Cumprindo o dever

É verdade que o Internacional lidera o campeonato, em boa medida, por ter mais jogos que quase todos os seus rivais, ter disputado três dos quatro confrontos até o momento em casa e ter enfrentado apenas adversários medianos ou fracos. Tudo isso é preciso ser levado em conta antes de uma empolgação prematura. Porém, cabe lembrar que, em 2013, o Colorado também iniciou o Brasileiro enfrentando vários adversários fracos, e não conseguiu a disparada inicial que desejava - perdeu para o Bahia em casa e só empatou com a Portuguesa, lembram? Até agora, o time de Abelão vem cumprindo bem a cartilha de quem quer brigar na ponta de cima, batendo seus adversários em casa e conseguindo empates fora.

No primeiro tempo, o Inter exibiu sua velha dificuldade em enfrentar uma defesa fechada. Não houve chances, para lado algum. O Atlético-PR marcou firme, fechou espaços, mas também raramente conseguia sair de trás com perigo, arrastando o jogo para um 0 a 0 monótono até o intervalo. Foi no segundo tempo que as coisas mudaram. O gol de Marcos Guilherme surpreendia porque ocorreu na primeira chegada efetiva do time visitante, um erro crasso de Ernando.

Aí, uma das raras qualidades do Inter de 2013 se fez presente: o poder de reação. Dois minutos depois de sofrer o 1 a 0, o Colorado já empatava, com D'Alessandro ensinando que o caminho, diante de um adversário retrancado, era chutar de fora da área. O empate empolgou o Beira-Rio e o time veio junto, criando chances até virar com Alan Patrick.

Se o elenco do Inter perdeu em nomes (como quase todos do Brasil) de 2013 para 2014, há um mérito claro no time desta temporada: há mais gente para jogar com D'Alessandro. O time não depende mais só dele para chegar ao gol ou criar perigo. Rafael Moura, por exemplo, pode ser tecnicamente inferior a Leandro Damião, mas tem jogado melhor que seu antecessor e participa mais das ações coletivas que ele. Em uma atuação somente média de Aránguiz, como a de ontem, Alan Patrick se sobressaiu com um ótimo segundo tempo. O Inter é mais time, na acepção da palavra, no sentido coletivo, que no ano passado. Mesmo sem tantas estrelas.

O sábado também foi de recuperação para dois grandes que vinham mal. O Palmeiras, em seu primeiro jogo sem Gílson Kleina, fez 2 a 0 no então líder Goiás. Já o Botafogo arrasou o Criciúma: 6 a 0. Quem sabe iniciou sua recuperação?

Em tempo:
- Domingo de clássicos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Fluminense, Cruzeiro e Bahia chegam melhores para seus respectivos duelos. Entre São Paulo e Corinthians, muito equilíbrio.

- Tarde para o Grêmio vencer. A Chapecoense só perdeu a duras penas para o Corinthians na Arena Condá e promete dificuldades, mas se quiser iniciar uma campanha forte no Brasileiro o Tricolor precisa fazer 3 pontos. Não ganhando, aumenta a pressão sobre Enderson Moreira.

- Gauchada vai mandando bem na Série C. O Juventude ganhou fora do Duque de Caxias por 1 a 0 e lidera o Grupo B. O Caxias fez 2 a 0 em casa no São Caetano e é o 3º colocado da chave.

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