Nivelado por cima

Atlético-MG e Cruzeiro fizeram o que deles se esperava no Independência: um jogaço, de alta qualidade técnica. O Galo esteve mais perto da vitória, embora o jogo tenha sido equilibrado na maior parte do tempo. A única grande injustiça foi não ter saído qualquer gol, pois o nível demonstrado pelas equipes merecia.

Jogando em casa, com 100% da torcida a seu favor, o Galo tinha contra si uma viagem longe desde Bogotá e desfalques como Réver, Fernandinho e Ronaldinho. Faltou, de fato, qualidade no acabamento de algumas jogadas. Marion, um dos substitutos, teve qualidade na armação de jogadas, mas perdeu um gol incrível. Não mais incrível que o que ele armou para Tardelli fazer no segundo tempo, mas o referencial técnico do time hoje perdeu sem goleiro.

Precisando da vitória para abrir vantagem, o Atlético-MG é que tomou a iniciativa das ações, mas tinha dificuldade de penetrar na defesa da Raposa. A maioria das oportunidades vinha em bolas altas ou chutes de fora da área, ou em erros alheios - o paraguaio Samudio cometeu alguns bizarros, sendo o pior jogador da partida. O Cruzeiro passou a chegar com mais perigo a partir dos 30 minutos, normalmente em contra-ataques, ou quando Willian e Júlio Baptista se aproximavam para tabelar - Ricardo Goulart mostrou grande movimentação, mas pouca efetividade.

Passados os 45 iniciais, com os dois times se respeitando muito, o segundo tempo foi de pressão do Galo. Após o gol incrível perdido por Tardelli, aos 17, Marcelo Oliveira decidiu que era hora de tentar garantir o empate e tirou Ricardo Goulart para colocar Nílton, trazendo o time para trás e chamando o Atlético-MG. O jogo caiu de nível após o Cruzeiro abdicar de tentar a vitória. Nos minutos finais, até Marcelo Moreno virou volante e ajudou a zaga. E Fábio foi o herói, salvando a Raposa duas vezes seguidas, em chutes de Alex Silva e Guilherme.

A desvantagem do Cruzeiro era o desgaste de estar em meio a dois confrontos decisivos pela Libertadores. Porém, a equipe veio praticamente completa (a rigor, só Dagoberto não jogou) ao Independência, ao contrário do Galo. Tecnicamente, a Raposa dispunha de peças melhores hoje à tarde, tanto no campo quanto no banco. O 0 a 0 caiu bem para a equipe de Marcelo Oliveira, que jogará com maioria absoluta de torcida no Mineirão precisando de um empate para evitar o tri do Galo.

FICHA
Campeonato Mineiro 2014 - Final - Jogo de ida
ATLÉTICO-MG (0): Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Otamendi e Alex Silva; Pierre, Leandro Donizete e Guilherme; Diego Tardelli, Jô e Marion (Carlos). Técnico: Paulo Autuori
CRUZEIRO (0): Fábio; Ceará (Mayke), Dedé, Bruno Rodrigo e Samudio; Lucas Silva, Henrique e Éverton Ribeiro; Ricardo Goulart (Nílton), Júlio Baptista (Marcelo Moreno) e Willian. Técnico: Marcelo Oliveira
Local: Independência, Belo Horizonte (MG); Data: domingo, 06/04/2014, 16h; Árbitro: Francisco Carlos Nascimento (AL); Público: 22.342; Renda: R$ 697.225,00; Cartão amarelo: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Éverton Ribeiro e Marcelo Moreno; Melhor em campo: Fábio; Nota do jogo: 7

NÚMEROS
Chances de gol: Atlético 7 x 4 Cruzeiro
Finalizações: Atlético 13 x 11 Cruzeiro
Escanteios: Atlético 3 x 4 Cruzeiro
Impedimentos: Atlético 2 x 0 Cruzeiro
Faltas cometidas: Atlético 11 x 22 Cruzeiro
Desarmes: Atlético 22 x 20 Cruzeiro
Passes errados: Atlético 49 x 41 Cruzeiro
Posse de bola: Atlético 56% x 44% Cruzeiro
Análise: a partida foi extremamente equilibrada nos seus 60 minutos iniciais. Nos 30 finais, com o recuo do Cruzeiro, os números ofensivos se desequilibraram um pouco a favor do Galo. Daí a leve diferença em chutes a gol, chances e posse de bola.

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