O ponto valioso e as credenciais do Grêmio
O Grêmio provou claramente na noite de ontem que é um dos candidatos ao título da Libertadores. Teve futebol, postura e sorte de quem vai chegar longe. Diante de um dos mais fortes times da competição, no caldeirão do Coloso del Parque, o time de Enderson Moreira foi melhor que o Newell's mais uma vez. Criou bem mais chances, chutou quase o triplo de vezes a gol (18 a 7), sofreu o castigo de sair perdendo e ainda assim não se intimidou: foi para cima e buscou o empate na raça. Foi uma demonstração de força e tanto.
O time de 2014 tem se mostrado o mais bem preparado do Grêmio para disputar uma Libertadores desde o favorito que caiu nas semifinais de 2002. E isso se deve principalmente pela postura da equipe de Enderson Moreira. O Grêmio, a exemplo de Montevidéu, não sentiu a pressão em Rosário. Com um preparo físico excepcional, marcou a saída de bola do Newell's com grande vigor do primeiro ao último minuto, algo raro de se ver. Com a bola, é um time incisivo, de alternativas, com capacidade de surpreender e que sabe o que fazer com a posse que tem, mesmo fora de casa.
A temida pressão do Newell's nunca ocorreu. Os primeiros 15 minutos foram de controle territorial gremista, mas o chutaço de Figueroa que Marcelo Grohe pegou de mão trocada animou os donos da casa. Foram 10 minutos em que o time argentino foi levemente melhor, mas logo o Tricolor voltou a controlar o jogo. Como na partida da Arena, o primeiro tempo foi truncado, com poucas chances de lado a lado. Pará teve uma boa cobrança de falta, Figueroa obrigou Grohe a outra difícil defesa no fim, mas o jogo esquentaria mesmo é no segundo tempo.
E mesmo com a necessidade de vencer em casa, o Newell's era neutralizado. As chances dadas ao time argentino eram raras: nos primeiros 30 minutos da etapa final, foram só duas - um erro de Wendell que Ponce chutou na trave e uma cabeçada de Heinze defendida milagrosamente por Marcelo Grohe, que ainda tocou o travessão. O Grêmio, por sua vez, teve sete boas chances. Nas duas mais claras, Luan deixou Ramiro na cara do gol, mas Guzmán fez milagre. A outra claríssima foi um erro do goleiro argentino, que saiu mal após cobrança de escanteio e Rhodolfo, livre, cabeceou para fora.
O castigo por tantos erros de conclusão viria no gol de Maxi Rodríguez. Nova chance que o Newell's teve por erro do Grêmio, e não por jogada efetivamente criativa. Aí, o Grêmio mostrou fibra de time vencedor. E muita maturidade: sem se abalar com a festa argentina ou se chatear pela injustiça no placar, tratou de pressionar o Newell's até chegar ao empate dramático no gol de Rhodolfo, que se redimiu da chance clara perdida minutos antes.
A festa dos jogadores é totalmente justificada. O gol de Rhodolfo é praticamente o da classificação do Grêmio. Ele impede que Newell's e Atlético Nacional possam chegar à última rodada combinando um empate amigo para se classificarem juntos. O Tricolor precisa só de um empate em Medellín, ou uma vitória contra o Nacional-URU para chegar às oitavas. O caráter decisivo do jogo na Colômbia está parcialmente esvaziado, e a pressão vai para o lado do Atlético Nacional. O gol de Rhodolfo foi péssimo para os colombianos.
No entanto, o que mais anima nem é exatamente a perspectiva de classificação, mas o desempenho obtido pelo Grêmio nos dois jogos diante do Newell's, especialmente. Em 180 minutos, o time argentino chutou 13 vezes a gol, contra 36 do Tricolor; criou oito chances, contra 25 do time gaúcho; teve menos desarmes (44 a 38) e muito mais passes errados (81 a 61). O Grêmio foi melhor nos dois jogos, e mostrou grande solidez defensiva - contam-se nos dedos de uma mão as chances tramadas de forma criativa pelo time argentino, em Porto Alegre e Rosário. A equipe de Enderson Moreira perdeu gols demais, é verdade, mas ainda assim, num hipotético mata-mata, teria passado no saldo qualificado. Poucas coisas, talvez nenhuma outra, serão mais difíceis para o Grêmio nesta Libertadores do que jogo de ontem, em Rosário. E o time passou com louvor no teste.
Cordilheira abaixo
O erro crasso de Samir "coroou" a péssima campanha que o Flamengo fez nos dois jogos contra o Bolívar: após o terrível 2 a 2 no Maracanã, uma derrota por 1 a 0 em La Paz. Cinco pontos perdidos em seis disputados contra os bolivianos. A classificação, mais do que a perigo, já se tornou bem improvável.
Jogões vêm por aí
Épica classificação do Manchester United, que fez 3 a 0 no Olympiakos e reverteu as coisas em Old Trafford. Com Barcelona, Real Madrid, Atlético Madrid, Borussia Dortmund, Bayern München, Paris Saint-Germain, Manchester United e Chelsea, uma coisa é certa: as quartas de final da Liga dos Campeões serão sensacionais. O sorteio dos confrontos é na manhã desta sexta.
