City com a mão na taça

A derrota do Liverpool em casa para o Chelsea na semana passada deixou o Manchester City dependendo apenas de si próprio para conquistar o título inglês. Ganhando seus três jogos restantes, o time de Manuel Pellegrini conquistaria a taça devido ao seu saldo bem superior à equipe rubra. A tarefa mais difícil nas três rodadas que restavam era a de hoje, contra justamente o rival do Liverpool, o Everton. E o City passou pelo teste.

Quem imaginava um Everton pouco interessado em vencer devido à rivalidade quebrou a cara. Horas antes do jogo, o Tottenham perdeu para o West Ham, resultado que classificou o Everton à Liga Europa do ano que vem. Mas havia um interesse ainda maior para o time da casa: a Liga dos Campeões. Uma vitória manteria a equipe colada no Arsenal, 4º colocado, na luta pela última vaga. Com esta motivação, o Everton partiu para cima nos minutos iniciais e abriu o placar num golaço do ótimo meia Barkley, cotado para integrar o plantel inglês na Copa do Mundo do Brasil.

O resultado era desastroso para o Manchester City. Afinal, só uma vitória manteria a equipe à frente na tabela. A agonia, porém, durou pouco: aos 21, Agüero empatou o jogo, recolocando o City na partida. No entanto, o argentino se lesionou no lance e teve de deixar a partida. Péssima notícia para quem precisava de ao menos mais um gol. Fernandinho entrou em seu lugar e o 4-4-2 inicial se transformou num 4-2-3-1, com mais presença ofensiva pelos lados, com Milner e Nasri. Curiosamente, foi a partir da ausência de Agüero e da projeção de ambos para a frente que a vitória foi construída.

Aos 42, Milner cruzou e Dzeko virou o jogo. No segundo tempo, o Everton começou pressionando, de cara obrigou a Hart a um milagre após ótima jogada de Barkley concluída por Naismith, mas aos 2 minutos veio o terceiro. Se Milner e sua maior presença ofensiva causaram a jogada do 2 a 1, foi Nasri, pela esquerda, quem criou a do terceiro, novamente de Dzeko. Um gol fundamental, pois veio no começo de uma etapa onde a equipe de Liverpool parecia disposta a correr todos os riscos para empatar e até virar o jogo.

O Everton não se abalou. Com alternativas pelos lados e pelo meio, tratou de pressionar o City em busca dos dois gols que lhe manteriam vivo na busca pela vaga à Liga dos Campeões. Aos 19, Lukaku, até então desastrado nas conclusões, aproveitou muito bem um ótimo cruzamento do ala canhoto Baines e descontou. Com a saída de Yaya Touré no minuto seguinte, o City perdia em marcação e também em saída de jogo. Com o impetuoso Deulofeu em campo, o Everton veio para cima de vez, mas esbarrou em sua própria afobação e na muito bem postada defesa do time visitante. Defesa, aliás, que garante a vantagem de 10 gols no saldo em relação ao Liverpool, que é a diferença deste equilibradíssimo Campeonato Inglês.

O Manchester City chega aos mesmos 80 pontos do Liverpool, com os mesmos 36 jogos. Jogará duas em casa: Aston Villa na quarta, em jogo atrasado, e West Ham no domingo, pela rodada derradeira. Duas partidas absolutamente vencíveis. O Liverpool visita amanhã o Crystal Palace e encerra no Anfield Road diante do Newcastle, também jogos para 6 pontos, mas a desvantagem no saldo é imensa. Só um improvável tropeço do City lhe tira o segundo título inglês em três anos. Quanto ao Everton, o futuro está definido: a derrota do Tottenham lhe coloca na Liga Europa, e sua própria derrota beneficia o Arsenal, que está na Liga dos Campeões 2014/15.

Em tempo:
- O Manchester United tinha chances remotas de disputar a Liga Europa. Perdeu em casa para o Sunderland por 1 a 0 e perdeu as possibilidades de vez. Uma temporada para ser esquecida.

Ficha técnica
Campeonato Inglês 2013/14 - 37ª rodada
3/maio/2014
EVERTON 2 x MANCHESTER CITY 3
Local: Goodison Park, Liverpool (ING)
Árbitro: Lee Probert (ING)
Público: 39.454
Gols: Barkley 10, Agüero 21 e Dzeko 42 do 1º; Dzeko 2 e Lukaku 19 do 2º
Cartão amarelo: Javi García, Demichelis e Dzeko
EVERTON: Howard (5,5), Stones (4,5), Jagielka (5) (Deulofeu, 20 do 2º - 6) e Alcaraz (5); Coleman (5,5), McCarthy (5,5), Barkley (7,5), Naismith (5,5), Osman (5,5) (McGeady, 37 do 2º - sem nota) e Baines (6); Lukaku (6). Técnico: Roberto Martínez
MANCHESTER CITY: Hart (6,5), Zabaleta (6), Kompany (6,5), Demichelis (6) e Clichy (5,5); Yaya Touré (6,5) (Kolarov, 20 do 2º - 5,5), Javi García (5,5), Milner (6) e Nasri (6,5) (Silva, 28 do 2º - 5,5); Agüero (6,5) (Fernandinho, 27 do 1º - 6) e Dzeko (7,5). Técnico: Manuel Pellegrini

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