Mudando o que estava certo
A demissão de Jayme de Almeida só aparenta ser normal mesmo no contexto ultra-imediatista do futebol brasileiro. A não ser que haja problemas internos de relacionamento que não saibamos (e que são improváveis, dado seu perfil conciliador), nada justifica sua queda do comando rubro-negro, nem mesmo a derrota no Fla-Flu.
Perder o clássico era um resultado absolutamente normal, previsível, por um simples motivo: o Fluminense é muito mais time que o Flamengo. Basta comparar as duas escalações para vermos que talvez um ou dois jogadores rubro-negros, no máximo, e com boa vontade, seriam titulares do atual Tricolor. Isso é culpa de Jayme? A resposta é ainda mais aterradora: com este time de médio para fraco, o então auxiliar ganhou uma Copa do Brasil quando havia times bem superiores na parada, como Cruzeiro, Grêmio e Corinthians. Um título "antes da hora", conforme a própria direção de futebol do Flamengo, preocupada mais em pagar as contas do passado que em levantar taças, apregoava.
A saída de Paulo Pelaipe é igualmente lamentável. Chamado para reestruturar o futebol do Flamengo e evitar gastos excessivos a partir do seu reconhecido trabalho de observação de jogadores baratos, foi fritado junto com Jayme após a derrota de domingo. Se a ideia rubro-negra é minimizar os problemas financeiros e ao mesmo tempo formar um time competitivo e barato, quem melhor do que Pelaipe existe no mercado para realizar a tarefa? Apesar de reconhecidos defeitos, seu conhecimento de jogadores Brasil afora é ímpar, muito acima da média. O acerto de sua contratação era justamente poder executar a tarefa que a direção flamenguista tanto disse que faria durante o período eleitoral, uma antítese da desastrada gestão de Patrícia Amorim entre 2010 e 2012.
A contradição entre projeto a longo prazo no discurso e imediatismo na prática, lembremos, não é exatamente uma novidade na direção do Flamengo. Em 2013, Jorginho foi contratado para um projeto de 18 meses, mas foi demitido em apenas cinco. Na época, imaginou-se que foi uma decisão de Pelaipe a sua retirada. Agora, com a queda do diretor de futebol e do técnico ao mesmo tempo, tudo fica mais claro: o diretor de futebol foi obrigado a demitir Jorginho para que ele próprio não caísse, por pressão de uma diretoria amadora que se traveste de profissional. Desta vez, nem o dirigente remunerado resistiu. Ney Franco vem aí, e o Flamengo está prestes a começar tudo de novo. Mais uma vez.
Perder o clássico era um resultado absolutamente normal, previsível, por um simples motivo: o Fluminense é muito mais time que o Flamengo. Basta comparar as duas escalações para vermos que talvez um ou dois jogadores rubro-negros, no máximo, e com boa vontade, seriam titulares do atual Tricolor. Isso é culpa de Jayme? A resposta é ainda mais aterradora: com este time de médio para fraco, o então auxiliar ganhou uma Copa do Brasil quando havia times bem superiores na parada, como Cruzeiro, Grêmio e Corinthians. Um título "antes da hora", conforme a própria direção de futebol do Flamengo, preocupada mais em pagar as contas do passado que em levantar taças, apregoava.
A saída de Paulo Pelaipe é igualmente lamentável. Chamado para reestruturar o futebol do Flamengo e evitar gastos excessivos a partir do seu reconhecido trabalho de observação de jogadores baratos, foi fritado junto com Jayme após a derrota de domingo. Se a ideia rubro-negra é minimizar os problemas financeiros e ao mesmo tempo formar um time competitivo e barato, quem melhor do que Pelaipe existe no mercado para realizar a tarefa? Apesar de reconhecidos defeitos, seu conhecimento de jogadores Brasil afora é ímpar, muito acima da média. O acerto de sua contratação era justamente poder executar a tarefa que a direção flamenguista tanto disse que faria durante o período eleitoral, uma antítese da desastrada gestão de Patrícia Amorim entre 2010 e 2012.
A contradição entre projeto a longo prazo no discurso e imediatismo na prática, lembremos, não é exatamente uma novidade na direção do Flamengo. Em 2013, Jorginho foi contratado para um projeto de 18 meses, mas foi demitido em apenas cinco. Na época, imaginou-se que foi uma decisão de Pelaipe a sua retirada. Agora, com a queda do diretor de futebol e do técnico ao mesmo tempo, tudo fica mais claro: o diretor de futebol foi obrigado a demitir Jorginho para que ele próprio não caísse, por pressão de uma diretoria amadora que se traveste de profissional. Desta vez, nem o dirigente remunerado resistiu. Ney Franco vem aí, e o Flamengo está prestes a começar tudo de novo. Mais uma vez.
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