O time de 2014 tem se mostrado o mais bem preparado do Grêmio para disputar uma Libertadores desde o favorito que caiu nas semifinais de 2002. E isso se deve principalmente pela postura da equipe de Enderson Moreira. O Grêmio, a exemplo de Montevidéu, não sentiu a pressão em Rosário. Com um preparo físico excepcional, marcou a saída de bola do Newell's com grande vigor do primeiro ao último minuto, algo raro de se ver. Com a bola, é um time incisivo, de alternativas, com capacidade de surpreender e que sabe o que fazer com a posse que tem, mesmo fora de casa.
A temida pressão do Newell's nunca ocorreu. Os primeiros 15 minutos foram de controle territorial gremista, mas o chutaço de Figueroa que Marcelo Grohe pegou de mão trocada animou os donos da casa. Foram 10 minutos em que o time argentino foi levemente melhor, mas logo o Tricolor voltou a controlar o jogo. Como na partida da Arena, o primeiro tempo foi truncado, com poucas chances de lado a lado. Pará teve uma boa cobrança de falta, Figueroa obrigou Grohe a outra difícil defesa no fim, mas o jogo esquentaria mesmo é no segundo tempo.
E mesmo com a necessidade de vencer em casa, o Newell's era neutralizado. As chances dadas ao time argentino eram raras: nos primeiros 30 minutos da etapa final, foram só duas - um erro de Wendell que Ponce chutou na trave e uma cabeçada de Heinze defendida milagrosamente por Marcelo Grohe, que ainda tocou o travessão. O Grêmio, por sua vez, teve sete boas chances. Nas duas mais claras, Luan deixou Ramiro na cara do gol, mas Guzmán fez milagre. A outra claríssima foi um erro do goleiro argentino, que saiu mal após cobrança de escanteio e Rhodolfo, livre, cabeceou para fora.
O castigo por tantos erros de conclusão viria no gol de Maxi Rodríguez. Nova chance que o Newell's teve por erro do Grêmio, e não por jogada efetivamente criativa. Aí, o Grêmio mostrou fibra de time vencedor. E muita maturidade: sem se abalar com a festa argentina ou se chatear pela injustiça no placar, tratou de pressionar o Newell's até chegar ao empate dramático no gol de Rhodolfo, que se redimiu da chance clara perdida minutos antes.
A festa dos jogadores é totalmente justificada. O gol de Rhodolfo é praticamente o da classificação do Grêmio. Ele impede que Newell's e Atlético Nacional possam chegar à última rodada combinando um empate amigo para se classificarem juntos. O Tricolor precisa só de um empate em Medellín, ou uma vitória contra o Nacional-URU para chegar às oitavas. O caráter decisivo do jogo na Colômbia está parcialmente esvaziado, e a pressão vai para o lado do Atlético Nacional. O gol de Rhodolfo foi péssimo para os colombianos.
No entanto, o que mais anima nem é exatamente a perspectiva de classificação, mas o desempenho obtido pelo Grêmio nos dois jogos diante do Newell's, especialmente. Em 180 minutos, o time argentino chutou 13 vezes a gol, contra 36 do Tricolor; criou oito chances, contra 25 do time gaúcho; teve menos desarmes (44 a 38) e muito mais passes errados (81 a 61). O Grêmio foi melhor nos dois jogos, e mostrou grande solidez defensiva - contam-se nos dedos de uma mão as chances tramadas de forma criativa pelo time argentino, em Porto Alegre e Rosário. A equipe de Enderson Moreira perdeu gols demais, é verdade, mas ainda assim, num hipotético mata-mata, teria passado no saldo qualificado. Poucas coisas, talvez nenhuma outra, serão mais difíceis para o Grêmio nesta Libertadores do que jogo de ontem, em Rosário. E o time passou com louvor no teste.
Cordilheira abaixo
O erro crasso de Samir "coroou" a péssima campanha que o Flamengo fez nos dois jogos contra o Bolívar: após o terrível 2 a 2 no Maracanã, uma derrota por 1 a 0 em La Paz. Cinco pontos perdidos em seis disputados contra os bolivianos. A classificação, mais do que a perigo, já se tornou bem improvável.
Jogões vêm por aí
Épica classificação do Manchester United, que fez 3 a 0 no Olympiakos e reverteu as coisas em Old Trafford. Com Barcelona, Real Madrid, Atlético Madrid, Borussia Dortmund, Bayern München, Paris Saint-Germain, Manchester United e Chelsea, uma coisa é certa: as quartas de final da Liga dos Campeões serão sensacionais. O sorteio dos confrontos é na manhã desta sexta.
Comentários
Bom e velho rádio!
Ainda bem que existe o Carta na Manga!
Grande abraço.
P.S.: O Olé parece ter traduzido teu texto sobre o jogo.
De fato, o Olé fez uma análise bem parecida do jogo. Ouvi algumas rádios argentinas hoje de manhã e foi meio que um consenso que o Grêmio foi duríssimo para o Newell's.