Copa 2014: Croácia

Croácia vai no 4-2-3-1 ou 4-3-3, como a maioria
A Croácia vem de uma escola historicamente ofensiva, a iugoslava, mas seu time se notabilizou, nos últimos tempos, por marcar poucos gols e tomar poucos também. Nos 12 jogos croatas nas eliminatórias, apenas 23 gols foram marcados, somando os a favor e os contra, uma média magra de 1,92 por jogo. Isso já dá um indicativo do tipo de jogo que o Brasil terá em sua estreia na Copa: será preciso paciência à seleção de Felipão. Marcar um gol cedo, como em vários jogos da Copa das Confederações, seria um grande trunfo, pois obrigaria a seleção de Niko Kovac a se abrir em busca do resultado.

A estratégia defensiva deverá ser usada diante do Brasil também por conta de um problema sério enfrentado por Kovac: a ausência de seu artilheiro, Mandzukic, expulso na última partida das eliminatórias, uma vitória por 2 a 0 sobre a Islândia na repescagem. Ivica Olic, uma das principais peças ofensivas com a saída de Mandzukic, porém, pode oferecer perigo: diante da Suíça, na última rodada de amistosos, fez os dois gols croatas no empate de 2 a 2, fora de casa. Mandzukic voltará à ativa diante dos camaroneses, na segunda rodada.

Apesar de utilizar uma formação com três zagueiros em parte das eliminatórias, Niko Kovac costuma escalar a Croácia num 4-2-3-1, com laterais que pouco sobem ao ataque, mas volantes que aparecem como elemento surpresa. O esquema encaixa bem com o provável 4-3-3 brasileiro da estreia. A tendência é que Modric, referência técnica, seja escalado na segunda linha do meio, como articulador, e não como volante. Assim, será possível abastecer melhor o ataque e ao mesmo tempo entrar com mais um volante marcador atrás para segurar os anfitriões.

O CAMINHO
Estrear contra os donos da casa nunca é fácil, ainda mais se estamos falando do Brasil. A Croácia, porém, por seu estilo e seu bom nível técnico, é a equipe que parece mais pronta a roubar pontos dos canarinhos, se alguém conseguir nesta chave. A seguir, enfrentará uma longa viagem a Manaus para pegar Camarões, onde certamente precisará da vitória, e aí fará um confronto direto com o México, na provável decisão pelo segundo lugar na rodada decisiva, em Recife. Na segunda fase, diante de Holanda ou Espanha, a possibilidade de eliminação é grande. Até mesmo o Chile, terceira força do Grupo B, tem time melhor.

DESTAQUE
Volante ou meia? Pouco importa a nomenclatura. No Real Madrid, Modric costuma atuar um pouco mais recuado, mas chegando de trás sempre com criatividade, boa visão de jogo e ótimos arremates de média distância. É o pulmão do time. Pelo aspecto físico, mas também pelo futebol, lembra um pouco Lucas nos tempos do Grêmio de Mano Menezes. Jogador extremamente dinâmico, e que se torna perigoso por nem sempre ser marcado como deve, já que costuma jogar recuado.

PONTOS FORTES
A Croácia é um time que joga junto há bastante tempo, tem uma defesa segura e jogadores que podem fazer a diferença na frente. A equipe é experiente, com diversos atletas que atuam em clubes importantes do futebol europeu. Ainda assim, não cabe esperar um desempenho parecido com os tempos de Suker, Prosinecki e companhia.

PONTOS FRACOS
Apesar dos bons nomes na frente, os croatas penaram nas eliminatórias, marcando apenas 14 gols em 12 jogos. A equipe também caiu quase sempre que enfrentou equipes mais fortes nos últimos anos, como Bélgica, Portugal e Espanha, o que dá a entender que terá dificuldades em encarar seleções mais fortes caso passe de fase - até a Escócia venceu os croatas duas vezes na campanha rumo ao Brasil. Pode-se dizer que a Croácia está na Copa muito porque enfrentou a modesta Islândia na repescagem. Se tivesse pegado Portugal, por exemplo, provavelmente teria sido eliminada.

A HISTÓRIA
Como país independente, a Croácia teve seu auge justamente na primeira Copa que disputou, em 1998, quando foi terceira colocada. Naquele mundial, incluiu no currículo arrasadores 3 a 0 sobre a Alemanha, nas quartas de final, e uma vitória sobre a Holanda, na decisão do terceiro lugar, por 2 a 1. De lá para cá, porém, só decepções: em 2002 e 2006, parou na primeira fase.

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