El último de Román?

Como estive em Buenos Aires durante toda a semana passada, me afastei da sempre chatíssima semana Gre-Nal e vivi com bem mais proximidade e intensidade os nervosos e desiludidos preparativos para o superclasico entre Boca e River, disputado ontem no fim da tarde, na Bombonera. Nervosos porque é assim sempre em qualquer clássico desta magnitude; desiludidos porque todos os torcedores com quem pude conversar a respeito do jogo lamentavam o mau momento que os dois gigantes vivem na atualidade.

A lamúria coletiva vinha, também, por uma questão de sempre emparelhar as coisas antes de um clássico, devido ao respeito mútuo. O River Plate, porém, chegava em um momento levemente superior: um ponto à frente na tabela, com três vitórias nos últimos cinco jogos, diante de um Boca Juniors que não vencia há três rodadas e, embora tenha um elenco até superior, segue dependente de Riquelme, que está no evidente ocaso de sua carreira.

O clássico de ontem foi histórico por várias causas. Primeiro, porque provavelmente será o último de Román com a 10 xeneize - provavelmente porque a continuidade ou não da trajetória de Riquelme em La Boca é sempre uma incógnita a cada semestre. Segundo, porque, pela primeira vez, Román perdeu na Bombonera para o River, e justamente em sua provável despedida, na qual fez uma boa partida, lembrando os velhos tempos, com assistências, arremates e bolas paradas venenosas. O golaço marcado de falta, porém, foi seu único motivo para comemorações: a derrota por 2 a 1, e aí vem o terceiro motivo para este clássico entrar para a história, encerrou um jejum de 10 anos dos millonarios na casa de seu maior rival. E num clássico sem torcida visitante - como na vitória do Boca em Nuñez, no Torneo Inicial desta temporada 2013/14.

Passado o superclasico e a boa vitória do River de Ramón Díaz sobre o Boca de Carlos Bianchi, o mau momento fica todo em La Bombonera. O Boca amarga o modesto 12º lugar, muito abaixo do que o time pode e deve render. Já o River se aproxima do líder Colón (a distância caiu para 1 ponto) e as perspectivas após a vitória fora de casa dão uma bela clareada. O superclasico, assim como o Gre-Nal aqui em Porto Alegre, costuma arrumar a casa.

Em tempo:
- Por aqui, o Newell's é o time que mais chama a atenção pelo futebol jogado, mas os argentinos com quem conversei, em sua maioria, apontam o Vélez como o melhor do país no momento. A grande atuação nos 3 a 1 sobre o Atlético-PR e a goleada por 5 a 1 sobre o Gimnasia La Plata no último sábado confirmam esta impressão.

Campeonato Argentino 2013/14 - Torneo Final - 10ª rodada
BOCA JUNIORS (1): Orión; Grana (Riaño), Daniel Díaz, Forlín e Insúa; Gago, Erbes, Sánchez Miño (Acosta) e Riquelme (Colazo); Martínez e Gigliotti. Técnico: Carlos Bianchi
RIVER PLATE (2): Barovero; Mercado, Maidana, Alvarez Balanta e Funes Mori; Ledesma, Carbonero, Rojas (Kranevitter) e Lanzini; Téo Gutiérrez (Villalba) e Cavenaghi (Solari). Técnico: Ramón Díaz
Local: Bombonera, Buenos Aires (ARG); Data: domingo, 30/03/2014, 18h15; Árbitro: Nestor Pitana (ARG); Público: 40.000; Gols: Lanzini 13, Riquelme 23 e Funes Mori 41 do 2º; Cartão amarelo: Díaz, Forlín, Acosta, Maidana, Mercado, Funes Mori e Rojas; Melhor em campo: Lanzini; Nota do jogo: 7

NÚMEROS
Chances de gol: Boca 9 x 8 River
Finalizações: Boca 10 x 10 River
Escanteios: Boca 3 x 2 River
Impedimentos: Boca 0 x 3 River
Faltas cometidas: Boca 18 x 23 River
Desarmes: Boca 15 x 40 River
Posse de bola: Boca 51% x 49% River
Análise: clássico muito equilibrado em quase todos os números. Chama a atenção o alto número de desarmes do River. Infelizmente não dispomos do número de passes errados, mas o time de Ramón Díaz deve ter cometido bem mais falhas neste quesito que o Boca.

PAINEL TÁTICO

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