chances de os colombianos passarem, hoje, são maiores.

Em tempo:
- O Cuiabá é melhor do que o Remo. Ganhou seu estadual, iniciou bem a Série C e pode trazer um pouco mais de resistência ao Inter. No entanto, o Colorado é favorito até mesmo para matar o confronto hoje, sem necessidade de partida de volta. A Arena Pantanal, palco da Copa do Mundo, receberá possivelmente mais torcedores gaúchos que do time da casa.

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