Copa 2014: Holanda

Recuperação em grande estilo. É o que buscará a Holanda na Copa do Mundo deste ano. A primeira questão mal resolvida do passado é óbvia: nunca na história das Copas houve uma final de Mundial repetida na abertura do torneio seguinte. É a grande chance da Laranja de se vingar da Espanha pela derrota na decisão de 2010. A outra motivação é apagar a péssima impressão deixada na última Eurocopa, em 2012, quando a atual vice-campeã foi eliminada perdendo seus três jogos na fase de grupos, para Dinamarca, Alemanha e Portugal.

Condições a equipe do polêmico Louis van Gaal tem de sobra. Sneijder, por exemplo, já não está em seu auge como em 2010, quando foi o condutor da equipe até a final, mas aos seus 30 anos ainda tem muita lenha para queimar e vem demonstrando isso com grandes partidas pelo Galatasaray. No ataque, uma das melhores duplas do mundo: Robben, estrela do Bayern campeão do mundo, e Van Persie, grande goleador do Manchester United, que apesar da temporada ruim de seu time segue mantendo alto índice de bolas na rede.

A campanha após a Euro foi absolutamente irretocável. Em 2010, a Holanda chegou à Copa com 8 vitórias nos 8 jogos que havia disputado pelas eliminatórias. Agora, em 10 jogos, foram nove vitórias e um único empate. A Laranja acumula incríveis 32 jogos de invencibilidade por eliminatórias - sua última derrota foi em setembro de 2001, para a Irlanda. Após a classificação para o Brasil é que começaram algumas desconfianças: a equipe fez 3 jogos, sendo dois empates (com Colômbia e Japão) e uma derrota ao natural para a França, em março, por 2 a 0. Para passar pela difícil chave que lhe espera, terá de jogar mais.

O CAMINHO
Não tá fácil pra ninguém esse Grupo B. A Holanda estreará em Salvador na reprise da final de 2010 contra a Espanha, em Salvador, um jogo decisivo não só para a classificação, mas também pela liderança da chave - o primeiro lugar deve ter como prêmio escapar de um cruzamento com o anfitrião Brasil logo nas oitavas. A seguir, a Laranja pega a Austrália no Beira-Rio para tentar chegar à última rodada, contra o Chile, em São Paulo, sem precisar de uma vitória para seguir adiante.

DESTAQUE
Sneijder é o jogador mais técnico e com história na seleção, Van Persie é quem mais evoluiu de 2010 para cá, mas Robben é que desponta como o grande nome holandês para 2014. Destaque do Bayern campeão europeu e mundial em 2013, o careca se caracteriza pelos dribles em alta velocidade, embora também muitas vezes por perder gols ou sumir de determinados jogos. Sua taxa de participação pode ser decisiva para o sucesso ou não da Holanda na Copa de 2014.

PONTOS FORTES
Vice-campeã mundial, a Holanda é uma seleção que alia nomes experientes com jovens promessas, como o lateral Daley Blind, filho de Danny Blind, capitão do Ajax campeão mundial de 1995. A renovação se deu após o fiasco na Euro, e foi comandada por Van Gaal. A mescla de juventude e experiência pode ser um diferencial da equipe em 2014. No mais, os neerlandeses mantêm a característica histórica de futebol ofensivo e muito técnico (estilo deixado de lado na campanha do vice-campeonato de 2010). Nos 10 jogos das eliminatórias, a equipe marcou impressionantes 34 gols.

PONTOS FRACOS
A instabilidade é a grande adversária da Holanda. Embora Sneijder seja um jogador confiável, Robben e Van Persie são jogadores de grande oscilação de desempenho, especialmente quando o assunto é a seleção. Nenhum deles fez uma grande Copa na África do Sul, por exemplo. Além disso, os históricos problemas internos de vaidade dentro do elenco podem dar as caras mais uma vez. O temperamento forte de Louis van Gaal não colabora para apaziguar os ânimos.

A HISTÓRIA
O vice-campeonato de 2010 foi o terceiro da Holanda em Copas. Antes, a equipe havia perdido as finais de 1974 e 1978. Em 1998, chegou às semifinais. Há ainda uma participação em que a seleção parou nas quartas de final (1994) e outras quatro nas oitavas (1934, 1938, 1990 e 2006).

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