Apontamentos do rádio
O Grêmio perdeu neste domingo a grande chance de começar o Brasileirão com 3 pontos. Mesmo com a cabeça visivelmente na Libertadores, era bem possível aproveitar a crise do Atlético-PR e o fato de o jogo ser em campo neutro para ganhar a partida no Orlando Scarpelli. O número de chances criadas pelo time de Enderson Moreira deixa claro que isso inclusive era possível: mesmo que o Tricolor tenha feito uma partida fraca, deveria ter conquistado um resultado melhor. Faltou qualidade na definição das jogadas.
Da derrota por 1 a 0 não posso falar tanto, pois só tive acesso ao jogo pelo rádio. Sem dúvida, o fato de haver muitos reservas colaborou. Não foi só o miolo de zaga, mas praticamente toda a linha defensiva, à exceção de Pará. Bressan e Geromel, pelo que pude acompanhar, justificaram a titularidade de Werley, com uma atuação cheia de erros lamentáveis. A indecisão deles e do sempre inseguro goleiro Busatto foi que causou o gol de Dráusio, que definiu a partida em favor do Furacão.
É difícil fazer uma cobrança maior devido aos desfalques, mas já é a segunda derrota seguida do Grêmio, o que causa um desconforto e uma desconfiança inegáveis no torcedor, que já cobra de Enderson e dos jogadores uma reação. O Gre-Nal desastroso do último domingo ainda está na memória de todos, e o horizonte, com o San Lorenzo pela frente, preocupa devido a estes dois resultados recentes, mesmo que não sejam jogos de Libertadores, onde o time vai muito bem até aqui.
Em tempo:
- Ótima vitória do Cruzeiro em Salvador diante do Bahia. Mas o destaque do domingo é o São Paulo, que fez 3 a 0 ao Botafogo com facilidade. O Fogão, hoje, é um candidato ao rebaixamento. Mas falta muito tempo ainda e muita coisa pode mudar.
Comentários
Da mesma forma que ocorreu no grenal, me preocupou hoje a leitura do Enderson sobre o jogo, e as consequentes mudancas que ele fez no time ao longo do jogo. Achei ele perdido novamente e, pior, um tanto assustado. Temo que o tamanho do Gremio esteja pesando sobre ele, e temo pela nossa Libertadores.
Abraco!
É claro que no caso de hoje é preciso levar em conta a cabeça na Libertadores e a ausência de titulares importantes. Mas o sentimento que tenho como torcedor é que se tornou normal para o Grêmio perder esse tipo de jogo.
Ano passado aconteceu exatamente isso: conquistamos bons resultados contra os times que estavam na ponta da tabela e perdemos vários pontos bobos para a turma de baixo.
Isso é muito desanimador.
Partidas que o Grêmio deveria resolver com certa facilidade, se impondo naturalmente, sem dramas, acabam se transformando em amargas derrotas ou frustrantes empates.
Tomara que na Libertadores continue sendo tudo bem diferente.
Abraço, Vicente!
"Prove que você não é um robô"
Escrevi embaixo:
"Sou gremista."
Aceitou.
Foram momentos de instabilidade que Mano aprendeu a superar, mesmo com a pressão da torcida, dos dirigentes, da imprensa. E com um problema parecido: jogadores fundamentais para o esquema que não podiam jogar. Claro que havia diferenças que o beneficiavam: ele era o técnico da Batalha dos Aflitos e levou um Gauchão em cima do maior rival com um time bem menos qualificado que o de hoje. Além disso, o jejum de títulos de expressão era bem menor, e todos acreditavam que seria uma questão de tempo para que ele terminasse.
Enderson Moreira está vivendo uma oscilação natural. Erra tanto quanto Mano errava na época (quem não se lembra do Anderson entrando aos 47 do segundo tempo em 2005? Ou da escalação do Herrera num Grenal em 2006, mudando o esquema tático? Ou de Éverton e Ramón como titulares de ataque no jogo contra o Tolima?). Só que a torcida, hoje, está impaciente por um título, nem que seja um Gauchão. E o ambiente político não contribui nem um pouco, diferente da época do Mano (e isso me faz pensar que temos os dirigentes e conselheiros mais BURROS do futebol brasileiro).
Tudo isso faz com que a pressão sobre ele seja bem maior, e que seu futuro seja definido no jogo contra o San Lorenzo. Se aprender a se superar, como Mano o fez em 2007, por exemplo, creio que ficará um bom tempo no cargo ainda. Se fracassar, a pressão fará com que repitamos os últimos anos de mudanças radicais e de anos que se encerram em junho/julho.
Concordo contigo em relação à comparação Mano x Enderson, Fred. De fato, há semelhanças na trajetória. Porém, o time de 2014 me parece superior ao de 2007, especialmente pelo que vem fazendo na Libertadores.
Werley.
Bressan e Geromel.
Saimon é o terceiro reserva! Não me lembro de falhas dele (muito pelo contrário) que justifiquem isso.