Um Grêmio com alternativas (e gols)

Já era previsível: as bolas que não entraram diante do Cruzeiro-RS, na quarta-feira, entrariam se o Grêmio mantivesse a produtividade em termos de criação de jogadas. E assim aconteceu diante do Passo Fundo: o Tricolor criou 16 oportunidades claras de gol, e fez merecidos 3 a 1 sobre a equipe de Luís Carlos Winck. O placar poderia até ter sido mais dilatado.

O primeiro tempo, porém, trouxe preocupações. Não exatamente pelo gol construído com facilidade pelo time visitante, pois, ocorrido na largada, ele deixou claro que o Grêmio entrou desligado em um jogo de pouca importância. O problema principal da etapa inicial foram, de novo, os gols perdidos. Riveros teve a chance embaixo da trave, como Dudu na quarta-feira, e perdeu também. Das nove chances claras, só uma foi convertida. Por sorte, o 1 a 1 veio logo após o gol sofrido, o que impediu a partida de ficar intranquila.

Dudu, mais uma vez, entrou muito bem na partida. O lançamento primoroso para o golaço de Luan é a prova de que se trata de um jogador de alto nível. Porém, apesar disso e de a vitória ter se encaminhado no segundo tempo, é interessante notar que o Grêmio não a conseguiu simplesmente por desmanchar o esquema com três volantes em favor de um com três atacantes. O volume de jogo foi até maior no primeiro tempo, e o 2 a 1, que fez o time diminuir um pouco o ritmo, surgiu na bola parada, como o primeiro gol. O empate na quarta-feira veio num time com o 4-3-3 desde o início.

Isso quer dizer que o Grêmio, mesmo no começo de março, já tem duas alternativas táticas muito interessantes e que funcionam bem se colocadas em prática no momento certo. A que iniciou a partida é a melhor para começar diante do Newell's, pois é taticamente mais equilibrada para encarar um adversário forte. A alternativa de Dudu, e a seguir de Alán Ruiz ou Maxi Rodríguez, é ótima para dar mais agressividade se necessário. Assim se constrói uma ideia de equipe, e Enderson Moreira vai  muito bem até agora.

Duas boas notícias
O Inter traz duas boas notícias da vitória sobre o Aimoré, um bom jogo, por sinal: Ygor e Wellington Paulista. O volante, improvisado como zagueiro, deu conta do recado - o importante, mesmo, era estar bem fisicamente. O centroavante, por sua vez, marcou de novo, e ainda deu assistência para Eduardo Sasha. Demorou a desencantar, mas agora já vem fazendo até para brigar por titularidade com Rafael Moura. O destaque maior, porém, foi Muriel: grandes defesas, que simbolizam a boa partida feita pelo Aimoré.

Perigo nas duas áreas
O são-paulino Antônio Carlos é daqueles zagueiros do estilo de Rafael Marques, ex-Grêmio: um perigo nas duas áreas. Ano passado, contra o Atlético Nacional, pela Sul-Americana, falhou grotescamente em um gol colombiano, mas fez dois na vitória por 3 a 2. Ontem, contra o Corinthians, deixou seu "faro artilheiro" apenas para o lado ruim: fez dois gols contra em um clássico, algo que dificilmente será perdoado pelos torcedores do São Paulo. Sorte que o time venceu, por 3 a 2. O Timão está em situação complicadíssima na classificação.

Em tempo:
- Passo Fundo e São Luiz já estão matematicamente rebaixados no Gauchão. No entanto, o recurso do Passo Fundo no julgamento da inscrição irregular de Paulo Josué e a provável punição ao Esportivo pelo caso ocorrido com Márcio Chagas da Silva podem fazer o estadual, como o último Brasileirão, ter rodadas após a bola parar de rolar.

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